Sabe aquele
trecho da música do Legião Urbana que diz “Já morei em tanta casa que nem me
lembro mais...”? A minha vida é mais ou menos assim. Se contar as vezes que me
mudei de um lugar pra outro embora no mesmo endereço, esta foi a 13ª vez que
empacotei e desempacotei a vida. E o blog ficou empacotado na última caixa, por
isso a demora em aparecer! Mas já que cheguei, então vou contar um pouquinho
das voltas que o mundo dá.
Escrevo de Bonn,
neste momento, meu lar por três meses (embora um já tenha quase acabado) aqui
na Alemanha. Deixei Berlin com o coração apertado e acho que Berlin também se
ressentiu: choveu granizo grosso, fez frio e ventou em protesto à minha
despedida. Ao menos quero crer que tenha sido isso e que a feia simpática tenha
me amado tanto quanto a amei nesses seis meses em que passei meus dias a
trilhar suas calçadas sujinhas, mas que levam sempre a um lugar interesante.
Fiquei esse tempo
em Berlin por conta do marido, que fez um intensivo de alemão com bolsa do DAAD
como parte da preparação do doutorado. Não fiquei em casa a lavar pratos, de
qualquer forma. Estudei na TU por um semestre, fiz um novo projeto de doutorado
e muitos planos. O de voltar para Berlin, entre eles. Mas passado o período que
já sabíamos que seria curto, foi hora de empacotar tudo e partir com destinos
diferentes.
Sim: fizemos as
malas para casas separadas, com o coração mais apertado do que nunca.
Definitivamente, casar é estar perto e, me perdoem as moderninhas que concordam
em viver cada um no seu canto: estar longe é pra mim uma saudade imensa diária
que me impede de viver em plenitude. Pode ser piegas, mas preciso do meu amor
por perto para ser feliz. Fim da parte melodramática: vamos ao que interessa.
O maridón começou
o doutorado em Weimar, onde alugamos um apartamento e montamos a vida na
“matriz”, por assim dizer. Ele já está instalado também com escritório e nome
na porta lá na Bauhaus, tem aulas e uma rotina dele. Eu passei para um estágio
profissional para jornalistas de três meses na Deutsche Welle (o link é esse,
mas penso em fazer um post explicando o processo) e estou aqui em Bonn para
isso.
Comecei a
trabalhar no dia 2 de abril e desde então as descobertas têm sido muitas. Estou
na redação de língua portuguesa para a África: faço matérias para rádio e para
o site. Conheci muita gente nova, de todos os cantos lusófonos do mundo e estou
feliz por aqui. Se quiser dar uma espiada no que tenho feito, é só clicar nesse link aqui. O programa começa aos 5´08.
Nesse tempo,
estou dividindo casa com uma portuguesa do Norte que é um doce. Querida,
simpática, atenciosa: a delicadeza em pessoa e me fez sentir em casa desde o
primeiro minuto. Aliás, a Glória é blogueira também e conta as histórias de Bonn. E desse jeito minha vida segue, ao menos até o fim de junho. Depois, sigo
para Weimar e, a contar pelos planos atuais, nos mudamos novamente. Para onde,
ainda não sei. Mas definitivamente, nasci para ser caracol: carregar a casa das
nas costas e andar pelo mundo assim, devagar e sempre.
Cuidado com a vida de caracol quando estiverem por aqui (Lisboa), se não, com alho e orégano vão parar na panela rapidinho! hehehe
ResponderExcluirBeijuuuu!! Rafa
Olá Ivana =)Olá Pessoas ;-)
ResponderExcluirEu sempre leio este blog, adoro o jeito como é descrito os tópicos mas sou super preguicosa para deixar comentários (q vergonha). Mas hoje nao posso deixar de postar um. Bom, eu estava em um encontro de mulheres em Düsseldorf conversando com a mulherada, até que numa roda de conversa, percebo que tem alguma coisa familiar no jeito que uma das meninas falava,entao eu perguntei a ela: Por um acaso vc nao tem um blog? - Sim. Seria o De Volta a Nave Mae, e ela -Sim. E eu disse Nosssssssssaaaaaaaa adoro seu Blog e bla bla... Gente a Ivana é muito querida. Amei te-la conhecida pessoalmente! Esse mundo (alemanha) é realmente muito pequeno, né! Beijao!
Olá Ivana, vou fazer um estágio na DW em setembro. Alguma dica para arranjar casa em Bona? Vou ficar três meses e o ideal seria partilhar. Obrigada!
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