E a quarta coluna saiu na edição impressa do Santa, que fica toda disponível aqui, e também no blog Esquenta da Oktober.
Bicicleta
A bicicleta é parte importante do dia-a-dia dos alemães. Crianças, jovens, adultos de todas as profissões, pais rebocando carrinhos de bebês e mesmo pessoas muito idosas não abrem mão desse meio de transporte, nem mesmo sob os dias mais rigorosos de inverno. Há ciclovias em quase todas as cidades, bem sinalizadas e espaço para guardar as bicicletas nos arredores das estações de trem. E como por aqui, na Oktoberfest, os alemães não abrem mão de decorar suas “magrelas”: na chegada da primavera, elas ganham flores nos guidões, cestinhos e mesmo entre as rodas. E se for passear pela Alemanha, fique atento: as faixas vermelhas nas calçadas são exclusividade delas e quem invade leva uma buzinada! Além disso, para pedalar é preciso usar o lado correto da via, ter buzina, luzes e freios em ordem. Para a falta de cada equipamento a multa começa em 10 euros (quase 25 Reais).
Ir e vir
Blumenau enxerga a Alemanha como espelho e, seja pela preservação da tradição dos colonizadores – ou copiando elementos mais recentes da cultura do Velho Mundo – emula a arquitetura, a gastronomia, a dança e tantos outros elementos de lá. Mas deveria copiar mais e não se manter apenas no aspecto cultural: pensar de um jeito um pouco mais alemão na hora de ir e vir traria uma sensível mudança na qualidade de vida de toda a cidade. Uma pesquisa recente, publicada pela Escola Superior de Economia em Bergisch Gladbach mostra que os carros estão perdendo importância para os alemães.
Símbolo de status
Enxergar o carro como um símbolo de status era um comportamento comum entre os anos 60 e 80 na Alemanha. Atualmente, o número de jovens que faz a carteira de motorista e que planeja comprar um veículo cai significativamente: entre 30 e 40% dos jovens alemães que vivem em centros urbanos não tem qualquer intenção de possuir um automóvel. Essa transformação não está unicamente relacionada à eficiência do transporte coletivo. Claro que isso conta muito, mas são outros objetos de desejo – muito mais inofensivos! – que estão em evidência: celulares inteligentes e computadores tablet. Ter um carro não faz o alemão se sentir melhor, mais importante que o vizinho ou mais bonito. Enquanto isso, Blumenau se torna intransitável e difícil de viver...
Pra onde eu vou?
Há mais cultura alemã a ser assimilada por Blumenau. Coisas simples e sem uma demanda elevada de investimentos públicos, até mesmo para melhorar o transporte. Na Alemanha, as empresas locais oferecem um planejador de viagens em seu sites, mas há ainda um de abrangência nacional: www.fahrplaner.de. É só incluir o endereço de e o de chegada: em um clique a informação das linhas necessárias, horários e melhores conexões está disponível (incluindo um mapa com o percurso do endereço citado até o ponto de ônibus). Já nas estações, a informação está disponível em cartazes que seguem o tradicional modelo de mapa de metrô mesmo em cidades que são servidas apenas por ônibus.
Tem ônibus?
Horário de ônibus é fundamental: ninguém gosta de esperar. Estimar o horário em que o ônibus costuma alcançar cada um dos pontos não parece ser uma tarefa tão hercúlea. Saber exatamente a que horas vai chegar o próximo transporte é algo que estimula o uso dos coletivos. Na Alemanha isso tem importância dupla. Quando os placares eletrônicos informam qualquer atraso – mesmo que seja de 1 minuto – a agitação começa na plataforma e o condutor do trem vai enfrentar caras azedas na chegada: alemães são extremamente pontuais . Essa pontualidade dos transportes também é importantíssima no inverno: com temperaturas muitos graus abaixo de zero, ninguém aguenta ficar esperando por muito tempo sem congelar.
Diz o ditado
"Fahre wie der Teufel, und du wirst ihn bald treffen."
“Dirija como o diabo e em breve te encontrarás com ele.”
E a fotinho abaixo foi em um dia de muita neve em Bremen, nos arredores do Jardim Botânico:
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