sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Desafio do turismo sem viajar: para aprender a ver o mundo é preciso conhecer a própria vizinhança

Novos olhares: viajar pode ser simplesmente olhar pra fora da janela

Viajar é quase um vício. Quanto mais se anda por aí, mais se percebe a imensidão do mundo. Quem gosta de viajar passa o caminho de volta inteiro planejando a próxima viagem. Existe uma expressão em alemão que eu gosto muito e que define esse sentimento: Wanderlust. Wander, em alemão, é caminhar, fazer uma trilha, bater perna por ai. Lust é vontade, ânsia por alguma coisa. Juntando tudo, é quase como um desejo de sair por ai, sem rumo certo, sem saber o que vem pela frente. É um desejo forte de ver o mundo. 

Mas viajar não significa ir longe e nem ter muito dinheiro. Viajar é, sobretudo, uma questão de olhares e por isso queria lançar o desafio de ser turista por um dia em sua própria cidade, aproveitando para celebrar o Dia Mundial do Turismo (27 de setembro).

É simples assim: escolha um dia de folga. Um domingo, de lojas fechadas, ruas tranquilas. Coloque um calçado bem confortável, pegue a máquina fotográfica e saia para turistar pelas ruas do Centro, onde se passa todos os dias. A ideia é olhar e ver. Ver com a alma e depois compartilhar com os amigos o que se viu: em blog, no Facebook, no Istagram. Que tal usar a hashtag #TurismoSemViajar e #DeVoltaANaveMãe!??!

Desde que viemos morar na Alemanha essa tem sido uma tarefa bem comum em todas as cidades que moramos. Quando recebemos visita, fazemos os passeios turísticos da cidade. Vamos às ruas principais, aos museus, à prefeitura: e sempre me sinto feliz em fazer isso, porque sempre vejo uma coisa que não tinha visto antes.

Claro que em algumas cidades há mais coisas para ver do que em outras, mas a ideia do desafio é olhar a própria cidade com o olhar de turista. Antes de sair, de uma lida no site de turismo da cidade. Espie a Wikitravel. Vale até comprar um guia turístico ou imprimir as páginas com explicações sobre os prédios históricos, os monumentos, aquelas estátuas que a gente sempre passa na frente e nunca vê.  Passe o dia caminhando, curtindo, como se fosse uma cidade nova. Sem pressa e deixando que os olhos vejam aquilo que nunca tem tempo de ver.

Faço isso sempre aqui em Weimar. Tento passar por ruas diferentes, mesmo que isso adicione 200 metros a mais no meu caminho. E sempre encontro surpresas. Mas turistei também na última vez que fui a Blumenau, minha cidade natal. Claro que tem muito a ser feito – ver a cidade com os olhos de turista permite entender que imagem os visitantes levam dela. Mas mais do que isso: é sentir o prazer de viajar sem ter que pegar um avião.

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