Os dias que antecedem o segundo domingo de agosto são sinônimos de correria: hora de comprar o presente para o Dia dos Pais. Não aqui na Alemanha! Por aqui, as comemorações são em outra data e em estilo bem diferentes do Brasil. Vatertag é feriado por aqui, pra começar. Bom, na verdade, não é feriado por ser Dia dos Pais, mas sim por ser festejado 40 dias depois da Páscoa, no feriado nacional de Ascenção do Senhor (Christhimmelfahrt – ah como eu amo esse jeito tão literal da língua alemã !ehehe Christ = Cristo + Himmel = céu + Fahrt = caminho, viagem, jornada, dependendo do sentido. Então: Viagem de Cristo para o céu!). Ok, de volta ao Dia dos Pais.
Em algumas regiões da Alemanha, o dia dos Pais também é chamado de Dia dos Homens ou Dia dos Senhores. E isso, por si só, explica as comemorações. É o dia em que eles deixam mulheres e filhos em casa e festejam sozinhos! A festa é cheia de tradições e envolve um estilo muito peculiar da Alemanha de celebrar datas especiais (carnaval, corrida da couve, aniversário de 30 anos e afins). Um carrinho de madeira (Bollerwagen) é decorado e lotado de muita cerveja e outras bebidas alcoólicas mais fortes como Korn, uma espécie de cachaça feita de milho; licores de ervas (Bonnecamp, Undenberg, Jägermeister e afins) e alguns Brezels, porque ninguém é de ferro e precisa de uma comidinha.
O tal do Bollerwagen pode ser puxado a mão (mais comum), mas também existem alguns que são presos à bicicleta ou mesmo com tração animal (mais no interior). Não importa: na prática a comemoração é a mesma. Os homens se reúnem – amigos, parentes e afins, desde os mais jovens até os mais velhos – e saem caminhando para fazer um piquenique alcoólico em algum lugar, rindo e festejando seu dia. A ideia é ficar bem “feliz” com os amigos e depois voltar pra casa.
Bom, o tal do dia – por conta de ser 40 dias depois da Páscoa – cai, geralmente em uma quinta-feira e, por isso, é comum ver celebrações mais familiares atualmente, já que as famílias enforcam a sexta-feira e todos aproveitam os primeiros dias com temperaturas acima de zero pra fazer alguma coisa ao ar livre. Parênteses: sim, aqui na Alemanha também se “enforca” um dia pra fazer feriadão e tem nome pra isso. Se chama Brücketag – algo como “dia ponte” ou parecido.
Com ou sem família, o curioso é que o Dia dos País é um sinônimo de bebedeira por aqui. Autoridades de trânsito revelam que o número de acidentes é três vezes maior nesta data do que em qualquer outra do ano. Além disso, as autoridades policiais também passam trabalho. Uma vez que o Bollerwagen fica vazio, a quantidade de incidentes de violência (brigas!) também se eleva.
Quanto aos presentes, o comércio tenta explorar a data, mas nem de longe lembra o apelo consumista do Brasil. Nesse ponto, aliás, em nenhum momento a Alemanha lembra o Brasil: consumir, por aqui, está muito mais atrelado a satisfazer necessidades básicas do que a acumular roupas, sapatos e badulaques. Aprendi a gostar disso, mas já é assunto pra outro post. Quanto ao dia dos pais, o presente maior fica por conta da colaboração: a mulherada ajuda a organizar o Bollerwagen e a curar a ressaca do dia seguinte!!!
Achei umas fotinhos de celebrações do Dia dos Pais e to lincando por aqui. Se você clicar nas imagens vai encontrar os blogs e sites de onde elas foram tiradas. A idéia é só ilustrar a comemoração! :)
sábado, 13 de agosto de 2011
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Vida de mulher na Alemanha: dicas de beleza e saúde somente para elas
Os leitores homens deste blog que me perdoem, mas esse post é para as mulheres. Uma listinha de coisas fúteis absolutamente indispensáveis que precisamos saber na hora de vir pra Alemanha. Já escrevi um pouco sobre onde achar as coisas aqui, mas resolvi juntar tudo nesse post com mais alguns itens que ficaram de fora na primeira lista. Então, vamos ao que interessa, naquele esquema de “trazer ou não trazer, eis a questão”. E, vale lembrar que esse post é baseado única e exclusivamente na minha experiência pessoal (de estudante sempre sem grana) e opinião. Experiências diferentes e acréscimos são mais do que bem vindos nos comentários.
Salão de beleza
Faça uma sessão completa no seu salão favorito na véspera de viajar e diga adeus às mordomias da vida. Não importa quanto você paga no Brasil. Aqui, em valores numéricos, vai ser sempre três vezes mais, fora a conversão da moeda. Então, para esse fim, ai vão as dicas.
Cabelos:
Corte de cabelo: Escolha um cabelo prático que cresça sem te deixar com aparência de maluca. :) Vai demorar um tempinho até você se localizar bem na cidade e encontrar um salão que tenha uma cara bacana. E além disso, vai descobrir que a moda dos cortes é bem diferente na "Batatolândia". A maioria dos penteados daqui parece ter saído direto dos anos 80. E pra conseguir alguém que viva em 2011, vai desembolsar no mínimo 40 euros.
Tintura de cabelo: as tintas alemãs são ótimas e perfeitas. Não traga nenhuma do Brasil. Vá em qualquer loja de cosméticos (Rossmann, Schlecker, DM, etc) e saia de lá com as tintas mais legais do mundo por menos de 5 euros. :)
Shampoos e Cremes de cabelos: Por favor, não ocupe espaço na mala com isso. Vá no mercado assim que chegar e compre o primeiro que achar. Várias marcas internacionais vendem os mesmos produtos que você está acostumada a usar no Brasil. Além disso, seu cabelo (e a pele) vai ficar muito mais seco aqui por conta da água que é muito alcalina. Mas os cremes de cabelo também são ótimos. Só não espere encontrar nada especial para cachos e afins. Vi algumas lojas de produtos africanos com cremes especiais para cabelos afro, o que pode ser uma alternativa caso os cabelos fiquem realmente muito secos e sem salvação com a tecnologia alemã.
Secador de cabelo: Compre por aqui! Assim que chegar, ache a Saturn (tem em todas as cidades, praticamente) e se divirta. Um modelo bom, duas vezes menor e duas vezes mais potente que um secador “profissional” do Brasil (eu tinha um assim que paguei bem carinho) não custa mais do que 15 euros. Sem contar que a tomada é diferente: melhor ter logo um que sirva em qualquer tomada daqui né. Idem pra "chapinha".
Mãos e pés
Manicure e pedicure: Despeça-se da sua manicure como alguém que deixa um membro da família para trás. Você vai sentir mais saudades dela do que da maioria dos parentes! :D Por isso, aproveite seus últimos dias de Brasil e peça algumas dicas para a sua manicure: aprenda a fazer mãos e pés sozinha e, especialmente, tirar as cutículas. Na Alemanha, remover as cutículas só se você encontrar alguma manicure brasileira. Ah, e o preço não é nada animador: 20 a 30 a mão e 25 a 35 o pé.
Esmaltes: Traga alguns dos seus favoritos. Por aqui são caros (aqueles das marcas famosas) e os baratos são ruins.
Palitinhos de laranjeira: Até existem, mas não são tão baratos e nem tão bons. Como ocupam pouco espaço, vale trazer uns. Eu gosto daqueles com ponta de metal e esse tipo não tem MESMO aqui.
Acetona: depois de duas horas procurando perto dos esmaltes, descobri que ela fica junto com os cremes para as mãos (se chama Nagellak Remover)
Alicates de unha: nunca achei um que prestasse por aqui. Mas também não adianta trazer um bom e profissional do Brasil porque ele perde o corte com o tempo, certo? Então melhor trazer mais de um (aqueles mais simples, de cabo plástico mesmo) e ir trocando com o tempo.
Depilação:
Se você fizer natação aqui na Alemanha vai descobrir duas coisas. A primeira, que os banheiros são coletivos e sem divisão. A segunda, que depilação não é exatamente uma prioridade na vida das alemãs. Mas como esse aspecto da cultura é meio complicado de assimilar, existe salvação. :)
Cera: Minha depiladora querida e amada me ensinou a depilar minhas próprias pernas com cera. Eu trouxe um daqueles aparelhinhos elétricos portáteis que aquecem os refis de cera e sempre pedia os refis do Brasil. Ai que o aparelho queimou e eu comprei um novo pelo E-bay: melhor que o brasileiro! E compro os refis de cera e as folhinhas depilatórias pela internet também. E pago menos que no Brasil. Existem salões brasileiros também. Nesses salões – caso more em uma cidade maior certamente vai achar um – também vai encontrar quem faça depilação brasileira, mas a preços bem europeus.
Creme depilatório: Cremes tipo Veet e afins são fáceis de encontrar em qualquer farmácia.
Lâmina: a boa e velha gilete foi a solução que encontrei para virilha e axilas, já que a minha habilidade em auto depilação com cera acaba abaixo do joelho.
Pele
Corpo: A água vai deixar a pele mais seca desde o primeiro banho. Ainda mais com a chegada do frio, quando mais quente a água, mais ressecada fica a pele. Então, quilos de hidratante nela. Felizmente você está na Alemanha, a terra da Nivea e seus maravilhosos cremes para o corpo por um preço módico... Dove, Bebe e tantas outras marcas tem produtos bons também. Mesmo os cremes mais simples do mercado cumprem bem o papel de hidratar. A primeira vista, o susto vai ser grande: são muito mais gordurosos do que qualquer coisa que temos no Brasil, mas a sua pele vai agradecer!
Rosto: Todas as melhores marcas, os melhores cremes e os lançamentos mundiais chegam antes por aqui e por menos da metade do preço que são vendidos no Brasil. Então, economize seus reais e o espaço na mala e deixe pra comprar tudo aqui quando chegar. As embalagens são as mesmas e, mesmo sem falar uma única palavra de alemão, fica fácil achar o que se quer.
Protetor solar: O sol por aqui é diferente, sem aquela intensidade toda do Brasil. Isso quando ele aparece. Nesses dias, então, caso queira um protetor, deixe para comprar por aqui também. Diferente do Brasil – onde deveriam ser baratos por serem item de necessidade básica!!!! – , por aqui, custam muito pouco.
Sabonete: Eu adoro os da Natura! Podem me mandar de presente! Mas na verdade, fazem um certo mal aqui por conta do calcáreo da água. A pele acaba ficando muito seca. Então, a dica é usar sabonete líquido, que agride menos.
Outros:
Perfumes: São bem mais baratos que no Brasil, mas achei alguns do Freeshop ainda mais baratos. Só fique de olho com o tamanho das embalagens caso tenha voo com conexão aqui na Alemanha. De nada adianta o pacote lacrado do freeshop brasileiro. Se tiver conexão, valem as regras da aviação internacional e seu lindo frasco recém-comprado fica no Raio-X. Vale pesquisar o preço pela internet antes e ver se vale a pena comprar no aeroporto. Varia muito conforme a marca.
Maquiagem: Todas as marcas internacionais vão estar a venda na esquina da sua casa, mesmo que você more em uma cidade de 20 mil habitantes. Tem para todos os gostos e para todos os bolsos.
Biquínis: Os biquínis alemães tem um corte diferente, mas depois de três anos eu devo confessar que passei a gostar deles. São mais conservadores, mas refletem a cultura local: a praia não é o mesmo festival hedonista do Brasil. É um espaço democrático, pra gente que vai do PP ao GGG. A parte de cima do biquíni é, muitas vezes, uma blusinha: bem interessante pra quem quer a versatilidade de duas peças e a sobriedade de um maiô. As cores também são outras: mais sóbrias. E por aqui, ninguém vai se preocupar com o que você está usando ou não. Na verdade, se não quiser usar nada, tem praias e parques nudistas em todos os cantos...
Havaianas: Sim, traga uma. Traga duas até. Bem estampadas, coloridas, lindas e deixe todos com inveja. Já vi pra vender por aqui aquelas de cor lisa por módicos 34 euros. To fora. Claro que existem chinelos de dedo na Alemanha (2 pares por 1 euro na Primark), mas não tem o menor charme...
Sapatos: esqueça todos os seus saltos e enfie na mala apenas um sapato de festa. Por aqui você vai andar muito e certamente vai adotar um estilo mais confortável de se vestir. No dia-a-dia, as mulheres usam sapatilhas e mesmo tênis (sequinhos, sem ter cara de academia) para tudo. A noite, sapatos de bico arredondado e saltos grossos. Mas no geral, você vai precisar de coisas bem confortáveis para andar muito quase todos os dias. Ah, por fim, uma boa bota de couro, sem salto, pode ser um bom coringa na mala: compre um número maior ao menos para poder colocar uma palmilha de lã de carneiro e usar com meias bem grossas. Assim, elas seguram a onda no outono ou mesmo nos dias sem neve do inverno. Quando começar a neve, melhor investir em um sapato com boas garras para evitar tombos. Também botas com forro de lã. Mas isso tudo é mais barato por aqui do que no Brasil.
Casacos: Não compre casacos no Brasil. Só um para a chegada, caso já esteja friozinho. Os casacos brasileiros tem um corte diferente, normalmente com um decote em V e que não serve para dias de -10. Você precisa de algo que feche até o pescoço e tenha proteções para não entrar vento pelas abotoaduras. Além disso, na C&A, HM e outras tantas, um casaco bom custa a partir de 40 euros (e no Brasil não sai por menos de 300 reais, eu acho). Lojas populares, como a KIK e a Primark, vendem jaquetas forradas, de nylon, que seguram bem os dias de neve, a partir de 7 euros.
Calças: esqueça as calças jeans de cintura baixa do Brasil. Deixe todas em casa. Ou traga uma para o verão. Já vi muitas brasileiras sofrerem de cistite por aqui logo na chegada: blusas meio curtas + calças baixas = costas desprotegidas. E no mais, ninguém usa isso por aqui: você pode não notar nos primeiros dias, mas esse visual começa a parecer vulgar quando você ajusta o olho aos padrões da moda local. Não é implicância minha, eu juro! ;)
Período menstrual, contracepção e afins:
Anticoncepcionais: Só são vendidos com receita e, de um modo geral, mais baratos que no Brasil. No entanto, as receitas são para três ou seis meses (e você precisa pagar a taxa de marcação de consulta para visitar o médico que vai te dar a receita. Além disso, se der o azar de seu medico estar de férias, ninguém vai te dar a receita sem te examinar antes). Só pra deixar claro: como as receitas são para três ou seis meses, você vai ter que comprar todas as cartelas de uma única vez. A dica é: traga comprimidos para uns seis meses, até se acostumar com o sistema médico daqui e achar um ginecologista de sua confiança.
Remédios para cólica: Buscopam e Paracetamol são vendidos em farmácia sem receita (são poucos os remédios que você compra assim). Também existem chás para cólicas vendidos em farmácias.
Depressão de inverno:
Ficar triste no inverno não é frescura: é um fenômeno cientificamente reconhecido e muitos passam por isso quando os dias ficam muito curtos. Bom, não é uma exclusividade feminina, mas nas conversas com o pessoal aqui acabei percebendo que as mulheres parecem ser mais suscetíveis a ausência de luz e muitos dias sem ver uma única pontinha de azul no céu. Eu adotei duas coisas como tratamento: Sonnestudio (aquelas câmeras de bronzeamento artificial, já que você precisa de determinadas ondas de luz para processar vitamina D), mas a mais fraquinha e só por três minutos. A idéia não é ficar laranja e sim se sentir mais feliz. E, junto com isso, comprimidos de Johaniskräuter (Erva de São João, no Brasil), um antidepressivo natural e que, por aqui, vende até no supermercado.
Pronto. O post ficou compridão... Mas acho que tem algumas dicas úteis pra quem está se preparando pra cruzar o oceano. Como eu disse lá em cima, sugestões, adições, perguntas e críticas são bem vindas.
sábado, 6 de agosto de 2011
Alemanha / Brasil: A saga das passagens (texto pessoal e sem dicas)
Escrever me acalma. Então estou escrevendo esse post com o simples intuito de ficar mais calma. Não são dicas, não são sugestões. É um desabafo de mim para comigo mesma: se quiser para de ler por aqui, sinta-se à vontade. Mas leve a mensagem final: se um dia ouvir falar em uma agência de turismo chamada SBTur, corra e fuja o quanto puder. Feito isso, um tchauzinho pra quem desistiu. Andiamo... pra quem ficou.
Existe gente sem experiência nesse mundo: e isso eu entendo. Eu mesma sou nova no meu trabalho e as pessoas se esmeram em me explicar o que preciso aprender. E eu me esforço pra fazer bem feito: e se não sei como fazer, pergunto pra quem sabe. Mas existe também gente burra, preguiçosa e de má vontade: e pra esse tipo de gente, eu não tenho paciência. Em geral eu não tenho muita paciência – embora alguns dos meus amigos mais queridos digam que eu tenho uma paciência de Jó... eles não são fontes confiáveis o bastante pra afirmar isso (gostam de mim como eu sou mesmo, então viram suspeitos. Suspeitíssimos). Mas confesso que esta semana a minha foi testada ao limite.
Minha mãe, toda fofa – e apertando as contas até onde pode – nos deu de presente as passagens para o Brasil, para passarmos uma temporada por lá entre o fim do mestrado e o começo do doutorado. Como ela queria fazer as coisas parceladas – já que a conta de dois marmanjos de lá pra cá no oceano é bem grande, decidiu fazer por uma agência de turismo da cidade com a qual ela já havia negociado antes.
Bom, eu mandei uma série de opções maleáveis de ida e volta (horários e mesmo trajetos), com o pedido encarecido de que as sorridentes vendedoras da agência (ao menos penso que devam ser, já que só tratei com elas por e-mail e MSN) conseguissem um voo com franquia de duas malas por passageiro (mesmo que de 23kg, padrão para voos saindo da Europa) ou me passassem o custo de uma mala extra por pessoa, caso não conseguissem.
Depois de uma semana de e-mails indo e voltando com as opções mais bizarras do mundo – e a afirmação cabal de que não existiam voos com duas malas – eu perdi a paciência pela primeira vez e fui procurar o voo que eu queria. Pela TAP, já fica a dica, a franquia é sempre de duas malas: liguei antes para confirmar! Mandei um e-mail no modelo “à prova de idiotas”. Quero o voo numero tal, da companhia tal, que sai dia tal, hora tal (para todos os roteiros). Recebo a proposta orçada, com voos trocados, uma mistura de TAP e Lufthansa (que me tiraria a franquia de duas malas de porão) e com conexões de 50 minutos em aeroportos internacionais da Europa. Isso mesmo: 50 minutos entre o horário de pouso do voo A e a decolagem do voo B. Eu ri. Eu chorei. Eu me descabelei.
Como assim, 50 minutos de conexão para atravessar um aeroporto gigante? E... mesmo que eu passe os próximos três meses treinando maratona diariamente e aumente minhas chances, alguém ai me conta uma única história de conexões tão curtas em que a mala foi trocada perfeitamente de avião... Se tiver uma, vou imprimir e colocar ao lado dos livros de contos de fadas...
Depois de mais uma coleção de e-mails discutindo e dizendo que tudo o que eu queria eram os voos que eu havia mandado, fechamos negócio. Exorbitantemente mais caro que os valores diretos com a companhia pela internet... mas enfim, fechado. Isso foi na segunda-feira.
Na terça-feira , minha mãe passou na tal da agência e, por ser uma pessoa de um coração inexplicavelmente bom, levou até um docinho para as vendedoras sorridentes tomarem um café. A minha mãe tem um dom de achar que todo mundo está fazendo um favor enorme pra ela: nem que esse favor seja aturar a minha chatice de cliente que quer comprar um produto específico.
Diferenças familiares a parte, uma vez, fechado o negócio, eu peço que me enviem os vouchers, a reserva ou qualquer coisa... porque a minha confiança no trabalho das mocinhas sorridentes é... digamos... nenhuma. Depois de tantas provas anteriores de “competência”. A essa altura, minha paciência renovada diariamente por pedidos emotivos da minha mãe já havia ido para o espaço. Mas como tenho consideração, soltei meus cachorros e minha raiva apenas nas conversas como meu marido. Coitado.
Long story short... Hoje é sexta-feira e, depois de uns 10 pedidos – por msn, e-mail, telefone – eu recebo um sinal de vida da mocinha sorridente da agência. Ela me manda um e-mail com o título “CONFIRMAÇÃO”. No corpo da mensagem, as datas, códigos de aeroporto QUE EU MANDEI PRA ELA colados... e só. Nem número, nem recibo, nem voucher, nem reservas, nem porra nenhuma (já me desculpando pelo palavrão, mas me valendo de que isso é um desabafo). As passagens estão pagas: metade a vista, outra metade aprovadas pela operadora de cartão de crédito...
Então, o que eu faço daqui de longe? Choro? Começo a rir nervoso? Xingo muito no Twitter (tá, isso eu já fiz) ou espero até segunda-feira para que, quem sabe, a mocinha sorridente seja capaz de me mandar as passagens por e-mail? To tão P da vida, que minha vontade é de listar todos os palavrões que eu conheço, de A a Z e mandar pra mocinha sorridente, pra chefe dela, pra coordenadora dela, pro dono da agência, pro dono do avião. Se a desculpa é que a pessoa é inexperiente... valha-me: que alguém com experiência (aka QI) possa ajudar na empreitada né. Afinal, se eu tivesse comprado pela internet, a coisa toda teria custado muito menos e a mocinha sorridente (ok, nem tão mocinha) neste momento seria eu.
Obrigada SBTur de Blumenau, por transformar os planos de uma viagem de férias em um momento extremamente estressante para mim, para minha mãe, para o meu marido. Se vocês não tem a competência de vender e expedir dois simples bilhetes aéreos que o seu cliente fez o favor de achar já que nem isso vocês conseguiram, por favor, fechem as portas. Eu nunca precisei lidar por tanto tempo com tanta gente burra, preguiçosa e de má vontade. No fim das contas, acho que a única pessoa idiota nessa história toda sou eu. Tenham um ótimo final de semana no meu lugar.
Ah... e se alguma mocinha sorridente da SBTur (que agora deve estar menos sorridente) ler esse texto, sinta-se a vontade para usar os comentários e me responder. Eu vou me sentir extremamente aliviada em receber todos os tickets, ver que vocês fizeram tudo corretamente (mesmo que cobrando bem por isso) e que esse texto todo não passa de ansiedade. Eu não sou uma pessoa teimosa: aceito mudar de opinião, mas preciso que provem que eu estou errada...
Existe gente sem experiência nesse mundo: e isso eu entendo. Eu mesma sou nova no meu trabalho e as pessoas se esmeram em me explicar o que preciso aprender. E eu me esforço pra fazer bem feito: e se não sei como fazer, pergunto pra quem sabe. Mas existe também gente burra, preguiçosa e de má vontade: e pra esse tipo de gente, eu não tenho paciência. Em geral eu não tenho muita paciência – embora alguns dos meus amigos mais queridos digam que eu tenho uma paciência de Jó... eles não são fontes confiáveis o bastante pra afirmar isso (gostam de mim como eu sou mesmo, então viram suspeitos. Suspeitíssimos). Mas confesso que esta semana a minha foi testada ao limite.
Minha mãe, toda fofa – e apertando as contas até onde pode – nos deu de presente as passagens para o Brasil, para passarmos uma temporada por lá entre o fim do mestrado e o começo do doutorado. Como ela queria fazer as coisas parceladas – já que a conta de dois marmanjos de lá pra cá no oceano é bem grande, decidiu fazer por uma agência de turismo da cidade com a qual ela já havia negociado antes.
Bom, eu mandei uma série de opções maleáveis de ida e volta (horários e mesmo trajetos), com o pedido encarecido de que as sorridentes vendedoras da agência (ao menos penso que devam ser, já que só tratei com elas por e-mail e MSN) conseguissem um voo com franquia de duas malas por passageiro (mesmo que de 23kg, padrão para voos saindo da Europa) ou me passassem o custo de uma mala extra por pessoa, caso não conseguissem.
Depois de uma semana de e-mails indo e voltando com as opções mais bizarras do mundo – e a afirmação cabal de que não existiam voos com duas malas – eu perdi a paciência pela primeira vez e fui procurar o voo que eu queria. Pela TAP, já fica a dica, a franquia é sempre de duas malas: liguei antes para confirmar! Mandei um e-mail no modelo “à prova de idiotas”. Quero o voo numero tal, da companhia tal, que sai dia tal, hora tal (para todos os roteiros). Recebo a proposta orçada, com voos trocados, uma mistura de TAP e Lufthansa (que me tiraria a franquia de duas malas de porão) e com conexões de 50 minutos em aeroportos internacionais da Europa. Isso mesmo: 50 minutos entre o horário de pouso do voo A e a decolagem do voo B. Eu ri. Eu chorei. Eu me descabelei.
Como assim, 50 minutos de conexão para atravessar um aeroporto gigante? E... mesmo que eu passe os próximos três meses treinando maratona diariamente e aumente minhas chances, alguém ai me conta uma única história de conexões tão curtas em que a mala foi trocada perfeitamente de avião... Se tiver uma, vou imprimir e colocar ao lado dos livros de contos de fadas...
Depois de mais uma coleção de e-mails discutindo e dizendo que tudo o que eu queria eram os voos que eu havia mandado, fechamos negócio. Exorbitantemente mais caro que os valores diretos com a companhia pela internet... mas enfim, fechado. Isso foi na segunda-feira.
Na terça-feira , minha mãe passou na tal da agência e, por ser uma pessoa de um coração inexplicavelmente bom, levou até um docinho para as vendedoras sorridentes tomarem um café. A minha mãe tem um dom de achar que todo mundo está fazendo um favor enorme pra ela: nem que esse favor seja aturar a minha chatice de cliente que quer comprar um produto específico.
Diferenças familiares a parte, uma vez, fechado o negócio, eu peço que me enviem os vouchers, a reserva ou qualquer coisa... porque a minha confiança no trabalho das mocinhas sorridentes é... digamos... nenhuma. Depois de tantas provas anteriores de “competência”. A essa altura, minha paciência renovada diariamente por pedidos emotivos da minha mãe já havia ido para o espaço. Mas como tenho consideração, soltei meus cachorros e minha raiva apenas nas conversas como meu marido. Coitado.
Long story short... Hoje é sexta-feira e, depois de uns 10 pedidos – por msn, e-mail, telefone – eu recebo um sinal de vida da mocinha sorridente da agência. Ela me manda um e-mail com o título “CONFIRMAÇÃO”. No corpo da mensagem, as datas, códigos de aeroporto QUE EU MANDEI PRA ELA colados... e só. Nem número, nem recibo, nem voucher, nem reservas, nem porra nenhuma (já me desculpando pelo palavrão, mas me valendo de que isso é um desabafo). As passagens estão pagas: metade a vista, outra metade aprovadas pela operadora de cartão de crédito...
Então, o que eu faço daqui de longe? Choro? Começo a rir nervoso? Xingo muito no Twitter (tá, isso eu já fiz) ou espero até segunda-feira para que, quem sabe, a mocinha sorridente seja capaz de me mandar as passagens por e-mail? To tão P da vida, que minha vontade é de listar todos os palavrões que eu conheço, de A a Z e mandar pra mocinha sorridente, pra chefe dela, pra coordenadora dela, pro dono da agência, pro dono do avião. Se a desculpa é que a pessoa é inexperiente... valha-me: que alguém com experiência (aka QI) possa ajudar na empreitada né. Afinal, se eu tivesse comprado pela internet, a coisa toda teria custado muito menos e a mocinha sorridente (ok, nem tão mocinha) neste momento seria eu.
Obrigada SBTur de Blumenau, por transformar os planos de uma viagem de férias em um momento extremamente estressante para mim, para minha mãe, para o meu marido. Se vocês não tem a competência de vender e expedir dois simples bilhetes aéreos que o seu cliente fez o favor de achar já que nem isso vocês conseguiram, por favor, fechem as portas. Eu nunca precisei lidar por tanto tempo com tanta gente burra, preguiçosa e de má vontade. No fim das contas, acho que a única pessoa idiota nessa história toda sou eu. Tenham um ótimo final de semana no meu lugar.
Ah... e se alguma mocinha sorridente da SBTur (que agora deve estar menos sorridente) ler esse texto, sinta-se a vontade para usar os comentários e me responder. Eu vou me sentir extremamente aliviada em receber todos os tickets, ver que vocês fizeram tudo corretamente (mesmo que cobrando bem por isso) e que esse texto todo não passa de ansiedade. Eu não sou uma pessoa teimosa: aceito mudar de opinião, mas preciso que provem que eu estou errada...