Na Alemanha: salsicha sempre, mas cachorro-quente não é tão popular
Na lata: a empresa chama de alemão, mas não é
Com o
passar do tempo, conheci o buffet de cachorro-quente, modinha na época da
universidade, depois a versão com tomate e cebola crua de Florianópolis,
cachorro-quente prensado do Rio Grande do Sul, com purê de batata em São Paulo
e por ai vai. Mas foi quando cheguei na
Alemanha que veio a surpresa maior: cachorro-quente alemão é, na verdade,
absolutamente blumenauense.
Por aqui se
come muito pão com salsicha, especialmente Bratwurst. Trata-se de um pão minúsculo
com uma salsicha enorme: o pão serve basicamente como um suporte para a
salsicha. Come-se com mostarda amarela e é isso. Até existem versões com a
salsicha Wiener, que teoricamente é a mesma usada no Brasil, mas com uma
diferença gritante de sabor e qualidade. A versão alemã é mais “crocante”, por
assim dizer.
Outra
versão popular na Alemanha é a receita do cachorro-quente dinamarquês, vendido
na rede sueca Ikea. E viva o mix cultural! O pão é adocicado (o tal do pão de
cachorro-quente igual ao do Brasil), servido com uma salsicha Wiener. Em um
buffet – isso varia conforme o país – está disponível pepino fatiado em rodelas
em uma conserva de vinagre adocicada e cebola frita, quase a “batata palha”
daqui... É só montar com catchup, maionese e mostarda amarela e ser um perito
em equilibrismo para comer sem deixar tudo cair.
Na Áustria
há um Hot Dog bem peculiar. Uma máquina com um cilindro metálico fura o pão em
sentido longitudinal e no buraco vai a salsicha. Não é a coisa mais simples de
explicar em um blog familiar como esse, mas é bom. A salsicha é tipo Knacker –
e não Wiener, como se podia esperar em Viena! Oh ironia! –, mas com queijo.
Logo, uma Käsewurst. Vale colocar mostarda e maionese pra completar.
Austríaco: a salsicha vai no buraco feito no pão
Mas antes
que o Sul do Brasil comece a dizer que é mais alemão do que a própria Alemanha,
sou obrigada a acabar com a festa. Não foi só em Blumenau que comi cachorro-quente
com chucrute nesta vida. Achei a iguaria na cidade norte-americana de Buffalo, estado
de Nova Iorque. É mole? A única diferença da versão blumenauense é que o
chucrute vem sem o molho de tomate. Não faço a menor ideia de como os
americanos acabaram se apaixonando por essa mistura tão diferente, mas está lá
em qualquer barraquinha de rua.
Versão EUA: sem molho de tomate, mas com muito chucrute
E pra quem
ficou curioso com essa receita tão peculiar, é simples. Basta refogar o
chucrute (ou na falta dele, repolho cortado em tiras bem finas) até que fique
bem cozido. Vale adicionar cebola e alho, mas eu prefiro sem. Então, coloque
molho de tomate de caixinha, um pouco de pimenta preta, acerte o sal e cozinhe
a salsicha no caldo. Rapidinho e caprichado. Apesar de parecer, não é uma
receita alemã, mas não deixa de ser uma delícia!
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