Faz pouco mais de um ano que vim pra Portugal pela primeira vez. Minha irmã mora aqui, tem uma família portuguesa ‘bué da fixe’ e mostrou o país inteirinho pra mim: se não o país todo, ao menos muito mais do que a maioria dos lusitanos já teve a chance de conhecer. Mas minha relação com Portugal vem de muito antes e não apenas dos livros de história ou da literatura estudada para o vestibular há muitos anos.
Eu tenho uma tia portuguesa e desde pequena a culinária da terrinha permeava as tradições brasileiras: bolo rei, pastéis de nata e bacalhau. Mas a música foi uma referência maior: eu passei a minha infância e pré-adolescência ouvindo Roberto Leal. Na verdade, apesar de ter alguns em casa, ouvindo um único disco dele, infinitas vezes. Minha irmã ganhou o tal do LP, não sei de quem, não sei de onde, mas eu e uma vizinha da mesma idade passamos tardes inteiras ouvindo repetidas vezes as mesmas canções.
A primeira música do Lado A era a Dança do Tiro Liro... “Tiro liro liro, é tudo muito giro!” E na época, no meu vocabulário de menina, “giro” era tão somente o verbo girar. Depois havia uma canção chamada “Férias em Portugal”. Essa era especial: uma balada romântica que eu e a fiel escudeira da infância, dançávamos de rosto colado com a capa do disco do gajo :D. Era dupla: trocávamos a cada vez, já que uma tinha uma foto grande e a outra tinha que contentar-se com o Roberto Lealzinho: injustiça.
Essa música em especial descrevia cada “sítio” do país: “Um país de amor, recordações. Em Coimbra ouvir velhas canções. Capas negras vestem ilusões. Castelos de história e tradições. Rio d’Ouro e Porto mais além. Nas aldeias tudo corre bem. No Algarve as noites de sol e de verões, não cabem em mil canções”. A letra deve ter erros, como as outras que estão por vir, porque escrevo o que está na memória: e cada frase dessas, depois, virou um cenário pelas andanças por esse país tão lindo. E tinha mais: “Carapaus, vinho verde e companhia. É uma noitada numa tasca em Portugal. Um fandango, caldo verde à Mouraria. Carapaus, vinho verde e companhia”.
Neste Natal não teve carapaus: teve bacalhau, vinho verde e companhia. Muita companhia – da família portuguesa que ganhamos de presente – e muito vinho verde. E depois de algumas taças de “Binho Berde”... todas as histórias ai de cima deixaram os recantos da minha memória e acabaram degustadas das entradas à sobremesa. Corei, fiquei vermelha, roxa e dei muitas risadas. E mal sabia que isso era apenas o começo.
E no meio de tanta conversa, fui eu a ganhar a primeira prenda da noite, mesmo com todos os pacotes ainda fechados sob a árvore. Chega o dono da casa, com o celular em punho e me passa uma chamada. Do outro lado da linha, a pessoa mais improvável do mundo: quem me deseja feliz natal todo simpático era o próprio Roberto Leal! :)
Enquanto na infância meus coleguinhas de escola dançavam ao som do Balão Mágico, eu me requebrava no Tiro-liro. Foi pra mim, como seria para a maioria, mais ou menos como a Simony ou o a Xuxa telefonarem. Inusitado é pouco! E, me perdoem a tietagem tão démodé: mas foi uma surpresa prá lá de feliz.
E agora, vou mesmo andar pelas ruas lisboetas com outro ritmo: “Subo a viela, toda enfeitada, roupa estendida pelos balcões e uma janela iluminada, que cheira a vinho, tascas e canções”...
domingo, 26 de dezembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Consulado itinerante I: Nunca vi tanto brasileiro por metro quadrado
Hoje foi dia de Consulado Itinerante em Hamburgo. O que é isso? Hamburgo, Bremen e todo o Norte da Alemanha pertencem à jurisdição consular da Embaixada Brasileira em Berlim: isso quer dizer que qualquer pessoa daqui precisa ir até a Capital alemã para solucionar suas questões burocráticas ligadas ao Brasil. Então, para evitar o deslocamento (e o gasto), umas duas ou três vezes por ano, a embaixada organiza um dia de atendimentos em Hamburgo (e em outras cidades também) e leva seus serviços aos brasileiros espalhados pela Alemanha. Eu precisava renovar meu passaporte, prestes a vencer, e aproveitei a oportunidade (veja aqui as regras para renovar seu passaporte no exterior). Ai que começa a história.
Definitivamente, estou desacostumada com o Brasil e a ver um monte de brasileiros juntos. Claro que tenho amigos brasileiros aqui: mas exceto por um jogo de futebol (a fatídica derrota para a Holanda, na Copa), nunca tinha visto tantos de uma vez só. Como são (somos!?) barulhentos! Essa foi minha primeira impressão. E desorganizados (apesar dos esforços dos voluntários em organizar filas e listas de chegada). Embora eu tenha levado 100% dos documentos prontos para fazer o passaporte (é só ler as explicações de cabo a rabo!), acabei na lista errada (a de quem tinha os documentos incompletos) e esperei quase duas horas por um atendimento que levou, de fato, três minutos.
O tempo de espera não foi chato, preciso dizer. O Joatan foi comigo e já na HBF de HH (Estação central de trens de Hamburgo) encontramos a Rebecca, sempre parceira pelas andanças pela segunda maior cidade da Alemanha. Já na escola que funcionou como sede do consulado, havia marcado de conhecer a Melize – mais simpática ainda pessoalmente. Então, as horas passaram correndo com uma conversa animada, troca de experiências e receitas alemãs e brasileiras.
Mas esse comentário todo é basicamente um post introdutório a fim de contextualizar observações mais ‘antropológicas’. Mas isso vem em seguida. Por hora, basta uma lista de sugestões: slots para a marcação de hora via internet; senhas de papel e não listas malucas; uma caixa de som com microfone pra poupar a voz das voluntárias que se descabelavam pra ser ouvidas no meio da barulheira sem fim dos brasileiros... e uma quituteira vendendo coxinhas, risolis, pastel e brigadeiros na porta (da pra enriquecer! Ehheeheh).
No geral, o dia de sol congelante de Hamburgo (terminei com as bochechas mordidas por que congelaram e eu não percebi que me machucava) foi, enfim, divertido. Mas não sei como seria voltar para o Brasil nesse minuto. Saudades da família e dos amigos são imensas e deixam o coração apertado, mas tem uma série de ‘coisinhas’ que não fazem a menor falta...
Para ilustrar esse post, um print screen do site da Embaixada Brasileira em Berlim: nada pode ser mais horroroso e amador! Vergonha total!!!!
Definitivamente, estou desacostumada com o Brasil e a ver um monte de brasileiros juntos. Claro que tenho amigos brasileiros aqui: mas exceto por um jogo de futebol (a fatídica derrota para a Holanda, na Copa), nunca tinha visto tantos de uma vez só. Como são (somos!?) barulhentos! Essa foi minha primeira impressão. E desorganizados (apesar dos esforços dos voluntários em organizar filas e listas de chegada). Embora eu tenha levado 100% dos documentos prontos para fazer o passaporte (é só ler as explicações de cabo a rabo!), acabei na lista errada (a de quem tinha os documentos incompletos) e esperei quase duas horas por um atendimento que levou, de fato, três minutos.
O tempo de espera não foi chato, preciso dizer. O Joatan foi comigo e já na HBF de HH (Estação central de trens de Hamburgo) encontramos a Rebecca, sempre parceira pelas andanças pela segunda maior cidade da Alemanha. Já na escola que funcionou como sede do consulado, havia marcado de conhecer a Melize – mais simpática ainda pessoalmente. Então, as horas passaram correndo com uma conversa animada, troca de experiências e receitas alemãs e brasileiras.
Mas esse comentário todo é basicamente um post introdutório a fim de contextualizar observações mais ‘antropológicas’. Mas isso vem em seguida. Por hora, basta uma lista de sugestões: slots para a marcação de hora via internet; senhas de papel e não listas malucas; uma caixa de som com microfone pra poupar a voz das voluntárias que se descabelavam pra ser ouvidas no meio da barulheira sem fim dos brasileiros... e uma quituteira vendendo coxinhas, risolis, pastel e brigadeiros na porta (da pra enriquecer! Ehheeheh).
No geral, o dia de sol congelante de Hamburgo (terminei com as bochechas mordidas por que congelaram e eu não percebi que me machucava) foi, enfim, divertido. Mas não sei como seria voltar para o Brasil nesse minuto. Saudades da família e dos amigos são imensas e deixam o coração apertado, mas tem uma série de ‘coisinhas’ que não fazem a menor falta...
Para ilustrar esse post, um print screen do site da Embaixada Brasileira em Berlim: nada pode ser mais horroroso e amador! Vergonha total!!!!
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Considerações sobre preconceito em Portugal e na Europa
Existe sim preconceito contra brasileiros em Portugal, como existe preconceito contra imigrantes em toda a Europa. Cada país discrimina os que estão em número maior: Em Portugal são os brasileiros, na Alemanha, os turcos, na França os africanos, em geral. Não diferente da forma como o Sudeste vê o Nordeste ou como o Florianópolis discrimina gaúchos e Argentinos. Quanto maior o volume de imigrantes de um certo país ou região, mais perceptível esse grupo se torna na sociedade e suas maneiras e costumes diferenciados acabam por ter ênfase.
O assassinato de um brasileiro em Portugal, vítima de um preconceito descabido, me deixou chocada e triste. O sentimento de desconforto com o diferente é latente, mas quando ganha vida e se transforma em violência, mostra sua face cruel. Esse caso noticiado pela mídia foi absurdo e mesquinho... Nada justifica tal atitude e espero que as autoridades portuguesas encontrem o responsável e que ele seja severamente punido. Nenhum tipo de discriminação pode passar impune: seja no Brasil (leia-se Mackenzie, Uniban e tantos outros), na Alemanha, em Portugal...
Mas é preciso fazer um contraponto! Não se pode julgar uma nação por um ato: não se pode chamar os alemães de nazistas só por serem alemães, por exemplo . Os portugueses, todos os que tive a chance de conhecer, são pessoas maravilhosas e sempre que estive na 'terrinha' fui muito bem recebida. Conheço mais de Portugal hoje do que a maioria dos portugueses, posso dizer com certeza. E tenho laços que vão além do turismo: ganhei uma família portuguesa, que não poderia melhor!
Também preciso falar que senti vergonha por ser brasileira muitas vezes por lá: cada vez que via alguém fazendo algo errado (jogando lixo no chão, não recolhendo o coco do cachorro na calçada, ouvindo música alta sem fones no trem, usando roupas vulgares, falando aos berros no telefone por horas seguidas em locais públicos, etc e tal...), era sempre brasileiro!
Verdade seja dita: se você decide morar em outro país, é você que precisa se adaptar às regras desse novo país. Se quiser viver do mesmo jeito que no Brasil e não está disposto a se adaptar, a assimilar novas culturas e novas formas de pensar, fique em casa. Nesse ponto, Portugal é muito mais tolerante que a Alemanha: há muito mais espaço para os brasileiros na sociedade de lá do que há para os turcos – ou mesmo os brasileiros – aqui na Alemanha.
No mais, boa educação funciona em qualquer parte do mundo: por favor, com licença e obrigada são a três primeiras palavras que você precisa aprender em qualquer idioma. No caso de Portugal, nem isso: você usa as mesmas que já aprendeu em casa. E caso não tenha aprendido, não vá para lugar nenhum do mundo para fazer feio. E respeito: esse vale dentro da sua casa e em qualquer lugar do planeta...
O assassinato de um brasileiro em Portugal, vítima de um preconceito descabido, me deixou chocada e triste. O sentimento de desconforto com o diferente é latente, mas quando ganha vida e se transforma em violência, mostra sua face cruel. Esse caso noticiado pela mídia foi absurdo e mesquinho... Nada justifica tal atitude e espero que as autoridades portuguesas encontrem o responsável e que ele seja severamente punido. Nenhum tipo de discriminação pode passar impune: seja no Brasil (leia-se Mackenzie, Uniban e tantos outros), na Alemanha, em Portugal...
Mas é preciso fazer um contraponto! Não se pode julgar uma nação por um ato: não se pode chamar os alemães de nazistas só por serem alemães, por exemplo . Os portugueses, todos os que tive a chance de conhecer, são pessoas maravilhosas e sempre que estive na 'terrinha' fui muito bem recebida. Conheço mais de Portugal hoje do que a maioria dos portugueses, posso dizer com certeza. E tenho laços que vão além do turismo: ganhei uma família portuguesa, que não poderia melhor!
Também preciso falar que senti vergonha por ser brasileira muitas vezes por lá: cada vez que via alguém fazendo algo errado (jogando lixo no chão, não recolhendo o coco do cachorro na calçada, ouvindo música alta sem fones no trem, usando roupas vulgares, falando aos berros no telefone por horas seguidas em locais públicos, etc e tal...), era sempre brasileiro!
Verdade seja dita: se você decide morar em outro país, é você que precisa se adaptar às regras desse novo país. Se quiser viver do mesmo jeito que no Brasil e não está disposto a se adaptar, a assimilar novas culturas e novas formas de pensar, fique em casa. Nesse ponto, Portugal é muito mais tolerante que a Alemanha: há muito mais espaço para os brasileiros na sociedade de lá do que há para os turcos – ou mesmo os brasileiros – aqui na Alemanha.
No mais, boa educação funciona em qualquer parte do mundo: por favor, com licença e obrigada são a três primeiras palavras que você precisa aprender em qualquer idioma. No caso de Portugal, nem isso: você usa as mesmas que já aprendeu em casa. E caso não tenha aprendido, não vá para lugar nenhum do mundo para fazer feio. E respeito: esse vale dentro da sua casa e em qualquer lugar do planeta...
domingo, 14 de novembro de 2010
Joelho de porco: nada pode ser mais alemão!
Joelho de porco é uma comida tipicamente alemã. Existem dezenas de receitas diferentes e nomes diferentes para o prato também: Eisbein, Haxe, Hachse, Hechse, Haspel, Hämmche, Bötel, Knöchla, Stelze, Schweinshaxn, Adlerhaxe, Gnagi... A receita mais tradicional é de Berlim: cozido e servido com chucrute (Sauerkraut). Li várias e resolvi inventar uma receita própria. Ficou bom... Mas é um daqueles pratos que você prepara só pra provar que pode e dificilmente vai se meter a fazer novamente. Não que seja difícil: pelo contrário, fácil demais. O complicado é digerir o negócio... :)
A receitinha aqui em casa foi feita com cerveja. Usei uma Mönchshof Weinachtsbier, que tem um sabor mais acentuado e isso ficou marcante no prato. Acredito que uma Pilsen tradicional deixaria o sabor mais leve e destacaria a carne, que por si só é bastante saborosa. Mas isso não interferiu no resultado final: foi aprovada :). Como não segui receita especifica, fica difícil dar a medida exata dos ingredientes, mas por alto, é mais ou menos assim...
Ingredientes:
1,5 kg de joelho de porco (Parece muito, mas o que se come são cerca de 40%, já que o restante é pele, gordura e osso).
1 garrafa de cerveja (500 ml)
Louro, alho, páprica doce em pó, pimenta e sal a gosto.
Preparo:
Temperei os joelhos e coloquei em salmoura na cerveja por cerca de 20 minutos. Depois, acomodei em um saco de assar (tipo assa fácil – eu nunca achei aqui na Alemanha e sempre peço que alguém traga pra mim do Brasil), coloquei o líquido dentro do saco também e fiz um cortezinho na parte superior para o vapor sair. Então, forno, a 180 graus, por três horas. Não precisa virar. É só deixar assando que fica uma beleza.
Acompanhamentos:
Preparei batatas cozidas. Cozinho com casca e sem sal e, depois, descasco, salgo e passo na manteiga com cebolinha verde, alho e salsinha para temperar. Também servi couve roxa (Rotkohl, de conserva mesmo!) e Meerrettich (raiz-forte) como tempero.
Pra sentir o gostinho do Brasil: receita de coxinha de frango deliciosa
Ontem foi dia de coxinha aqui em casa e ficou muito boa. Já tinha feito antes, uma única vez, mas o resultado não tinha sido tão bom. Esta semana, o Joatan achou uma matéria na Folha de São Paulo com uma receita que, dizem, é da melhor coxinha da cidade. Bom, ensinaram direitinho, mas deixaram algum detalhe de fora, porque, seguindo essa receita ao pé da letra, a massa não ficou igual ao vídeo e precisei de algumas adaptações de última hora. De qualquer forma, o vídeo original tem dicas ótimas: como ver a textura pra saber se a massa está pronta e como enrolar as coxinhas. Vale a pena assistir antes de por a mão na massa!
Também fizemos – a quatro mãos – umas adaptações no recheio, considerando que não se acha catupiry em lugar nenhum da Europa. Usamos os ingredientes locais e mesmo assim, foi uma das coxinhas mais gostosas que já comi na vida! Quer fazer também, segue ai a receita reduzida pela metade, que mesmo assim rende 20 coxinhas – o bastante para alimentar quatro famintos ou cinco pessoas com fome :)! Por fim, vale dizer que a mesma massa serve para fazer bolinhas de queijo: é só mudar o recheio por cubinhos do queijo que você preferir e modelar em forma de bolinhas. Todo o procedimento é o mesmo.
Aqui ta o vídeo que a Folha publicou:
Ingredientes para a massa:
400 gramas de farinha de trigo
1/2 litro de água (eu usei a água onde cozinhei os peitos de frango, para dar mais sabor)
75g de manteiga (ou margarina)
1/2 colher (sopa) de sal
Ingredientes para empanar:
1 ovo
250 ml de leite
Farinha de rosca (Paniertmehl)
500 ml de óleo para fritar
Preparo:
Aqueça a água (ou o caldo, no caso), derreta a manteiga e o sal. Quando começar a ferver, acrescente a farinha de trigo e mexa vigorosamente com um batedor de bolo para não criar pelotas. Vá mexendo sempre até a massa ficar em um tom meio transparente e não grudar na mão. Precisei de ajuda pra isso, já que a massa é muito mais pesada do que aparece no vídeo original. Também troquei o batedor de bolo por uma colher de pau bem forte no meio da função. Essa é a parte mais trabalhosa, mas fica uma beleza! Assim q ficar pronta, espalhe em uma travessa para que a massa esfrie e você possa modelar as coxinhas.
Ingredientes para o recheio:
400 gramas de peito de frango (usei Puten e ficou ótimo também)
2 dentes de alho
200 gramas de requeijão (Schmelkäse, vende no Lidl, Rewe, etc)
100 gramas de queijo ralado pra pizza (Emmentaler, gouda ou outro q preferir. Uso aqueles saquinhos que vem prontos :) )
Salsinha (Petersile, pode ser sequinha mesmo. O Real sempre vende)
Sal, páprica e temperos de sua preferência.
Preparo
Cozinhe o frango e desfie. Reserve a água do cozimento para fazer a massa, como já foi explicado. Em uma frigideira, refogue o alho em um fio de azeite, acrescente o frango desfiado, a salsinha e tempere como preferir. Eu usei primenta preta, páprica doce, um pouco de tempero em pó tipo caldo de frango. Deixe esfriar. Quando frio, misture as 100 gramas de queijo ralado e as 200 gramas de requeijão.
Montagem das coxinhas
Unte as mãos com óleo ou margarina para a massa não colar. Pegue uma porção com o tamanho aproximado de uma bolinha de golfe. Faça uma bolinha e depois achate. No centro da massa, coloque uma colherinha do recheio. Junte as bordas e modele a coxinha com o cuidado para não deixar nenhum buraco por onde o recheio possa sair e a gordura da fritura possa entrar.
Misture o leite com o ovo. Depois de modelar as coxinhas, coloque uma a uma nessa mistura e deixe por 1 ou 2 minutos (mais ou menos o tempo que você vai levar para modelar a próxima coxinha). Então, tire do leite e passa na farinha de rosca. Aproveite para dar mais uma modelada, acertando o formato. Modele todas as coxinhas e coloque lado a lado em uma travessa. Você pode congelar as coxinhas nesse estágio, se quiser.
Para fritar, coloque o óleo em uma frigideira pequena e alta – ou em uma panela pequena – de forma que as coxinhas possam fritar submersas em óleo e dourarem dos dois lados simultaneamente. Frite até ficarem em tom marrom-dourado e coloque para escorrer em uma travessa forrada com guardanapos. Aqui em casa, comemos com pimenta Sambal ou Tabasco. Delícia garantida! Podem perguntar para os vizinhos... :)
sábado, 6 de novembro de 2010
Receita de Natal: sem as frutas secas tradicionais, o melhor Stollen do mundo, de chocolate, nozes, castanhas e marzipã, é o meu!
O melhor Stollen do mundo – entre os que eu já provei, claro! – é o meu! Ehhehehe Sim, verdade e sem falsa modéstia. Pra quem não sabe, Stollen é uma espécie de panetone – um pão cheio de frutas cristalizadas, castanhas e, algumas vezes com recheio de marzipã – que se come no Natal. (Saiba mais em alemão ou em inglês) Aqui na Alemanha não é comum ver panetones à venda. Existem, claro, mas como artigos importados. A tradição é mesmo comer Stollen.
Como estou em uma fase que não sei pra onde a vida vai me levar (se vou embora, se fico na Alemanha, na Europa ou pra que canto do mundo sigo), ando empenhada em aprender as receitas típicas daqui e, de preferência, com ingredientes que eu possa encontrar mundo a fora. Por que assim, mesmo que eu vá embora, posso levar um pouco da Alemanha comigo e, em especial, o Natal daqui: que é perfumado, lindo, gelado.
Pra ser perfeito, só falta a família reunida. Mas não se pode ter tudo na vida.
Bom, voltado ao Stollen. As revistas de mulherzinha – que eu adoro comprar porque é uma forma não tão chata de estudar alemão – estão cheias de receitas. Desde o mais tradicional Stollen, com frutas cristalizadas, uva passa e marzipã, até outras criações, com pasta de papoula.
Esse ai é o mais tradicional deles, com a receita pra quem quiser se aventurar:
Achei uma outra receita bacana em uma dessas revistas em que o Stollen é enrolado como um rocambole – o que evita que todas as frutinhas parem no fundo dele (a página da revista com a receita tá no final desse post). Como o meu namorado não é muito fã de frutas secas, lembrei dos ‘chocotones’ do Brasil e fiz uma mistura: Stollen enrolado com chocolate ao leite, chocolate amargo, avelãs e recheio de marzipã. E eu juro: é o melhor que já provei nesse mundo!!!! Vai ai a receitinha (que não é nada difícil!)
Stolen de chocolate com avelãs e receio de marzipã
Ingredientes para dois Stollen de 30 centímetros:
Para a massa:
500 gramas de trigo (Na Alemanha, tipo 405)
125 ml de leite
1 cubo de fermento biológico fresco (aqui são 42 gramas. Não sei o tamanho dos cubos no Brasil)
100 gramas de açúcar
125 gramas de manteiga ou margarina
4 colheres de licor de amêndoas (opcional)
Para o recheio:
200 gramas de avelãs picadas grossamente (deve ficar ótimo também com castanhas do Pará)
100 gramas de chocolate meio amargo em barra (picado grosseiramente)
100 gramas de chocolate ao leite (picado grosseiramente)
150 gramas de massa de marzipã (opcional, mas por aqui é fácil achar: Marzipanrohmasse)
Para a cobertura:
2 colheres de manteiga ou margarina
Açúcar de confeiteiro pra polvilhar
Preparo:
Em uma bacia, coloque metade do trigo e faça um buraco no meio. Coloque cerca de 1/3 do açúcar e esfarele o cubo de fermento sobre o açúcar. Aqueça o leite a uma temperatura em que possa tocar nele (muito quente vai matar o fermento) e despeje cuidadosamente sobre o fermento esfarelado. Deixe o fermento levedar por cerca de 15 minutos. Acrescente o restante do trigo, o açúcar e a manteiga (ou margarina) derretida. Amasse como se fosse um pão, embora a massa fique bem mais mole. Se precisar, acrescente mais trigo até obter uma textura consistente o bastante para abrir com rolo, mas não dura demais. Deixe crescer por cerca de 40 minutos. Depois de crescida, divida a massa em duas partes e, em superfície polvilhada, abra com a ajuda de um rolo até que ela forme um retângulo com cerca de 30 centímetros de largura, uns 50 de comprimento e cerca de 2 a 3 milímetros de espessura.
Para o recheio, misture as avelãs e o chocolate picado e divida em duas partes, já que a receita é para montar dois rolos com cerca de 30 centímetros cada. Divida também o marzipã e faça uma ‘cobra’ com ele. Para enrolar, coloque na ponta o marzipã e comece a enrolar em volta dele como se fosse um rocambole. Vá colocando a mistura de chocolate e avelã por toda a superfície da massa e enrole com cuidado. Cuide para que as extremidades laterais não fiquem sem recheio. Na última volta, deixe sem nada, para dar acabamento. Deixe o rolo pronto descansar por cerca de 20 minutos. Leve ao forno pré-aquecido em 180 graus por cerca de 40 minutos. Repita o procedimento para o segundo rolo. Quando tirar o Stollen do forno, passe manteiga ou margarina e polvilhe com açúcar de confeiteiro.
Ai em baixo vai a página da revista com a receita original. Vale dizer que há um erro quando a espessura da massa descrita no item 3: são 2 milímetros e não 2 centímetros obviamente.
Na revista veio ainda uma terceira receita, de Stollen de queijo Quark com papoulas. Não fiz e nunca provei, mas fica para ilustrar a variedade dessa delícia natalina tão típica da Alemanha.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Melancolia de outono
No ano em que cheguei aqui, no comecinho do outono, fiquei impressionada com o colorido ouro-avermelhado as árvores. Olhava em volta encantada e perdi a conta de quantas fotos fiz para mostrar as folhas de plátanos e carvalhos pelo chão. Agora, no meu terceiro outono em terras alemãs, troquei a visão romântica por uma certa angústia: as folhas despencando e pintando o chão em novas paletas de cores significam tão somente que os dias ficam cada vez mais curtos e o frio mais intenso. É lindo ainda, mas agora dói.
As cores das folhas fizeram com que eu elegesse o outono a minha estação favorita, logo que cheguei. Então veio o inverno longo – quase infinito -, os dias de pouca luz e nenhum sol. Às vezes, a neve como recompensa: branca e linda em sua chegada, lamacenta, úmida e escorregadia nos dias que seguem. Certamente mudei minha predileção: agora, favorito mesmo é só o sol, tão raro neste quase fim da Alemanha.
O outono traz ainda o fim do horário de verão, que deixa de fazer sentido a um certo ponto, mas divide o ano entre dias longos e alegres e os meses melancólicos e depressivos. Faz menos de uma semana que isso aconteceu e sinto uma espécie de peso: é como se as nuvens cinzentas e carregadas se transformassem em um volume a ser carregado pelos próximos seis meses. E o dia curto me deixa com a sensação de ter sido roubada. Nesta época do ano, não há luz antes das 8h30 e às 17h, a noite cai sem piedade. Logo vai ficar pior: o amanhecer fica adiado para depois das 9h e a escuridão insiste em chegar antes que o relógio marque 16h. E assim vai, até que a primavera, tão esperada, devolva o verde à paisagem.
Antes disso, porém, as folhas ainda precisam terminar de cair e muitas manhãs terão o zunido dos varredores de folhas. Não é preciso nem olhar pra fora pra saber que é outono. Assim como não é preciso ver pra saber que, no inverno, os pequenos tratores vão roncar nas manhãs mais branquinhas para abrir caminho por entre a neve nas calçadas. Pra quem mora por aqui, o varrer das folhas é parte da rotina. Pra quem esta longe, pode ser curioso e por isso mesmo fiz o videozinho ai de cima (gravado de dentro da minha janela, claro, porque mesmo o outono exige casacos e sapatos fechados nem que seja só para dar uma espiadinha...).
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Cogumelos frescos recheados ao molho de tomate
Outono é a época dos cogumelos na Alemanha. Além de colorirem os jardins e nascerem em cada canto, os tipos comestíveis aparecem em profusão nos supermercados, ainda mais baratos do que em outras épocas do ano. Esta semana passou um programa na TV – não lembro o canal e menos ainda o nome do programa – mostrando as diferentes variedades e algumas receitinhas. Acompanhei uma delas – sem anotar os ingredientes – e adaptei para um almoço leve aqui em casa. Confere ai!
Ingredientes:
400 gramas de cogumelos brancos frescos (Champignon)
2 tomates
1 cebola
Queijo ralado de sua preferência (Ementaler, Feta, Ricota, etc)
2 dentes de alho
Azeitonas sem caroço
Manjericão a gosto
Preparo:
Com uma faquinha de ponta, retire os caules dos cogumelos já limpos e reserve. Pique a cebola, o alho, refogue e acrescente o molho de tomate pronto e o manjericão. Pique os caules dos cogumelos e acrescente no molho. Acrescente sal, pimenta e outros temperos de sua preferência. Coloque o molho em um refratário para servir de ‘cama’ para os cogumelos. Organize os cogumelos crus sobre o molho, com a ‘boca’ virada pra cima, um ao lado do outro. Pique os tomates frescos bem miúdos, as azeitonas e recheie os tomates. Salpique o queijo de sua preferência e leve ao forno pré-aquecido a 180 graus por cerca de 10 minutos. Sirva com arroz branco.
sábado, 23 de outubro de 2010
Cookies rápidos e saborosos
Sabe quando você quer fazer ‘um agradinho’ pra alguém!? Pois ontem queria alguma coisa rápida, fácil e do tipo que deixa gente grande com carinha de criança. Pensei em cookies e fui buscar alguma receita americana. Encontrei diversas, claro, mas acabei optando por uma bem tradicional. Como sempre, usei a receita como inspiração, mas acabei fazendo uma série de adaptações aos ingredientes que tinha em casa. Posto aqui a versão que saiu cheirosa do forno aqui de casa.
Ingredientes
1 xícara de açúcar
½ xícara de melado de cana (Vende no Rewe, se chama Goldensaft e fica ao lado do mel)
100 gramas de manteiga
2 ovos
3 saquinhos de açúcar de baunilha
1 pitada de sal
3 xícaras de trigo (Tipo 405, na Alemanha)
1 colher de chá de fermento pra bolo (aqui uso ½ pacotinho de Back Pulver)
100 gramas de macadâmia em pó (opcional)
100 gramas de raspas de chocolate ao leite (uso as barrinhas da marca Ja e raspo com a faca mesmo)
100 gramas de raspas de chocolate meio amargo
1 colher de chá de nós moscada moída (opcional)
2 colheres de chá de canela em pó (opcional)
Preparo:
Pré-aqueça o forno a 180 graus. Derreta a manteiga (pode ser no microondas), acrescente todos os ingredientes e misture bem. Caso não use a macadâmia, acrescente um pouco mais de farinha para dar o ponto. Pronto! Mais fácil impossível. A massa fica meio molenga e precisa ser trabalhada com uma colher. Forre as formas com Backpapier (ou unte para não colar) e coloque a massa em pequenos montinhos bem separados um do outro (2 a 3 cm entre eles). Leve ao forno já aquecido por cerca de 10 minutos ou até os cookies adquirem uma cor dourada escura. Não coloque um sobre o outro antes de estarem frios, ou podem grudar. A receita rende cerca de 35 cookies médios.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Combinação teuto-brasileira: escondidinho de Kassler
Escondidinho, no Brasil, se faz com mandioca ou batata. Aqui na batatolândia, não há muita discussão sobre o ingrediente. Claro que é possível comprar mandioca: as lojas asiáticas vendem congelada e, em algumas épocas do ano, encontram-se mesmo as raízes com cascas. Bom, mas para o escondidinho, purê de batata é uma opção tão boa quanto e, por aqui, muito mais prática. Esta receitinha de hoje foi uma mistura cultural: o jeitinho brasileiro de preparar, mas com ingredientes 100% alemães.
No lugar da carne seca (essa não se acha aqui MESMO), resolvi usar Kassler (porco defumado, parecido com o ‘tender’ que vende no Brasil). Aliás, Kassler substitui o a carne seca em várias receitas. Na feijoada também fica delicioso, com a vantagem de não precisar dessalgar. Então, segue ai a receita teuto-brasileira que leva 20 minutinhos pra ficar pronta e agrada paladares brasileiros e alemães! Os ingredientes servem 4 pessoas (ou 3 famintos! Eheheh)
Ingredientes:
- 1 saquinho de pó instantâneo para purê de batata
- 350 gramas de Kassler
- Queijo ralado (opcional)
- 1 cebola
- 3 dentes de alho
- Pimenta preta e temperos de sua preferência
Preparo:
Pique a cebola, o alho e refogue. Corte o Kasseler em pedacinhos bem pequenos e refogue com a cebola e alho. Acrescente os temperos da sua preferência. Não coloque sal, já que o Kassler é salgado. Deixe secar a água que a própria carne produz e coloque o refogado em uma assadeira. Faça o purê de batatas conforme a receita do fabricante e cubra com ele o refogado. Polvilhe queijo na superfície, manjericão (se gostar) e leve ao forno para gratinar o queijo.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Estrogonofe de carne moída
Aqui na Alemanha existe carne moída de tudo o q é bicho. Tudo não, ok, mas a variedade no mercado é grande: vaca, porco, misturada e mesmo de aves. Nesta última categoria, a mais comum é de peru: leve e gostosa. Além disso, é uma opção barata e existem mil formas de preparar. Esta semana preparei um estrogonofe de carne moída: delícia! Achei uma receitinha na internet e adaptei um pouco. A foto é da receita original. A minha ficou mais ou menos assim:
Ingredientes:
400 gramas de carne moída de peru (Puten) – mas pode ser qualquer uma
100 gramas de bacon picado bem miudinho
1 cebola cortada em cubinhos bem pequenos
2 dentes de alho amassados ou picadinhos
1 latinha de champignon (pode fazer com cogumelo fresco ou mesmo sem)
1 caixinha de creme de leite (na Alemanha, Schlagesahne ou Schmand)
1 colher de maisena,trigo ou engrossador de molho (Sohsenbinden Hell)
Sal, pimenta preta ou branca a gosto.
Preparo:
Refogue o bacon, a cebola e o alho até dourar. Acrescente a carne moída e cuide para que não fique em ‘bolotas’. Tempere com sal, pimenta ou outros ingredientes de sua preferência. Deixe refogando até ficar bem passada. Acrescente algumas colheres de água, se necessário, pra não grudar na panela. Quando a carne estiver passada, acrescente o champignon e o creme de leite. Caso o molho fique aguado, engrosse com a maisena ou trigo. Sirva em seguida com arroz branco. Eu gosto de usar arroz basmati, que é mais perfumado. Se estiver no Brasil, aproveite e coma com batata palha por mim :)
Ingredientes:
400 gramas de carne moída de peru (Puten) – mas pode ser qualquer uma
100 gramas de bacon picado bem miudinho
1 cebola cortada em cubinhos bem pequenos
2 dentes de alho amassados ou picadinhos
1 latinha de champignon (pode fazer com cogumelo fresco ou mesmo sem)
1 caixinha de creme de leite (na Alemanha, Schlagesahne ou Schmand)
1 colher de maisena,trigo ou engrossador de molho (Sohsenbinden Hell)
Sal, pimenta preta ou branca a gosto.
Preparo:
Refogue o bacon, a cebola e o alho até dourar. Acrescente a carne moída e cuide para que não fique em ‘bolotas’. Tempere com sal, pimenta ou outros ingredientes de sua preferência. Deixe refogando até ficar bem passada. Acrescente algumas colheres de água, se necessário, pra não grudar na panela. Quando a carne estiver passada, acrescente o champignon e o creme de leite. Caso o molho fique aguado, engrosse com a maisena ou trigo. Sirva em seguida com arroz branco. Eu gosto de usar arroz basmati, que é mais perfumado. Se estiver no Brasil, aproveite e coma com batata palha por mim :)
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Geléia de amor(as)
Na Alemanha não existem mexericas. Quando muito, aparecem no mercado umas frutinhas parecidas, com o curioso nome de Clementinen. Sem mexericas, faz anos que não preparo a geléia que aprendi com a minha Oma. Mas isso não me deixou longe dos potes cheios de doces. No meu quintal, quando o verão mostra a sua cara, as frutas vermelhas aparecem em profusão: groselhas, amoras pretas, enormes, azedas e doces ao mesmo tempo. E por aqui, a tarefa é ainda mais fácil: açúcar não é simplesmente açúcar. São muitos, diferentes e, pra cada geléia que se queira ou pense, há um especial... Não só o açúcar ajuda. O contexto faz as coisas serem diferentes. Muitas coisas.
Desde que cheguei aqui, não só voltei a comer sushi, mas aprendi a fazer. E o meu, é um dos melhores que já provei! Também aprendi a fazer porco com batata de tantos jeitos que nem minha Oma poderia imaginar. Aprendi a fazer pasta, caseira, como a minha nona fazia. De certa forma, mudar para a Alemanha foi um reencontro com as minhas origens. De um lado, a língua quase impenetrável e cheia de consoantes que resolveu se desnudar e mostrar, devagarzinho, sua cara. Do outro, a papelada e o direito de ficar aqui para sempre, se eu assim entender. Agora, sou italiana pela lei, alemã pelo coração. Somando tudo, finalmente, encontrei a inquietação de não saber mais o que significa estar em casa.
Quando sai do Brasil, deixei uma vida inteira para trás e transformei casa, família, amigos e lembranças em duas malas. Foi preciso desapego ao extremo para deixar badulaques e pares de sapato. Mas a melhor parte foi poder escolher o que trazer entre coisas boas e dias felizes. Não havia muito espaço na mala. Então, deixei pra trás tudo o que era pesado e ruim: mágoas, desavenças, inimigos, desamores.
Trouxe só o que havia de melhor em mim. Encontrei aqui uma vida novinha em folha e a chance de reinventar minha própria história. Quem é que tem essa chance na vida? Poder começar do zero sem, ao mesmo tempo, ter que recomeçar? Escolher que parte do passado interessa, quem vale a pena ser lembrado, que histórias contar ou esquecer? Essa nova vida começou sem sapatos de salto, sem perturbações e com um amor infinito. A paz, a calmaria, a confiança e a certeza de que no mundo, não pode haver sentimento mais completo...
Hoje sou muito melhor do que eu era. Mais alegre, mais madura, mais amada, mais feliz. Meus olhos já não são os mesmos e agora, sei que neles cabe um mundo inteiro a ser visto: do azul sem fim de Portugal ao gelo cinzento das praias dinamarquesas em pleno inverno. E a neve branquinha que cai todos os anos do lado de fora da minha janela. Nos meus olhos cabe ainda muito mais e acho que nem de perto vi um fiapo de tudo o que ainda quero ver. O mundo é muito grande para se pertencer a um único lugar... mas é perfeito quando se encontra a pessoa certa para descobri-lo.
De qualquer forma, ver um pouco do mundo é algo que todo mundo tem que fazer pra se sentir vivo. Se sentir perdido quando ninguém entende qualquer língua que se possa falar é a melhor forma de encontrar a si mesmo. E mais que isso, as cidades, os lugares e mesmo as pessoas: tudo tem cheiro, gosto, cor, luminosidade. Nenhum livro, foto ou filme podem capturar essa essência. Pra ver o mundo é preciso sair de casa, sair da rotina...
No fim das contas, claro, nem tudo é perfeito. Quanto mais eu vejo, menos sei de onde sou. Só sei a quem pertenço e sei que nunca quero parar de conhecer, ver e sentir. Hoje, não sei pra onde a vida vai me levar. O mestrado está no fim... vem então o doutorado, o pós doc, filhos. Não necessariamente nessa ordem. Estou abrindo muitas janelas e diferentes perspectivas. São novas cidades, países e propostas, mas vou deixar que o acaso resolva essas questões.
As pessoas que eu amo estão em diferentes cantos do planeta e eu nunca vou ter todas elas no mesmo lugar. É como não poder ter as cerejas da Turquia, as azeitonas da Catalunha, as mangas do Brasil, as lichias de Madagascar, os chocolates da Bélgica e os queijos daquela cidadezinha no pé dos Alpes suíços ao mesmo tempo, no mesmo lugar. Cada um deles faz parte de um cenário e por mais que eu ame cada coisa, nunca vou ter tudo. Saber disso e ser feliz assim, faz de mim uma pessoa melhor e sem medos. Eu sei que pra onde quer que eu vá, vou encontrar algo que vai me fazer sentir saudades depois. E no fundo, estar em casa, agora, é simplesmente estar em paz, não importa o endereço...
terça-feira, 29 de junho de 2010
Gimme Hope Joachim!!!!
Essa musiquinha os alemães fizeram antes da Copa... Gimme Hope Joachim, de uma banda chamada Basta. Só pra esclarecer: Joachim Löw é o técnico da Alemanha (se fala Ioáchim!!!) e o apelido dele é Jogi (Iôgui). O vídeo é uma piada claro, em que os alemães estão rindo de si mesmos... Em alemão, as rimas e a letra em impagável... em português, a coisa é mais ou menos assim:
[aceito sugestões para melhorar o texto ;)]
Me de esperanças, Joachim!
Os portugueses tem os melhores jogadores
Os brasileiros são muito rápidos
A Espanha está há três anos sem perder
Mas nos temos o hotel mais bonito!!!
Ronaldinho tem a melhor técnica
Ronaldo tem o corpo dos sonhos
David Becham tem um chute de ferro
Mas Jogi Löw tem o melhor corte de cabelo!!!
Os coreanos tem pernas ágeis
Os mexicanos podem chutar forte
Os franceses tem o melhor homem no gol
Mas nos temos o maior ônibus!!!
Os dinamarqueses se alimentam de proteínas
Os sérvios treinam até a beira da morte
Os argentinos se torturam na selva
Mas só o Jogi passa Nutella no pão!!!
Os Gregos são os melhores em guardar
Os suíços podem vencer mesmo sem o time completo
Os holandeses estão novamente de volta
Mas por favor, Jogi ganhe a copa de qualquer maneira!!!
No refrão, fica repetindo...
Me de esperanças, Joachim! Me dê esperanças para a Copa do mundo...
Me de esperanças, Joachim! Me dê esperanças na África do Sul...
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Coisas que só existem na Alemanha (ou que eu só vi por aqui!)
Quando a gente chega a um país novo, tudo é novidade: o mercado, o transporte, a comida... Mas depois de um tempo de residência, as coisas parecem cair no lugar comum. Bom, nem tudo! Depois de quase dois anos de Alemanha, tem algumas coisas que ainda chamam a minha atenção, por diferentes motivos. Colecionei uns jornais de ofertas, desses de supermercados, e separei algumas “pérolas” que, muito provavelmente, só terei a chance de ver por aqui!
Bebidas
Sim, aqui é o país da cerveja, muita cerveja. E cerveja boa, pra todos os gostos. As páginas dos jornais estão repletas de anúncios e não se pode deixar de provar. O que gosto aqui são as opções de 5 litros, muito legal para festas e “kein Pfand”. O que é isso? Significa que você não paga pelo casco. Normalmente, toda a bebida tem o preço do líquido e de sua embalagem. Se paga os dois e, ao retornar as embalagens, recebe-se o dinheiro de volta. Garrafas de vidro: € 0,08; garrafas Pet: € 0,25; outras garrafas, normalmente € 0,15.
A mulherada aqui A D O R A beber Sekt (champanhe, espumante, pró-seco, como queira!) e é comum encontrar as meninas indo para as festas com suas garrafas em punho. Aqui, cada um leva o que vai beber e só bebe o que levou. Para facilitar a vida e não deixar a garrafa esquentando, vendem a bebida em latinhas! Adoro a idéia! Bem que o pessoal de Garibaldi (RS) podia copiar!
Comida
Comer ovo no café da manhã aqui é tão comum como pão francês com manteiga ai no Brasil. E se a família for grande, porque não contar com a ajuda de uma “cozinhadora de ovos”?
Para a casa
Todo o estudante que se muda passa pelo mesmo drama: eu preciso de um guarda-roupa e tudo é muito caro. Não aqui na Alemanha. Existem esses armários com armação de ferro e forro em um tipo de tecido plastificado que quebra um galho de bom jeito! Bem que podia ter isso por ai, né... O princípio é o mesmo daquelas sapateiras que se encontra com vendedores ambulantes, mas é muitoooo mais prático!
As camas aqui são grandes, enormes. A menor cama de casal tem 1,40m de largura e 2 m de comprimento. E é difícil encontrar esse modelo “pequeno”. O que eu achei curioso nesse anúncio ai, foi a cama de “casal” com lugar pra três... Alguém ai tem opinião formada a respeito!?
Vestuário
Vamos à uma das pérolas: os aventais “divertidos” para churrasco. Tire suas próprias conclusões. Se quiser encomendar um (sic!) pra quando eu for ai, pede já, porque se trata de um produto sazonal – como tudo relacionado a churrasco – e só vende na primavera/verão.
E os biquínis? Não vou discutir o lado ruim da coisa – que é o lado de trás. Com o perdão da palavra, todos ficam com aquele “saco de bosta” na bunda. Mas tem coisas bem bacanas, como esse modelo ai de camisetinha. Eu adorei e quero um!!!
Esportes
Já escrevi um post inteiro sobre esportes, mas esses são diferentes. Andar de bicicleta na Alemanha é fundamental – além de saudável e divertido – e as crianças mal aprendem a andar e já ganham sua primeira “magrela”. A diferença? As bicicletas não tem pedal!As crianças andam com os pés no chão e vão aprendendo a se equilibrar sem que pais e mães tenham que sair correndo feito loucos, segurando. Além disso, não precisam daquelas rodinhas auxiliares: não me lembro de ter visto isso por aqui. Quando elas já sabem como se equilibrar, ganham as bicicletas “normais”, com corrente, pedal!
Outra engenhoca – entre as muitas pra quem tem filho! – é esse triciclo com um “cabo”, em que os pais guiam a criança. Uma mistura de carrinho com brinquedo que os pequenos não se recusam a usar!
Já falei do Nordic Walking e aqui vai mais uma prova da popularidade do esporte. Os bastões para a prática dessa caminhada poderosa são vendidos nos supermercados...
Decoração
Bom, a primeira é versão “Copa do Mundo” de um artigo normalmente vendido com as cores e logomarcas dos times de futebol. É uma espécie de capa para colocar no espelho retrovisor do carro. É esquisito? Muito. Tem quem compre? Muita gente...
Esse anúncio é, para mim, o vencedor da categoria bizarrices. Quem, com todas as suas faculdades mentais em ordem, compraria essas falsas cabeças empalhadas pra “decorar” a parede!? Eu só vi isso uma vez no catálogo! Ou ninguém comprou... ou acabou o estoque. Quem vai saber!?!??!?!
Bebidas
Sim, aqui é o país da cerveja, muita cerveja. E cerveja boa, pra todos os gostos. As páginas dos jornais estão repletas de anúncios e não se pode deixar de provar. O que gosto aqui são as opções de 5 litros, muito legal para festas e “kein Pfand”. O que é isso? Significa que você não paga pelo casco. Normalmente, toda a bebida tem o preço do líquido e de sua embalagem. Se paga os dois e, ao retornar as embalagens, recebe-se o dinheiro de volta. Garrafas de vidro: € 0,08; garrafas Pet: € 0,25; outras garrafas, normalmente € 0,15.
A mulherada aqui A D O R A beber Sekt (champanhe, espumante, pró-seco, como queira!) e é comum encontrar as meninas indo para as festas com suas garrafas em punho. Aqui, cada um leva o que vai beber e só bebe o que levou. Para facilitar a vida e não deixar a garrafa esquentando, vendem a bebida em latinhas! Adoro a idéia! Bem que o pessoal de Garibaldi (RS) podia copiar!
Comida
Comer ovo no café da manhã aqui é tão comum como pão francês com manteiga ai no Brasil. E se a família for grande, porque não contar com a ajuda de uma “cozinhadora de ovos”?
Para a casa
Todo o estudante que se muda passa pelo mesmo drama: eu preciso de um guarda-roupa e tudo é muito caro. Não aqui na Alemanha. Existem esses armários com armação de ferro e forro em um tipo de tecido plastificado que quebra um galho de bom jeito! Bem que podia ter isso por ai, né... O princípio é o mesmo daquelas sapateiras que se encontra com vendedores ambulantes, mas é muitoooo mais prático!
As camas aqui são grandes, enormes. A menor cama de casal tem 1,40m de largura e 2 m de comprimento. E é difícil encontrar esse modelo “pequeno”. O que eu achei curioso nesse anúncio ai, foi a cama de “casal” com lugar pra três... Alguém ai tem opinião formada a respeito!?
Vestuário
Vamos à uma das pérolas: os aventais “divertidos” para churrasco. Tire suas próprias conclusões. Se quiser encomendar um (sic!) pra quando eu for ai, pede já, porque se trata de um produto sazonal – como tudo relacionado a churrasco – e só vende na primavera/verão.
E os biquínis? Não vou discutir o lado ruim da coisa – que é o lado de trás. Com o perdão da palavra, todos ficam com aquele “saco de bosta” na bunda. Mas tem coisas bem bacanas, como esse modelo ai de camisetinha. Eu adorei e quero um!!!
Esportes
Já escrevi um post inteiro sobre esportes, mas esses são diferentes. Andar de bicicleta na Alemanha é fundamental – além de saudável e divertido – e as crianças mal aprendem a andar e já ganham sua primeira “magrela”. A diferença? As bicicletas não tem pedal!As crianças andam com os pés no chão e vão aprendendo a se equilibrar sem que pais e mães tenham que sair correndo feito loucos, segurando. Além disso, não precisam daquelas rodinhas auxiliares: não me lembro de ter visto isso por aqui. Quando elas já sabem como se equilibrar, ganham as bicicletas “normais”, com corrente, pedal!
Outra engenhoca – entre as muitas pra quem tem filho! – é esse triciclo com um “cabo”, em que os pais guiam a criança. Uma mistura de carrinho com brinquedo que os pequenos não se recusam a usar!
Já falei do Nordic Walking e aqui vai mais uma prova da popularidade do esporte. Os bastões para a prática dessa caminhada poderosa são vendidos nos supermercados...
Decoração
Bom, a primeira é versão “Copa do Mundo” de um artigo normalmente vendido com as cores e logomarcas dos times de futebol. É uma espécie de capa para colocar no espelho retrovisor do carro. É esquisito? Muito. Tem quem compre? Muita gente...
Esse anúncio é, para mim, o vencedor da categoria bizarrices. Quem, com todas as suas faculdades mentais em ordem, compraria essas falsas cabeças empalhadas pra “decorar” a parede!? Eu só vi isso uma vez no catálogo! Ou ninguém comprou... ou acabou o estoque. Quem vai saber!?!??!?!
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Cheese bread
As I mentioned, the cheese bread are famous here and people from different cultures like them! So... attending some special requests, here is the recipe in English! Hope you all enjoy it!! :)
The Portuguese's version you can check clicking here.
Cheese bread
Ingredients
400 gr of Tapioka Mehl (You can find it at the Ásia Market)
200 gr of grated cheese (Gratin-käse)
2 eggs
1 spun (soup) of salt
75 ml of milk
75 ml or water
75 ml de oil (Olive oil if you like the flavor or other normal one)
How to Prepare:
In a pot, boil the milk, the water and the oil together. In another one, add the Tapioka Mehl and the salt. Add the hot liquids to the flavor and mix as better you can with a spun and, as soon as you can stand the temperature, with your hands, until get a very uniform doll. Than, add the eggs – one by one – mixing with your hands and add the cheese, trying to obtain uniform moisture. Let the doll quite for 15 min.
Turn on the oven (180 Celsius). Put a bit of oil in your hands to avoid the doll sticking in your fingers and start to make the cheese bread’s balls with three to five centimeters of diameter. Organize it in a mold (you can oiled it a bit before) observing a distance among the balls (2 cm is enough, normally). Put them on the oven for 10 to 15 min or for the necessary time to get golden. Enjoy!!!
The Portuguese's version you can check clicking here.
Cheese bread
Ingredients
400 gr of Tapioka Mehl (You can find it at the Ásia Market)
200 gr of grated cheese (Gratin-käse)
2 eggs
1 spun (soup) of salt
75 ml of milk
75 ml or water
75 ml de oil (Olive oil if you like the flavor or other normal one)
How to Prepare:
In a pot, boil the milk, the water and the oil together. In another one, add the Tapioka Mehl and the salt. Add the hot liquids to the flavor and mix as better you can with a spun and, as soon as you can stand the temperature, with your hands, until get a very uniform doll. Than, add the eggs – one by one – mixing with your hands and add the cheese, trying to obtain uniform moisture. Let the doll quite for 15 min.
Turn on the oven (180 Celsius). Put a bit of oil in your hands to avoid the doll sticking in your fingers and start to make the cheese bread’s balls with three to five centimeters of diameter. Organize it in a mold (you can oiled it a bit before) observing a distance among the balls (2 cm is enough, normally). Put them on the oven for 10 to 15 min or for the necessary time to get golden. Enjoy!!!
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Caminhada superpoderosa!
Uma amostrinha de como fica o jardim botânico nesta época do ano. A foto é do ano passado (olha o meu amor nela ai!!!), mas este ano, está igual...
Passada a confusão toda do projeto, é hora de pensar na tese. E nesse ponto, estou bem encaminhada. Meu tema já está definido, tenho boa parte da pesquisa adiantada e, enquanto os dias marcados em vermelho no calendário parece distantes, da tempo de deixar a mente “respirar”. Mais que isso, resolvemos aproveitar o verão para uma nova rotina na casa: muita salada, frutas e exercícios. Além dos esportes na Uni, comecei a fazer Nordic Walking, ou caminhada nórdica, como é chamado em Portugal (porque não vi nada sobre o esporte no Brasil!).
Confesso que quando cheguei aqui na Alemanha, achava muito esquisito ver pessoas andando na rua com dois bastões de esqui como apoio: parecia completamente sem sentido, considerando que as calçadas por aqui são perfeitas e que não havia qualquer neve em volta. Demorei um tempo para saber que se tratava de um esporte e mais tempo ainda para aderir. Mas estou entusiasmada!
A sensação de caminhar com os “palitos” é totalmente diferente de uma caminhada tradicional. O corpo inteiro entra em movimento e parece que o chão vira uma espécie de esteira rolante. O exercício é mais leve, porém mais completo. Queima cerca de 400 calorias por hora – algo em torno de 20 a 30% a mais que a caminhada tradicional – exercita músculos superiores do corpo também e reduz o impacto nos tornozelos e joelhos. Ainda sou iniciante, mas recomendo. Sem contar nos sorrisos pelo caminho... As velhinhas que passam em passos largos com seus “palitos”, sempre olham com aquele arzinho de aprovação!
Bom, pra fechar, basta dizer que moro ao lado do jardim botânico de Bremen: lindo, bem cuidado em qualquer época do ano e, em maio, especialmente tomado por azaléias perfumadas de todas as cores imagináveis e híbridas de cores inesperadas. Um convite a mais para aproveitar cada horinha ao ar livre, depois de um inverno que levou infinitos sete meses para passar.
Videozinho com explicações sobre a tal caminhada nórdica (em inglês, mas cheio de "figurinhas" e fácil de entender)
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Esfihas, curso de italiano e concentração
Achei que depois do fim do projeto o tempo seria mais abundante, mas errei feio. Se antes eu passava horas intermináveis em relatórios e discussões, o problema agora é conseguir me manter focada. É como se todas as energias tivessem ido pro buraco e minha mente se recusa a qualquer tipo de esforço intelectual... Pra tentar criar rotina, resolvi retomar meus cursos on-line de alemão e italiano: a idéia é que sirvam de aquecimento matinal para a tese. Vamos ver se funciona...
Enquanto isso, mais uma receitinha testada e aprovada que andei fazendo aqui em casa: esfihas abertas, aquelas pequeninhas, como servem no Habib’s... Ficaram deliciosas. A receita original é do Tudo Gostoso. Como sempre, alguns comentários pra quem vai encarar a receita aqui na Alemanha. Confere ai:
Esfiha aberta
(Receita para 20 a 23 unidades)
Ingredientes:
1 tablete de fermento para pão (eu uso o de 30 gramas, fresco, q vende no Lidl a 9 centavos na estante dos patês e frios)
2 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 xícara (chá) de água morna
2 colheres (sopa) de óleo
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
Fubá pra esticar (Maismehl ou polenta – vende nas lojas asiáticas ou no Edeka. O mais grossinho é o ideal)
Massa:
Misture o açúcar com a água morna e coloque, esmigalhado, o fermento biológico para “acordar”. Deixe descansar por 10 a 15 minutos. Em uma bacia plástica, coloque o trigo, o óleo, o sal e acrescente a água com o fermento e o açúcar. Pré-aqueça o forno a 180 graus. Misture com as mãos até obter uma massa lisa que não gruda nas mãos e nem na bacia. Talvez precise de um pouco mais de trigo ou água morna pra chegar ao ponto. Deixe, então, a massa crescer em lugar quente por mais 30 a 40 minutos (até dobrar de tamanho). Então, com as mãos, faça uma bolinha pouco maior que uma de pingue-pingue e, em uma superfície coberta com fubá, molde a massa no formato das esfihas (com uns 6 centímetros de diâmetro, com a borda mais altinha). Coloque o recheio nas “forminhas” e leve ao forno por cerca de 10 minutos ou até dourar as bordas.
Recheio:
Carne: Fiz esfihas de carne moída e de queijo. Para as de carne, faça um refogado de carne moída com cebola e temperos da sua preferência. Uma dica é usar hortelã pra temperar a carne, no lugar da cebolinha verde. Como eu não tinha hortelã fresca, usei a que estava em um saquinho de chá de Pfeferminze... Ficou igual e saboroso.
Queijo: Usei uma mistura de Körniger Frischkäse e Frischkäse tradicional, temperado com sal, Limete (aquele da garrafinha de plástico verde escuro em forma de limão), sal, cebolinha e salsinha fresca. Coloque uma colherinha de café de fermento de bolo na mistura pra dar uma crescidinha na hora de assar. Fica saboroso e as esfihas ficam lindas!
Enquanto isso, mais uma receitinha testada e aprovada que andei fazendo aqui em casa: esfihas abertas, aquelas pequeninhas, como servem no Habib’s... Ficaram deliciosas. A receita original é do Tudo Gostoso. Como sempre, alguns comentários pra quem vai encarar a receita aqui na Alemanha. Confere ai:
Esfiha aberta
(Receita para 20 a 23 unidades)
Ingredientes:
1 tablete de fermento para pão (eu uso o de 30 gramas, fresco, q vende no Lidl a 9 centavos na estante dos patês e frios)
2 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 xícara (chá) de água morna
2 colheres (sopa) de óleo
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
Fubá pra esticar (Maismehl ou polenta – vende nas lojas asiáticas ou no Edeka. O mais grossinho é o ideal)
Massa:
Misture o açúcar com a água morna e coloque, esmigalhado, o fermento biológico para “acordar”. Deixe descansar por 10 a 15 minutos. Em uma bacia plástica, coloque o trigo, o óleo, o sal e acrescente a água com o fermento e o açúcar. Pré-aqueça o forno a 180 graus. Misture com as mãos até obter uma massa lisa que não gruda nas mãos e nem na bacia. Talvez precise de um pouco mais de trigo ou água morna pra chegar ao ponto. Deixe, então, a massa crescer em lugar quente por mais 30 a 40 minutos (até dobrar de tamanho). Então, com as mãos, faça uma bolinha pouco maior que uma de pingue-pingue e, em uma superfície coberta com fubá, molde a massa no formato das esfihas (com uns 6 centímetros de diâmetro, com a borda mais altinha). Coloque o recheio nas “forminhas” e leve ao forno por cerca de 10 minutos ou até dourar as bordas.
Recheio:
Carne: Fiz esfihas de carne moída e de queijo. Para as de carne, faça um refogado de carne moída com cebola e temperos da sua preferência. Uma dica é usar hortelã pra temperar a carne, no lugar da cebolinha verde. Como eu não tinha hortelã fresca, usei a que estava em um saquinho de chá de Pfeferminze... Ficou igual e saboroso.
Queijo: Usei uma mistura de Körniger Frischkäse e Frischkäse tradicional, temperado com sal, Limete (aquele da garrafinha de plástico verde escuro em forma de limão), sal, cebolinha e salsinha fresca. Coloque uma colherinha de café de fermento de bolo na mistura pra dar uma crescidinha na hora de assar. Fica saboroso e as esfihas ficam lindas!
terça-feira, 13 de abril de 2010
O pior ano de nossas vidas
A semana tem sido corrida a ponto de não dar tempo de pensar. Ou digerir tudo o que está acontecendo. Nesta sexta-feira, dia 16, será a apresentação final do projeto de um ano que faz parte do currículo obrigatório do mestrado em Digital Media que estou fazendo, aqui em Bremen. Foi um ano duro, muito duro e tudo o que eu mais quero é que acabe logo.
Academicamente falando, posso dizer que foi o pior ano de nossas vidas. Minha, no meu projeto e do Joatan, no dele. O que começou com aquela curiosidade de lidar com pessoas de diferentes países e culturas, culminou em uma sequência tão grande de problemas e desentendimentos que tudo o que eu quero é esquecer. Falo isso por mim, não por ele.
No fim das contas, perdeu-se mais tempo tentando conciliar diferenças, egos, falta de talento do que produzindo algo concreto, em si. Aprendi muito, claro. Mas como pessoa, sou muito pior, agora. Tenho uma série de preconceitos que eu não tinha, ressalvas com culturas que antes sequer conhecia. Claro que nesse tempo também fiz amigos: uns que quero manter mas, a maioria, apenas por circunstância e sei que não vou falar com esses nunca mais a partir de sexta-feira, a não ser que, por coincidência,tropece com eles na rua. Como cada um vem de um canto do mundo, as chances são poucas.
Particularmente, estudei muito e hoje domino temas que antes eu nem sonhava que existiam. Mas preferiria ter feito isso de outra forma: com mais cursos e matérias, sem ter que andar com o freio de mão puxado porque muita gente não sabe onde fica o acelerador. No fim das contas, sei que me sai bem, mas poderia ter me saído muito melhor. Projeto, daqui pra frente, só faço em grupos em que eu possa descartar no caminho aqueles que não estão contribuindo. Nunca mais vou trabalhar com bolas de ferro amarradas à canela.
E que venha a tese... o doutorado... e o que mais tiver que vir :)
Academicamente falando, posso dizer que foi o pior ano de nossas vidas. Minha, no meu projeto e do Joatan, no dele. O que começou com aquela curiosidade de lidar com pessoas de diferentes países e culturas, culminou em uma sequência tão grande de problemas e desentendimentos que tudo o que eu quero é esquecer. Falo isso por mim, não por ele.
No fim das contas, perdeu-se mais tempo tentando conciliar diferenças, egos, falta de talento do que produzindo algo concreto, em si. Aprendi muito, claro. Mas como pessoa, sou muito pior, agora. Tenho uma série de preconceitos que eu não tinha, ressalvas com culturas que antes sequer conhecia. Claro que nesse tempo também fiz amigos: uns que quero manter mas, a maioria, apenas por circunstância e sei que não vou falar com esses nunca mais a partir de sexta-feira, a não ser que, por coincidência,tropece com eles na rua. Como cada um vem de um canto do mundo, as chances são poucas.
Particularmente, estudei muito e hoje domino temas que antes eu nem sonhava que existiam. Mas preferiria ter feito isso de outra forma: com mais cursos e matérias, sem ter que andar com o freio de mão puxado porque muita gente não sabe onde fica o acelerador. No fim das contas, sei que me sai bem, mas poderia ter me saído muito melhor. Projeto, daqui pra frente, só faço em grupos em que eu possa descartar no caminho aqueles que não estão contribuindo. Nunca mais vou trabalhar com bolas de ferro amarradas à canela.
E que venha a tese... o doutorado... e o que mais tiver que vir :)
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Verdades e gentilezas com tempero germânico
Desde que eu vim morar na Alemanha, em outubro de 2008, muita coisa na minha vida mudou. Deixei pra trás Florianópolis – o lugar onde eu sou mais feliz nesse mundo – e construí uma vida nova por aqui... Mas a questão não é falar do que mudou por fora: mas sim, por dentro. Cheguei aqui achando que ia encontrar pessoas fechadas e duras, secas talvez e, com o tempo, parei de achar isso.
Hoje me dei conta que as pessoas por aqui continuam como sempre foram e quem endureceu fui eu. Quando a poeira do Brasil ainda estava nos meus ombros, eu mantinha a falsa polidez latina de dizer “talvez” no lugar de dizer “não”, “interessante” em vez de “não gostei” e me despedir com um “a gente se vê” com a certeza de que nunca mais vou ver a pessoa na vida. Não por escolha.
Por aqui, as coisas são mais diretas e de certa forma, me deixam mais feliz. Não é não, sim e sim e ninguém bate na sua porta antes de marcar hora (mesmo sendo seu vizinho ou seu melhor amigo). E nem chega atrasado. Na universidade (eu acho que já confessei que sou CDF e nerd), dizer “não, não quero fazer o trabalho com você” para um colega menos dedicado não é o fim do mundo e nem razão para deixar de tomar um café com ele no intervalo.
Me pego fazendo dessas com frequência agora. No outro dia, em uma discussão sobre uma apresentação importantíssima – o trabalho final de um ano de projeto coletivo – me flagro olhando para um colega de aula que se ofereceu para apresentar uma parte: “Não concordo que você faça isso. Não confio em você o bastante e nem acho que tenha competência para falar sobre esse tema. Talvez você possa contribuir com algo menos relevante e que não seja vital para apresentação”.
Falei isso assim, na lata, olhando para o próprio que, sem argumentos, aceitou fazer outra coisa. No fim das contas, nem a parte irrelevante pela qual ele ficou responsável ficou pronta... (Ah! Eu já sabia!) Mas se eu tivesse dito isso em uma sala de aula do Brasil, até agora seria o principal assunto da rádio-corredor...
Ps.: Só para ilustrar, uma fotim do inverno, do entardecer as 15h, no hall de entrada da Universidade de Bremen
Hoje me dei conta que as pessoas por aqui continuam como sempre foram e quem endureceu fui eu. Quando a poeira do Brasil ainda estava nos meus ombros, eu mantinha a falsa polidez latina de dizer “talvez” no lugar de dizer “não”, “interessante” em vez de “não gostei” e me despedir com um “a gente se vê” com a certeza de que nunca mais vou ver a pessoa na vida. Não por escolha.
Por aqui, as coisas são mais diretas e de certa forma, me deixam mais feliz. Não é não, sim e sim e ninguém bate na sua porta antes de marcar hora (mesmo sendo seu vizinho ou seu melhor amigo). E nem chega atrasado. Na universidade (eu acho que já confessei que sou CDF e nerd), dizer “não, não quero fazer o trabalho com você” para um colega menos dedicado não é o fim do mundo e nem razão para deixar de tomar um café com ele no intervalo.
Me pego fazendo dessas com frequência agora. No outro dia, em uma discussão sobre uma apresentação importantíssima – o trabalho final de um ano de projeto coletivo – me flagro olhando para um colega de aula que se ofereceu para apresentar uma parte: “Não concordo que você faça isso. Não confio em você o bastante e nem acho que tenha competência para falar sobre esse tema. Talvez você possa contribuir com algo menos relevante e que não seja vital para apresentação”.
Falei isso assim, na lata, olhando para o próprio que, sem argumentos, aceitou fazer outra coisa. No fim das contas, nem a parte irrelevante pela qual ele ficou responsável ficou pronta... (Ah! Eu já sabia!) Mas se eu tivesse dito isso em uma sala de aula do Brasil, até agora seria o principal assunto da rádio-corredor...
Ps.: Só para ilustrar, uma fotim do inverno, do entardecer as 15h, no hall de entrada da Universidade de Bremen
terça-feira, 6 de abril de 2010
A saga da churrasqueira
Churrasqueira aqui na Alemanha é coisa quase descartável. Todo verão aparecem aos montes nos supermercados e a partir de 6 euros se compra uma. Não espere nada maravilhoso: em algumas semanas de uso, elas começam a ficar com as pernas bambas e dão sinais de cansaço. Mas é exatamente o quanto dura o verão e, sem espaço pra guardar, quando o outono chega, as churrasqueiras acabam indo para o lixo. Alguns mercados vendem umas descartáveis mesmo: Einweggrill (churrasqueira para um uso, por 2 euros), que nada mais é do que uma bandeja de alumínio com carvão, coberta por uma grelha furadinha, que dura o bastante pra uma boa rodada de salsichas.
No ano passado, usamos algumas dessas, mas acabamos comprando a nossa... que desapareceu misteriosamente no inverno. Este ano, quando o sol deu as caras, a vontade de churrasco bateu e rodamos a cidade em busca de uma churrasqueira nova. Nosso desejo foi mais rápido que a logística alemã. Os mercados da redondeza ainda não estão vendendo as tais churrasqueiras e acabamos encontrando apenas no Walle Center, do outro lado da cidade, o que provavelmente era um estoque do ano anterior.
A estréia da tal churrasqueira – que custou 7,99 – foi na sexta-feira santa. Churrasquinho caprichado no quinta! Depois disso, ainda com um resto de carvão, a dita ficou encostada na janela do quarto (moramos no térreo) a espera do próximo Grillen Zeit, como “repousam” todas as churrasqueiras da vizinhança. E sumiu no dia seguinte.
Com todo o perdão do palavreado, fiquei PUTA da cara. Muito irritada MESMO. Não pelo valor da churrasqueira em si: mas pelo desaforo de terem levado a churrasqueira novinha. Custava pedir emprestado? Ano passado emprestamos várias vezes, assim como já usamos churrasqueiras emprestada. É só pedir, levar e trazer de volta. Ninguém se recusa.
Resolvi não deixar por menos e, vestindo todo o estereótipo do latino sangue quente, coloquei um aviso na minha janela e nas árvores em volta. Se não fosse pra ter a churrasqueira de volta, ao menos desabafei minha raiva com um monte de palavrões. Isso foi na segunda, dia 5/4, feriado aqui.
Nesta terça, com um sol perfeito e as flores desabrochando, fomos dar uma caminhada no Jardim Botânico, aqui perto de casa, de olho nas churrasqueiras “estacionadas” nas janelas. E... sim! Lá estava ela... parada do outro lado do condomínio (que tem uns oito blocos onde só moram estudantes), na janela de alguém que pegou “emprestada” e “esqueceu” de devolver... Não tive dúvidas em trazer pra casa e deixar um recado para os “simpáticos vizinhos”.
Sem um porão para guardar tralhas, ficamos sem muita alternativa de onde deixar a churrasqueira semi descartável até o fim do verão. Mas desta vez, vai dar mais trabalho se algum espertinho resolver levar... Uma engenhoca de cadeados vai manter a churrasqueira bem perto dos olhos do gatuno, mas bem longe do seu próximo churrasquinho...
E que venha o final de semana!!!
No ano passado, usamos algumas dessas, mas acabamos comprando a nossa... que desapareceu misteriosamente no inverno. Este ano, quando o sol deu as caras, a vontade de churrasco bateu e rodamos a cidade em busca de uma churrasqueira nova. Nosso desejo foi mais rápido que a logística alemã. Os mercados da redondeza ainda não estão vendendo as tais churrasqueiras e acabamos encontrando apenas no Walle Center, do outro lado da cidade, o que provavelmente era um estoque do ano anterior.
A estréia da tal churrasqueira – que custou 7,99 – foi na sexta-feira santa. Churrasquinho caprichado no quinta! Depois disso, ainda com um resto de carvão, a dita ficou encostada na janela do quarto (moramos no térreo) a espera do próximo Grillen Zeit, como “repousam” todas as churrasqueiras da vizinhança. E sumiu no dia seguinte.
Com todo o perdão do palavreado, fiquei PUTA da cara. Muito irritada MESMO. Não pelo valor da churrasqueira em si: mas pelo desaforo de terem levado a churrasqueira novinha. Custava pedir emprestado? Ano passado emprestamos várias vezes, assim como já usamos churrasqueiras emprestada. É só pedir, levar e trazer de volta. Ninguém se recusa.
Resolvi não deixar por menos e, vestindo todo o estereótipo do latino sangue quente, coloquei um aviso na minha janela e nas árvores em volta. Se não fosse pra ter a churrasqueira de volta, ao menos desabafei minha raiva com um monte de palavrões. Isso foi na segunda, dia 5/4, feriado aqui.
Nesta terça, com um sol perfeito e as flores desabrochando, fomos dar uma caminhada no Jardim Botânico, aqui perto de casa, de olho nas churrasqueiras “estacionadas” nas janelas. E... sim! Lá estava ela... parada do outro lado do condomínio (que tem uns oito blocos onde só moram estudantes), na janela de alguém que pegou “emprestada” e “esqueceu” de devolver... Não tive dúvidas em trazer pra casa e deixar um recado para os “simpáticos vizinhos”.
Sem um porão para guardar tralhas, ficamos sem muita alternativa de onde deixar a churrasqueira semi descartável até o fim do verão. Mas desta vez, vai dar mais trabalho se algum espertinho resolver levar... Uma engenhoca de cadeados vai manter a churrasqueira bem perto dos olhos do gatuno, mas bem longe do seu próximo churrasquinho...
E que venha o final de semana!!!
domingo, 4 de abril de 2010
Ovo de Páscoa, literalmente
Hoje é domingo de Páscoa e, por mais piegas que possa parecer, não resisti a um post “temático”. Então, depois de todos os tradicionais cumprimentos – embora eu não seja religiosa e sequer me considere cristã – prefiro dedicar as próximas linhas a alguns comentários mais, digamos, culturais. Ou bizarros, como preferir.
Morar na Alemanha na época da Páscoa tem uma lista gigante de vantagens. A primeira delas não tem nada a ver com a Páscoa em si: mas é a chegada da primavera que, depois de um inverno longo com ares agourentos, passa a ter outro sentido. Então, pra celebrar as flores e o calor – sol e + 12°C – escolhemos a sexta-feira santa para fazer um divertido churrasco: sem culpa por comer carne. Inauguramos o jardim recém voltando a ser verde com muita cerveja, fumaça e violão...
Mas fora isso, de ninguém criticar, reclamar ou cobrar que se coma peixe, a Alemanha tem ainda mais vantagens. Por aqui não existe aquela corrida alucinada das fábricas de chocolates por lançarem ovos e modelos caríssimos a cada Páscoa. Nos supermercados, anda-se tranquilamente, sem aquela sensação claustrofóbica que as armações repletas de ovos de chocolate costumam provocar. Vendem-se alguns ovinhos, coelhinhos de chocolate coloridos, mas é só.
A correria ao supermercado fica por conta do feriado. NADA abre por aqui aos domingos e menos ainda em datas festivas. Além disso, a segunda-feira também é feriado nacional. Eu chamo isso de “síndrome do sábado”, já que se esquecer de comprar qualquer ingrediente da lista, a única chance de cozinhar domingo é batendo a porta do vizinho. Bom... fiz a lista e aproveitei o sábado para comprar o que faltava para dois dias de “nada aberto” e fui ao mercado.
Cheio, como o esperado. Estantes vazias, como o esperado. Filas imensas no caixa, como o esperado. Mas o bizarro estava por vir. A corrida por ovos de páscoa é a mesma aqui na Alemanha: só muda o objeto. Depois de sair do terceiro mercado de mãos vazias, me dei conta de que TODOS os ovos tinham sido vendidos e não havia mais nada em estoque. Mas não os ovos de chocolate: que continuavam aos montes nas estantes. Os ovos de galinha!
Aqui na Alemanha, presente de Páscoa é ovo cozido e pintado: nada mais. A graça (sic!??!?!?!) é bater o seu ovo no de outra pessoa e ver qual deles sai inteiro. E eu, que queria fazer uma massa de pastel, quase fico sem o ingrediente. Na saída do último mercado, paguei as outras compras e recebi um mimo: um ovo cozido. Se meu alemão fosse um pouquinho melhor, juro que teria dito pra caixa: “por favor, vê a minha parte em ovo cru”...
Ps.: Tem uma coisa que esqueci de mencionar sobre as vantagens da Páscoa na Alemanha: o chocolate! Mesmo o chocolate mais baratinho é gostoso :) Mas como tenho sorte ( ;) ), ganhei um ovo lindo (de metal, recheado de ovinhos) da Lindt e um saco inteiro de bombons Lindor, os meus favoritos... AMEI :)
Morar na Alemanha na época da Páscoa tem uma lista gigante de vantagens. A primeira delas não tem nada a ver com a Páscoa em si: mas é a chegada da primavera que, depois de um inverno longo com ares agourentos, passa a ter outro sentido. Então, pra celebrar as flores e o calor – sol e + 12°C – escolhemos a sexta-feira santa para fazer um divertido churrasco: sem culpa por comer carne. Inauguramos o jardim recém voltando a ser verde com muita cerveja, fumaça e violão...
Mas fora isso, de ninguém criticar, reclamar ou cobrar que se coma peixe, a Alemanha tem ainda mais vantagens. Por aqui não existe aquela corrida alucinada das fábricas de chocolates por lançarem ovos e modelos caríssimos a cada Páscoa. Nos supermercados, anda-se tranquilamente, sem aquela sensação claustrofóbica que as armações repletas de ovos de chocolate costumam provocar. Vendem-se alguns ovinhos, coelhinhos de chocolate coloridos, mas é só.
A correria ao supermercado fica por conta do feriado. NADA abre por aqui aos domingos e menos ainda em datas festivas. Além disso, a segunda-feira também é feriado nacional. Eu chamo isso de “síndrome do sábado”, já que se esquecer de comprar qualquer ingrediente da lista, a única chance de cozinhar domingo é batendo a porta do vizinho. Bom... fiz a lista e aproveitei o sábado para comprar o que faltava para dois dias de “nada aberto” e fui ao mercado.
Cheio, como o esperado. Estantes vazias, como o esperado. Filas imensas no caixa, como o esperado. Mas o bizarro estava por vir. A corrida por ovos de páscoa é a mesma aqui na Alemanha: só muda o objeto. Depois de sair do terceiro mercado de mãos vazias, me dei conta de que TODOS os ovos tinham sido vendidos e não havia mais nada em estoque. Mas não os ovos de chocolate: que continuavam aos montes nas estantes. Os ovos de galinha!
Aqui na Alemanha, presente de Páscoa é ovo cozido e pintado: nada mais. A graça (sic!??!?!?!) é bater o seu ovo no de outra pessoa e ver qual deles sai inteiro. E eu, que queria fazer uma massa de pastel, quase fico sem o ingrediente. Na saída do último mercado, paguei as outras compras e recebi um mimo: um ovo cozido. Se meu alemão fosse um pouquinho melhor, juro que teria dito pra caixa: “por favor, vê a minha parte em ovo cru”...
Ps.: Tem uma coisa que esqueci de mencionar sobre as vantagens da Páscoa na Alemanha: o chocolate! Mesmo o chocolate mais baratinho é gostoso :) Mas como tenho sorte ( ;) ), ganhei um ovo lindo (de metal, recheado de ovinhos) da Lindt e um saco inteiro de bombons Lindor, os meus favoritos... AMEI :)
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Receita rápida e fácil: Cookies
Acabei de fazer cookies. O cheirinho ainda ta pela casa e, confesso, não vou estranhar se algum vizinho toque a porta... Delícia!!! Desta vez, nada de receitas alemãs – no Natal testei umas bem gostosas daqui que posto em outra oportunidade – mas sim os tradicionais cookies americanos com raspas de chocolate. É tão simples que mesmo uma criança da conta do recado... Aliás, uma ótima dica pra fazer com as crianças ou com as sobras de ovos e chocolate que costumam acontecer na Páscoa. Ai vai a receitinha, adaptada do Cybercook do Terra.
Ingredientes:
3 colheres (sopa) de margarina
2 colheres (sopa) rasas de açúcar de baunilha (na Alemanha, 2 sachês da Oetcker ou genéricos)
1 ovo
2 colheres (sopa) de leite
3 xícaras de trigo
1 xícara de açúcar *
2 colheres de melado de cana (vende no Rewe, fica junto com o mel – Zuckerrübensirup) *
1 colher (chá) de fermento (usei 2/3 do saquinho da Oetcker)
150 gramas de gotas ou raspas de chocolate
* A receita original falava em 90 gramas de açúcar mascavo, mas como eu não tinha em casa, troquei pelo que achei no armário)
Preparo
Pré-aqueça o forno a 180 graus. Aqueça a margarina por uns 30 segundos no microondas pra facilitar a mistura. Em uma bacia, bata levemente o ovo. Acrescente o açúcar, o melado, o leite, o açúcar de baunilha e vá, aos poucos misturando o trigo e o fermento. A massa precisa soltar da bacia e ficar maleável com as mãos. Se for preciso, coloque um pouco mais de trigo. Acrescente, por fim, as raspas ou gotas de chocolate. Faça bolinhas com cerca de 2,5 cm de diâmetro e achate-as até que fiquem com pouco menos de 1 centímetro de espessura. Coloque na forma (forrada com Backpapier ou untada) a uma distância de 1,5 cm uma das outras. Asse até dourar. Os biscoitinhos parecem meio moles quentes, mas ficam bem crocantes quando esfriam. Essa receita rende 36 cookies de 5 a 6 centímetros de diâmetro.
Ingredientes:
3 colheres (sopa) de margarina
2 colheres (sopa) rasas de açúcar de baunilha (na Alemanha, 2 sachês da Oetcker ou genéricos)
1 ovo
2 colheres (sopa) de leite
3 xícaras de trigo
1 xícara de açúcar *
2 colheres de melado de cana (vende no Rewe, fica junto com o mel – Zuckerrübensirup) *
1 colher (chá) de fermento (usei 2/3 do saquinho da Oetcker)
150 gramas de gotas ou raspas de chocolate
* A receita original falava em 90 gramas de açúcar mascavo, mas como eu não tinha em casa, troquei pelo que achei no armário)
Preparo
Pré-aqueça o forno a 180 graus. Aqueça a margarina por uns 30 segundos no microondas pra facilitar a mistura. Em uma bacia, bata levemente o ovo. Acrescente o açúcar, o melado, o leite, o açúcar de baunilha e vá, aos poucos misturando o trigo e o fermento. A massa precisa soltar da bacia e ficar maleável com as mãos. Se for preciso, coloque um pouco mais de trigo. Acrescente, por fim, as raspas ou gotas de chocolate. Faça bolinhas com cerca de 2,5 cm de diâmetro e achate-as até que fiquem com pouco menos de 1 centímetro de espessura. Coloque na forma (forrada com Backpapier ou untada) a uma distância de 1,5 cm uma das outras. Asse até dourar. Os biscoitinhos parecem meio moles quentes, mas ficam bem crocantes quando esfriam. Essa receita rende 36 cookies de 5 a 6 centímetros de diâmetro.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Variedadade esportiva na Uni-Bremen
Hoje foi dia de acordar cedo. Mais precisamente, 6h55, porque as 7h em ponto entrava no ar o sistema de matrícula para o semestre esportivo da universidade. É preciso ser rápido e deixar tudo digitado antes, só copiar e colar nos formulários: se não, fica sem a vaga em alguns dos esportes mais concorridos. Natação é um deles: o normal é ficar na fila de espera. Sobre essa experiência esportiva, algumas considerações.
A estrutura esportiva da universidade é de deixar inveja! O preço pago pelos estudantes pela matrícula é pelo semestre todo. Natação: 17 euros, hidroginástica (que é o que eu vou fazer), 25. Muito mais barato que qualquer academia ai no Brasil.
Além disso, a lista de esportes disponíveis é imensa. Contei, por cima, 129 modalidades. Fora as subdivisões para cada uma: por idade, sexo, grau de experiência e por ai vai. A variedade tem coisas tipo capoeira, reggeaton, pilates e tudo o que imaginar. Pode espiar.
Mas o curioso é que a lista tem uns esportes que eu chamaria de “perolas”. Perdoem a minha ignorância... mas olha esse treco ai: Rhönrad é o nome da modalidade.
Gostou??? Ainda tem vagas...
Importante também é saber que a universidade está preocupada com a integração social dos estudantes por meio dos esportes (sic!). Pra quem não fala alemão: Nonverbale Kommunikation (esporte isso!?!???). E pra quem é brasileiro ou de qualquer lugar do terceiro mundo e ta preocupado em achar emprego na volta ao país, eis o fim dos seus problemas: Jonglieren.
Emprego garantido em qualquer sinaleira da América Latina, por apenas 17 euros o semestre! Ainda da tempo de fazer a matrícula!!!
A estrutura esportiva da universidade é de deixar inveja! O preço pago pelos estudantes pela matrícula é pelo semestre todo. Natação: 17 euros, hidroginástica (que é o que eu vou fazer), 25. Muito mais barato que qualquer academia ai no Brasil.
Além disso, a lista de esportes disponíveis é imensa. Contei, por cima, 129 modalidades. Fora as subdivisões para cada uma: por idade, sexo, grau de experiência e por ai vai. A variedade tem coisas tipo capoeira, reggeaton, pilates e tudo o que imaginar. Pode espiar.
Mas o curioso é que a lista tem uns esportes que eu chamaria de “perolas”. Perdoem a minha ignorância... mas olha esse treco ai: Rhönrad é o nome da modalidade.
Gostou??? Ainda tem vagas...
Importante também é saber que a universidade está preocupada com a integração social dos estudantes por meio dos esportes (sic!). Pra quem não fala alemão: Nonverbale Kommunikation (esporte isso!?!???). E pra quem é brasileiro ou de qualquer lugar do terceiro mundo e ta preocupado em achar emprego na volta ao país, eis o fim dos seus problemas: Jonglieren.
Emprego garantido em qualquer sinaleira da América Latina, por apenas 17 euros o semestre! Ainda da tempo de fazer a matrícula!!!
domingo, 28 de março de 2010
Pastel caseiro com gostinho de feira
Quem mora fora do Brasil sabe que uma das maiores saudades é de pastel. Sinceramente, quando morava por lá, era uma coisa que raramente comia... mas longe de casa, pastel parece ter um gosto de nostalgia. Então, já tinha feito várias tentativas frustradas e até uma acertada, como a massinha do chinês. Mas dessa vez, cheguei a sentir orgulho...
Bom, a receita que tomei por base é do site Culinária & Receitas, mas a que segue abaixo é a minha adaptação simplificada e que funciona bem pacas!
Ingredientes:
3 colheres de sopa óleo
2 colheres de sopa cachaça
1 colher chá de sal
1 ovo
3 xícaras de trigo (eu uso uma xícara pequena pra isso)
½ xícara de água morna
Preparo
Coloque todos os ingredientes, exceto a água, em uma bacia e vá trabalhando com a mão. Vai virar uma “farofa”. Então, acrescente a água aos poucos até que a massa fique bem homogênea e desgrude da bacia. Trabalhe bem com as mãos. Para fazer os pasteis, separe um pedaço de massa do tamanho de uma bola de tênis de mesa, polvilhe uma superfície lisa com trigo, e estique bem, ate atingir cerca de 20 cm de diâmetro. Vai ficar bem fininha e mais úmida e frágil que as massas que se compra no Brasil. Por isso, não coloque uma sobre a outra. Coloque, então o recheio de sua preferência, feche com um garfo e frite em óleo quente. Tenha bastante cuidado ao manusear o pastel já recheado, já que a massa é bastante delicada e pode rasgar facilmente. Outra dica: faça o recheio bem seco para não danificar a massa e vá fritando na medida que fecha os pastéis. Ficou ótimo! Rende entre 9 e 10 pasteis grandes.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Acorda lobinho!!!!!!!
O lobinho já acordou. Vamos deixar que ele descanse em paz agora, neh! :)
Afinal, não quero ser eu a "a PISTOLEIRA que destruiu a tua vida"
Fica a moral da história: Nunca deixe de ler um release até o final!!! ehheehhehehehe
Afinal, não quero ser eu a "a PISTOLEIRA que destruiu a tua vida"
Fica a moral da história: Nunca deixe de ler um release até o final!!! ehheehhehehehe