Novos olhares: viajar pode ser simplesmente olhar pra fora da janela
Viajar é
quase um vício. Quanto mais se anda por aí, mais se percebe a imensidão do
mundo. Quem gosta de viajar passa o caminho de volta inteiro planejando a
próxima viagem. Existe uma expressão em alemão que eu gosto muito e que define esse sentimento: Wanderlust. Wander, em alemão, é caminhar, fazer uma trilha, bater perna por ai. Lust é vontade, ânsia por alguma coisa. Juntando tudo, é quase como um desejo de sair por ai, sem rumo certo, sem saber o que vem pela frente. É um desejo forte de ver o mundo.
Mas viajar não significa ir longe e nem ter muito dinheiro.
Viajar é, sobretudo, uma questão de olhares e por isso queria lançar o desafio
de ser turista por um dia em sua própria cidade, aproveitando para celebrar o
Dia Mundial do Turismo (27 de setembro).
É simples
assim: escolha um dia de folga. Um domingo, de lojas fechadas, ruas tranquilas.
Coloque um calçado bem confortável, pegue a máquina fotográfica e saia para turistar pelas ruas do Centro, onde se
passa todos os dias. A ideia é olhar e ver. Ver com a alma e depois
compartilhar com os amigos o que se viu: em blog, no Facebook, no Istagram. Que
tal usar a hashtag #TurismoSemViajar e #DeVoltaANaveMãe!??!
Desde que
viemos morar na Alemanha essa tem sido uma tarefa bem comum em todas as cidades
que moramos. Quando recebemos visita, fazemos os passeios turísticos da cidade.
Vamos às ruas principais, aos museus, à prefeitura: e sempre me sinto feliz em
fazer isso, porque sempre vejo uma coisa que não tinha visto antes.
Claro que
em algumas cidades há mais coisas para ver do que em outras, mas a ideia do
desafio é olhar a própria cidade com o olhar de turista. Antes de sair, de uma
lida no site de turismo da cidade. Espie a Wikitravel. Vale até comprar um guia
turístico ou imprimir as páginas com explicações sobre os prédios históricos,
os monumentos, aquelas estátuas que a gente sempre passa na frente e nunca vê. Passe o dia caminhando, curtindo, como se
fosse uma cidade nova. Sem pressa e deixando que os olhos vejam aquilo que
nunca tem tempo de ver.
Faço isso
sempre aqui em Weimar. Tento passar por ruas diferentes, mesmo que isso
adicione 200 metros a mais no meu caminho. E sempre encontro surpresas. Mas turistei também na última vez que fui a
Blumenau, minha cidade natal. Claro que tem muito a ser feito – ver a cidade
com os olhos de turista permite entender que imagem os visitantes levam dela. Mas
mais do que isso: é sentir o prazer de viajar sem ter que pegar um avião.
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