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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Verdades e gentilezas com tempero germânico

Desde que eu vim morar na Alemanha, em outubro de 2008, muita coisa na minha vida mudou. Deixei pra trás Florianópolis – o lugar onde eu sou mais feliz nesse mundo – e construí uma vida nova por aqui... Mas a questão não é falar do que mudou por fora: mas sim, por dentro. Cheguei aqui achando que ia encontrar pessoas fechadas e duras, secas talvez e, com o tempo, parei de achar isso.

Hoje me dei conta que as pessoas por aqui continuam como sempre foram e quem endureceu fui eu. Quando a poeira do Brasil ainda estava nos meus ombros, eu mantinha a falsa polidez latina de dizer “talvez” no lugar de dizer “não”, “interessante” em vez de “não gostei” e me despedir com um “a gente se vê” com a certeza de que nunca mais vou ver a pessoa na vida. Não por escolha.

Por aqui, as coisas são mais diretas e de certa forma, me deixam mais feliz. Não é não, sim e sim e ninguém bate na sua porta antes de marcar hora (mesmo sendo seu vizinho ou seu melhor amigo). E nem chega atrasado. Na universidade (eu acho que já confessei que sou CDF e nerd), dizer “não, não quero fazer o trabalho com você” para um colega menos dedicado não é o fim do mundo e nem razão para deixar de tomar um café com ele no intervalo.

Me pego fazendo dessas com frequência agora. No outro dia, em uma discussão sobre uma apresentação importantíssima – o trabalho final de um ano de projeto coletivo – me flagro olhando para um colega de aula que se ofereceu para apresentar uma parte: “Não concordo que você faça isso. Não confio em você o bastante e nem acho que tenha competência para falar sobre esse tema. Talvez você possa contribuir com algo menos relevante e que não seja vital para apresentação”.

Falei isso assim, na lata, olhando para o próprio que, sem argumentos, aceitou fazer outra coisa. No fim das contas, nem a parte irrelevante pela qual ele ficou responsável ficou pronta... (Ah! Eu já sabia!) Mas se eu tivesse dito isso em uma sala de aula do Brasil, até agora seria o principal assunto da rádio-corredor...



Ps.: Só para ilustrar, uma fotim do inverno, do entardecer as 15h, no hall de entrada da Universidade de Bremen

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