Variedade: é o supermercado, mas se quiser pode chamar de Disneylândia :)
(fotinho feita pela minha irmã Rafa ou pelo cunhado César, não deu pra descobrir!)
Não há como negar a vocação alemã na produção de cerveja. Nem no consumo. De Norte a Sul do país a bebida é unanimidade: o consenso só não existe na hora de dizer qual é a melhor. Nesse ponto, os bávaros defenderão ferrenhamente seu produto e os alemães do norte farão coro em dizer que a cerveja deles é vencedora. Bairrismos a parte, o melhor de tudo é o preço: uma boa cerveja custa menos de 1 euro a garrafa de meio litro. E não pense que essa quantidade é pra ser bebida em copos, dividida com os amigos: essa é a porção individual. :) Nos bares, claro, o preço é mais salgado: varia de 2,50 a 3,50 pelas garrafinhas de 330 ml em uma balada normal.
Eu cheguei aqui na Alemanha sem entender nada de cerveja e, depois de três anos, isso não mudou. :) Quanto mais eu bebo, mais vejo que não conheço nada! De qualquer forma, esse não é um blog sobre cervejas: só resolvi escrever esse post para falar do que eu gosto e pra sugerir algumas cervejas para os amigos que vem me visitar aqui na terra da batata. Simples assim. Então, se quiser comentar o texto, fique à vontade, mas não se esqueça que tudo o que vem abaixo é o mais puro e egoísta achismo. Além disso, aceito sugestões sobre quais ainda não degustei e estão faltando na lista.
Ah, antes que eu me perca em links de
marcas e afins, preciso falar do grande enigma da humanidade: a pergunta que eu
mais ouvi nas férias pelo Brasil. “É verdade que alemão toma cerveja quente?” A
resposta é bem alemã: Jein! Ja (sim) e nein (não), ao mesmo tempo. Eu já falei
sobre isso em uma das colunas que escrevi para o Santa durante a Oktoberfest de
Blumenau e repito aqui. As cervejas alemãs são mais pesadas que as brasileiras
e feitas para beber em uma temperatura um pouco mais elevada, geralmente entre
dois e seis graus. Considerando o período do ano em que a temperatura está
perto disso (ou mesmo no verão, em que a água dos lagos – usada pra gelar a
cerveja em passeios – não está muito além dos dez graus), fica fácil entender o
porquê dessa fama. Claro que já vi muito alemão bebendo cerveja quente do
mercado, sem dó nem piedade...
Bom, vamos a minha lista das especiais: mas não em ordem de preferência, porque não saberia dizer qual é a melhor. Cada uma combina melhor para uma determinada ocasião. E fica logo dito que eu não gosto de cervejas muito amargas e que, depois de fazer a lista, pela ordem que vieram a lembrança, ficou claro algo que nem eu mesma sabia: minha preferência por cervejas com sabor predominantemente maltado.
Paulaner Salvator: É uma doppelbock com
sabor bem acentuado de malte e 7,8% de álcool. Foi a primeira cerveja produzida
pela Paulaner e mantém a mesma receita desde o final do século 18. Os monges
que criaram a receita bebiam esta cerveja no lugar das refeições no período da
quaresma.
Schneider Weisse Aventinus Tap 6: Outra doppelbok,
mas de trigo, com 8,2% de álcool. Fabricada desde 1907, reivindica o título de
ser a mais antiga do estilo feita na Bavária. No side da marca, é descrita
como: em tons escuros de rubi, com notas fortes de banana, passas e ameixa, com
toque de alcaçuz. Seja lá o que for, é boa demais! A Tap 7 também merece ser
provada. Nunca sei qual das duas eu gosto mais!
Duckstein Rotblondes:Por alguma razão que eu desconheço, essa Altbier com 4,9% de álcool é mais
cara que as demais no mercado. Mas merece ser provada: tem um cheiro frutado e
uma espuma bem cremosa e é bem pouco amarga. Foi a primeira a entrar na minha
lista das favoritas aqui na Alemanha.
Maisel’s Weisse Original: Mais uma cerveja
de trigo, dessa vez clara, com 5,2% de álcool. É saborosa, com notas de banana
e um fundo meio cítrico. Acho essa cerveja muito melhor que a Franziskaner,
Erdinger ou Paulaner do tipo, embora seja menos popular. É uma cerveja sem
muita complexidade, mas daquelas que certamente você vai pedir o segundo copo.
Mönchshof Kellerbier: Esta honesta
Kellerbier, com 5,4% de álcool, certamente a cerveja que eu mais bebi na
Alemanha. Tem um sabor bem maltado e um retro gosto um pouco frutado. É aquela
cerveja pra tomar bastante, sem culpa e sem ressaca braba no dia seguinte. Sem
contar que o “plop” na hora de abrir a garrafa faz toda a diferença. Ah, vale
dizer que, infelizmente, dessa cervejaria, a Kellerbier é a única que merece
atenção.
Augustiner Edelstoff: Eu não provei todas
as cervejas da Augustiner, mas pela fama, devem ser todas muito boas. Minha
favorita nesse pacote bávaro é uma Munich Helles Lager com 5,6% de álcool: além
de deliciosa, é linda. Adoro o desenho do rótulo tanto quanto o sabor suave e
refrescante.
Hofbräu Oktoberfestbier: mais uma da
Baviera, esta é uma cerveja de março (Märzbier) e consumida durante a
Oktoberfest. Só pode ser chamada assim por ser feita no Sul da Alemanha, já que
se trata de uma denominação de origem controlada. Tem 6,3% de graduação alcoólica
e entra na lista mais pelo charme do que pelo sabor. Como não é vendida o ano
todo, tem sempre aquela sensação boa de encontrar a nova safra no mercado.
Staropramen Lager: para que não me chamem
de bairrista, coloco aqui uma não-alemã. Devo dizer que as cervejas tchecas são
maravilhosas, mas por hoje fico somente com a minha favorita. Vende em qualquer supermercado na Alemanha. Trata-se de uma
pilsner suave, com 5,0% de álcool e sabor bem frutado com um fundo levemente
adocicado e maltes bem leves. É refrescante e deliciosa.
Claro que na Alemanha tem muita cerveja
ruim, mas para escolher apenas uma que represente toda a desgraça engarrafada,
não preciso pensar muito:
Oettinger Pils: É a cerveja oficial de
todos os mendigos e desocupados do país, já que é vendida a 35 centavos a garrafa
de meio litro. Não sei nem o que falar do gosto: papelão com cachorro molhado,
embora eu nunca tenha comido o primeiro e nem lambido o segundo. O mais cruel é
ver esta porcaria de cerveja vendida como “especial” ai no Brasil. Alguém ta
ganhando muito dinheiro com isso.
Cerveja no Brasil
As cervejas brasileiras não são ruins: só
não têm personalidade. Como o clima do país é, em geral, muito quente, as
cervejas mais fracas acabam combinando melhor. Confesso que no primeiro gole de
Brahma depois de três anos de Alemanha eu tive a sensação de estar bebendo
água. Mas como a companhia dos amigos não tem preço, acho que qualquer cerveja
no Brasil tem um sabor muito especial. Eu tenho minhas favoritas por lá também:
cheias de personalidade e de sabor, diferente das marcas mais tradicionais, mas
não vou falar muito sobre elas não. Ficam só os nomes.
De Blumenau, recomendo a saborosa Strong Golden Ale da Eisenbahn. Se for pra Pomerode, faça o favor para si mesmo de provar a Imperial Stout da Schornstein: deixa qualquer Guinness no chinelo! Entre as comerciais brasileiras, minha favorita ta bem longe de ser uma unanimidade: gosto de Kaiser Gold e, na falta, vou de Brahma Extra.
De Blumenau, recomendo a saborosa Strong Golden Ale da Eisenbahn. Se for pra Pomerode, faça o favor para si mesmo de provar a Imperial Stout da Schornstein: deixa qualquer Guinness no chinelo! Entre as comerciais brasileiras, minha favorita ta bem longe de ser uma unanimidade: gosto de Kaiser Gold e, na falta, vou de Brahma Extra.
Meu marido fica doido, pq aqui no Brasil uma latinha de cerva, custa 1.50 no mercado! Logo voltaremos e ele poderá comemorar com estilo e engradado nas costas! rs
ResponderExcluirIvana, desculpe mas copiei tua foto só para ficar babando. Fico p. da vida pq abriu um supermercado aqui em Brusque/SC e ficamos com a esperança de alguma novidade com bebidas, principalmente cervejas - uma PORCARIA decepcionante. Nossa salvação é o Angeloni em B.Camboriu ou importadoras. Em viagem com a familia por aí, bebemos algumas da Áustria também: excelentes. Que inveja do europeu que tem essas coisas. Mas brevemente voltaremos.
ResponderExcluirNão ficando apenas no assunto de cerveja,queria tirar uma dúvida ou mesmo um conselho,pretendo ir para Alemanha em Dezembro/2013,já tenho casa pra ficar e tudo,somente tenho a preocupação com o custo de vida e em relação ao capital na qual irei levar,tenho junto em torno de 3.000,00 Euros,como vou para casa de Amigos,e não irei conhecer tantos lugares,gostaria de saber se essa quantia daria pra suprir os dias que ficarei por ai?
ResponderExcluirOlá, Júnior... Olha, depende mto do que quer fazer por aqui. A média de turismo sem luxo é de 50 euros por dia, fora as passagens entre cidades e hotel. Se você quiser levar a Alemanha toda na mala, vai gastar mais... De qquer forma, venha com um $ para comprar um bom casaco ja na sua chegada (com uns 70 euros você compra algo bem quente sem ser "de marca"). E aproveite bastante o país!
ResponderExcluirAdorei o seu blogger!!! Estamos correndo atras da cidadania alemã do meu marido e se tudo der certo vamos pra aí. Só tenho uma duvida quanto em média temos que levar pra se começar uma vida aí? começando do zero será que uns 10 mil euros dá até a gente se arranjar?
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