Depois de mais de dois anos morando por aqui, fica mais fácil perceber as diferenças de comportamento entre o Brasil e a Alemanha. Não estou falando de comidas e tradições, mas das situações cotidianas e dos pequenos detalhes que podem fazer com que você evite cometer gafes ou até mesmo situações de mal entendidos.
Vale dizer ainda que, embora você possa achar muitos dos itens um exagero – e alguns são mesmo generalizações, antes que alguém fale mal dizendo que viveu algo diferente –, vai descobrir que o respeito e a privacidade são coisas muito boas e que é melhor ter em excesso do que não ter. No fim das contas, a grande diferença entre os dois países é: no Brasil, a visão é de que espaço coletivo não pertence a ninguém. Na Alemanha, espaço coletivo significa que é de todo mundo e todos tem a obrigação de zelar por ele...
E para fechar: uma das melhores coisas da Alemanha é que as pessoas não ficam ´ofendidinhas´ por qualquer coisa. Você pode perguntar com todas as letras o que precisa levar para um jantar ou mesmo negar um convite porque foi feito de última hora. Ser sincero e dizer “não“ é uma regra e não é considerado ofensivo ou falta de educação. Confira a lista e boa sorte.
Compromissos em geral:
- NUNCA, mas NUNCA mesmo chegue atrasado. Isso é bastante ofensivo e significa, de certa maneira, que você não considera o tempo da pessoa que te espera valioso.
- Os trens e ônibus são muito pontuais e você pode se programar com muita precisão por aqui. Não estranhe se alguém combinar horários como 12h47, 17h31.
- Se por alguma razão você se atrasar por mais de CINCO minutos, por favor, mande um sms ou ligue para a pessoa que está esperando para avisar e tenha um bom motivo para isso ter acontecido. Se você chegar mais de 10 minutos atrasado, vai encontrar a pessoa de cara feia ou nem vai a encontrar mais. Eu não esperaria...
- Saiba que atrasos são um motivo de isolamento social: se você sempre se atrasa quando marca, as pessoas vão parar de convidar você para qualquer coisa apenas para não terem que ficar esperando. Justo, não?
- Atrasar é ruim, mas chegar cedo demais também. Se o compromisso for em um bar ou restaurante, não chega a ser um grande problema se você chegar 5 ou 10 minutos antes. Mas JAMAIS chegue na casa de uma pessoa antes do horário combinado (nem que sejam cinco minutos!!!). Ela provavelmente vai estar terminando de se arrumar ou organizar os preparativos e vai ser interrompida de forma indesejada. Pontualidade é tudo!
- Se você encontrar um amigo alemão e na hora da despedida disser o famoso: “ A gente tem que marcar um churrasco uma hora dessas” ou “Eu telefono”, ele vai querer saber quando, que horas e onde. Você não precisa usar esse tipo de conversa que se usa no Brasil. Diga que foi um prazer encontra-lo e pronto. Mas se disser que vai ligar, ligue mesmo: ele vai estar esperando. Esses compromissos ´no ar´ não existem por aqui: ou você marca ou não marca.
Geral:
- Não se assuste se encontrar cachorros no restaurante, no trem, no banco. Eles são bem vindos em todos os lugares, exceto se houver uma plaquinha dizendo explicitamente que eles devem ficar do lado de fora.
- Aliás, se encontrar um cachorro do lado de fora ou mesmo com seu dono passeando por ai, não chame, não de carinho, não toque nele. Alemães detestam que você tente fazer festinha com os bichos tanto quanto detestam que você olhe muito ou faça festinha com os filhos deles.
- Acostume-se com os ruídos de soar o nariz logo na primeira semana. Você vai ouvir isso o tempo todo, em todos os lugares, mesmo à mesa. E saiba que para os alemães, nada é mais nojento do que ficar com o nariz fungando, como é comum no Brasil. Então, não pense nem por meio segundo. Se o nariz fungar, entre no clube do barulho e limpe geral para não parecer mal educado.
- Os barulhos corporais não são tão mal vistos como no Brasil. Não se assuste se alguém passar na rua e peidar como se não fosse nada. Claro que isso não vale para locais fechados!
- No banheiro, o papel higiênico usado é jogado dentro do vaso, diferente de como se faz em vários lugares (se não a maioria!) do Brasil. O cestinho de lixo é apenas para absorventes femininos, toalhinhas de limpeza, cotonetes e afins...
- No Brasil, via de regra, as pessoas são apresentadas umas as outras e já trocam beijinhos (dois ou três, dependendo da região). Aqui isso NÃO existe. Apenas amigos MUITO, mas MUITO próximos se cumprimentam com um abraço e talvez um beijinho no ar.
- Quando for apresentado a alguém, espere o gesto da pessoa estendendo a mão. Nem mesmo apertar a mão é praxe em todas as situações. Especialmente depois da gripe suína –o quando campanhas estimulavam a evitar o contato físico – dar a mão caiu em desuso. Então, de novo: se a pessoa estender a mão, cumprimente. Se não, um aceno de cabeça e um sorriso leve são mais do que o bastante para uma saudação amistosa.
- No consultório médico, nunca, jamais tente cumprimentar seu médico com um aperto de mão. Ele só tocará em seus pacientes – de luva, geralmente – se isso for inevitável. Afinal, se você está indo no médio é porque, provavelmente, está doente.
Almoço, jantar e afins:
- Se você recebeu o convite pra jantar na casa de alguém, isso quer dizer que essa pessoa está oferecendo a comida e não a bebida (se ela for oferecer bebida, vai avisar você claramente). Portanto, leve o que você planeja beber (refrigerante, suco, vinho, cerveja, etc) e beba o que você levou!
- Além da sua própria bebida, é costume levar um vinho para os donos da casa, de presente, como forma de agradecer o jantar.
- Se quiser, se ofereça para levar alguma sobremesa. Caso os anfitriões achem a ideia boa, combine com eles o que vai levar. Sorvete é quase sempre uma boa opção.
- É bacana ajudar a recolher os pratos e louças, mas não corra para a pia para lavá-los. A maioria das pessoas tem máquinas de lavar louças ou, se não, os alemães costumam ficar horrorizados com a quantidade de água que nós, brasileiros, gastamos pra lavar louça. Ofereça-se pra secar que está de bom tamanho.
Visitas:
- Nunca, jamais, por motivo algum apareça na casa de alguém de surpresa. Combine antes, ligue, mande sms. Se você aparecer de surpresa tem grande chance de nem ser recebido. E não fique de cara amarrada se isso acontecer. Ler um livro, ir ao mercado ou qualquer outra atividade que a pessoa já programou tem a mesma importância.
- Sempre tire os sapatos quando chegar na casa de alguém, ou ao menos faça a menção de tirar. A maioria das pessoas só anda dentro de casa descalça ou com chinelos de pano, para evitar que areia, lama, neve e folhas sujem o ambiente. Afinal, são raros os que contam com alguém pra ajudar na limpeza.
- Já que você vai tirar os sapatos com frequência, esqueça as meias velhas ou furadas. Jogue tudo fora! E esqueça as meias brancas. Não me pergunte o motivo, mas usar meias brancas aqui na Alemanha é algo muito mal e fora de moda.
Churrasco:
- A não ser que o organizador do churrasco deixe explícito que vai oferecer a comida (raramente é assim), está implícito que você deve levar sua própria comida e bebidas.
- Pergunte se ele tem espaço na grelha ou se você deve levar uma descartável
- Leve e COMA somente a sua comida. Se algo for para dividir entre todos, a pessoa que preparou vai dizer: esse prato é para dividir com todos. Se não, cada um come o que levou.
- Prepare a sua comida: você vai colocar suas coisas na grelha e vai cuidar delas. Ninguém tem a obrigação de fazer isso por você.
- Leve (ou pergunte se o anfitrião pode emprestar) prato, faca, copos, cadeira, esteira para sentar ou qualquer outra coisa que possa precisar durante o churrasco.
- (adendo em 25/02/11) Vale dizer que não é comum ter churrasqueira em casa (aquele espaço pra churrasco, como existe no Brasil) e, por isso, trata-se de um evento programado para algum parque, jardim ou mesmo no pátio do prédio de alguém. Claro que se for no quintal de alguém que mora em uma casa, você não precisa se preocupar em levar tanta coisa. O importante é que fique claro que ninguém precisa pensar nas suas necessidades!
Compras:
- Os supermercados, em geral, tem esteiras muito longas e nenhum espaço depois do caixa. Você coloca tudas as suas compras na esteira, a caixa passa em uma velocidade alucinante. Você joga de volta no carrinho o mais rápido que conseguir, paga e sai correndo. Então, nos balcões de apoio que todo o supermercado tem, você coloca as coisas com calma nas sacolas, bolsas, mochilas e afins. Isso é sério! Não estranhe! E se fizer de forma lenta, vai levar cara feia ou mesmo um xingamento de quem está na fila aguardando.
- Falando em compras, leve as suas sacolas! As sacolas são pagas no mercado (entre 0,07 e 0,25 cada uma de plástico).
- Deixe as caixas dos produtos no mercado! Eles tem caixas coletoras de papel e você não precisa carregar pra casa a caixa de peitos de frango congelados que, por sua vez, também estão dentro de sacos plásticos. Então, evite levar peso e entulho à toa.
- Em qualquer loja, escolha tudo antes de ir ao caixa. Ou mesmo antes de dirigir a palavra ao vendedor. Se quer ver um perfume que está no balcão, só peça se realmente estiver pensando em levar. Pedir pra provar vários e não levar nenhum é um desaforo. Assim como também é muito mal ficar escolhendo coisas de última hora ou ficar na indecisão na hora do caixa. Ninguém tem paciência pra isso, nem os outros clientes e menos ainda o caixa.
Universidade:
- A regra da pontualidade vale também para as universidades. Seja SEMPRE pontual e, caso se atrase, não entre pedindo desculpas ou dizendo o porquê do atraso. Entre fazendo o menor barulho possível, sente-se sem algazarra e deseje ter um manto da invisibilidade para evitar o olhar gélido do professor.
- Não saia durante a aula pra atender telefone. Nem pra ir no banheiro (a não ser que seja absolutamente inevitável). Os professores costumam fazer intervalos a cada 1h30 de aula, em média, para que todos possam atender suas necessidades sem distúrbios maiores.
- Existem dois tipos de pontualidade no mundo acadêmico. O horário ´sharp´ e o horário acadêmico. No primeiro caso, se a aula está prevista para começar as 8h, será as 8h em ponto. No segundo caso, isso significa 8h15, mas pontualmente as 8h15... No primeiro dia, chegue no horário sharp e descubra qual é o estilo do professor. É provável que ele fale sobre isso claramente e explique que horas planeja realmente começar as aulas.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Alemanha / Bremen: onde morar e como encontrar apartamento ou casa
Um dos pedidos mais frequentes que recebo por e-mail, de pessoas que encontram o blog em busca de informações sobre morar em Bremen e na Alemanha, diz respeito a moradia. Então, na última mensagem, fiz uma resposta mais detalhada para transformar em um post. As dicas são voltadas para Bremen, mas com uma ajuda do Google é possível achar o mesmo em outros lugares. Não deixe de conferir ainda as dicas do Pedro e da Luiza no blog Horny Mule!
Então, anota aí:
Moradias estudantis:
Se você vem como estudante, pode tentar moradias estudantis, que são mobiliadas. Eles tem aptos compartilhados (um quarto só seu, mas dividindo banheiro e cozinha), apartamentos de solteiro (1 cômodo) e mesmo de dois cômodos, pra casais ou três, pra quem tem filhos. Para os apartamentos individuais e maiores existe uma fila de espera então, assim que souber do resultado da universidade, já envie o formulário e o documento pedindo vaga. Seja insistente nos pedidos pra ser atendido. O site deles eh: www.studentenwerk.bremen.de. Quanto antes fizer a inscrição, maiores as chances de conseguir vaga. É o jeito mais barato de morar por aqui. Os quartos custam cerca de 190,00 e os apartamentos individuais a partir de 235,00, com tudo incluso (até mesmo internet de alta velocidade)
Esta foto é do Luisental, a moradia estudantil onde vivemos aqui em Bremen. É cheia de jardins, limpa, organizada. Recomendo!
Ainda como estudante, existe uma moradia privada que também oferece quartos/apartamentos mobiliados. Fica praticamente dentro da Universidade de Bremen. Confira o site para as vagas e valores:
www.galileoresidenz.com.
Repúblicas e apartamentos compartilhados:
Aqui na Alemanha é muito comum que pessoas sozinhas morem em apartamentos compartilhados (estilo as repúblicas no Brasil). Essa não é uma prática apenas estudantil, mas de adultos jovens e mesmo casais sem filhos. Nesse caso, é comum as pessoas que já moram na casa optarem por uma entrevista antes de escolher quem vai ficar por lá. Você pode fazer alguns contatos ainda no Brasil, mas é provável que só vá fechar negócio depois de conhecer seus futuros colegas de apartamento pessoalmente. Para ter ideias de preços e vagas, consulte esses dois sites:
www.wg-gesucht.de.
www.schwarzesbrett.bremen.de
Esse último é o site de classificados da cidade, a forma mais comum de conseguir moradia. Como é um classificado livre, os próprios locatários atualizam as informações diariamente. Fique de olho todos os dias!
Curta temporada:
Caso você esteja vindo por um período determinado de tempo, vale olhar as opções de Zwischenmiette, que são sublocações por algum período de tempo (não se preocupe, isso é legalmente reconhecido aqui) de algum apartamento ou quarto já mobiliado. São pessoas que saem para viajar por um mês, um semestre ou mesmo por um ano de intercâmbio e locam seus quartos/apartamentos neste tempo. Nos sites de WGs acima existem ofertas desse tipo.
Imobiliárias:
Existe ainda a opção das imobiliárias, que podem ser um pouco chatas na burocracia, como no Brasil. A maior aqui em Bremen é a Gewoba: www.gewoba.de . Você pode tentar ainda um site chamado www.immobilienscout24.de.
No caso de apartamentos de imobiliária, raramente vem com mobília, mas você pode encontrar coisas bem baratas para montar a casa e viver por uns meses no Ikea. Veja nesse post as dicas de como economizar na hora de montar sua casa aqui em Bremen.
Hostel:
Pra quem não tem ideia de onde morar, é bom fazer uma reserva em hostel para os primeiros dias. Como cheguei por aqui já com casa, acabei não precisando dos serviços, mas todos os meus amigos que precisaram de hostel indicaram o mesmo, com bom preço, limpo, cozinha para preparar suas próprias refeições, bem localizado e com atendimento bem simpático. Não recebo um tostão pela propaganda deles, mas vale a dica: townside.de
Fique atento a alguns detalhes na hora de alugar:
- Por aqui, o número de Zimmer representa o número de cômodos da casa. Ou seja, 2 Zimmer não são dois quartos, mas sim dois cômodos (normalmente, quarto e sala).
- Kalt é o aluguel sem incluir o aquecimento e Warm, o preço já com o aquecimento. E aquecimento é um dos maiores custos que você vai ter (e é pago mensalmente, seja verão ou inverno)
- Nebenkosten - são os custos adicionais e que podem incluir, entre outras coisas: água quente e fria, limpeza das áreas externas, manutenção, etc. Veja com atenção o que está ou não incluso no valor.
- Kaution - é normal (e em 99% dos casos acontece) pagar uma caução para alugar. Pode ser de 2 ou 3 alugueis kalt, normalmente. Esse dinheiro é devolvido quando se sai, depois de o proprietário verificar se o apto está ok. Caso haja dano, o valor é descontado desse dinheiro.
- Provision - é a comissão do agente imobiliário. Alguns aptos são ´Provisionfrei´ ou seja, você não paga comissão. Se tiver que pagar, esse $ é perdido.
Então, anota aí:
Moradias estudantis:
Se você vem como estudante, pode tentar moradias estudantis, que são mobiliadas. Eles tem aptos compartilhados (um quarto só seu, mas dividindo banheiro e cozinha), apartamentos de solteiro (1 cômodo) e mesmo de dois cômodos, pra casais ou três, pra quem tem filhos. Para os apartamentos individuais e maiores existe uma fila de espera então, assim que souber do resultado da universidade, já envie o formulário e o documento pedindo vaga. Seja insistente nos pedidos pra ser atendido. O site deles eh: www.studentenwerk.bremen.de. Quanto antes fizer a inscrição, maiores as chances de conseguir vaga. É o jeito mais barato de morar por aqui. Os quartos custam cerca de 190,00 e os apartamentos individuais a partir de 235,00, com tudo incluso (até mesmo internet de alta velocidade)
Esta foto é do Luisental, a moradia estudantil onde vivemos aqui em Bremen. É cheia de jardins, limpa, organizada. Recomendo!
Ainda como estudante, existe uma moradia privada que também oferece quartos/apartamentos mobiliados. Fica praticamente dentro da Universidade de Bremen. Confira o site para as vagas e valores:
www.galileoresidenz.com.
Repúblicas e apartamentos compartilhados:
Aqui na Alemanha é muito comum que pessoas sozinhas morem em apartamentos compartilhados (estilo as repúblicas no Brasil). Essa não é uma prática apenas estudantil, mas de adultos jovens e mesmo casais sem filhos. Nesse caso, é comum as pessoas que já moram na casa optarem por uma entrevista antes de escolher quem vai ficar por lá. Você pode fazer alguns contatos ainda no Brasil, mas é provável que só vá fechar negócio depois de conhecer seus futuros colegas de apartamento pessoalmente. Para ter ideias de preços e vagas, consulte esses dois sites:
www.wg-gesucht.de.
www.schwarzesbrett.bremen.de
Esse último é o site de classificados da cidade, a forma mais comum de conseguir moradia. Como é um classificado livre, os próprios locatários atualizam as informações diariamente. Fique de olho todos os dias!
Curta temporada:
Caso você esteja vindo por um período determinado de tempo, vale olhar as opções de Zwischenmiette, que são sublocações por algum período de tempo (não se preocupe, isso é legalmente reconhecido aqui) de algum apartamento ou quarto já mobiliado. São pessoas que saem para viajar por um mês, um semestre ou mesmo por um ano de intercâmbio e locam seus quartos/apartamentos neste tempo. Nos sites de WGs acima existem ofertas desse tipo.
Imobiliárias:
Existe ainda a opção das imobiliárias, que podem ser um pouco chatas na burocracia, como no Brasil. A maior aqui em Bremen é a Gewoba: www.gewoba.de . Você pode tentar ainda um site chamado www.immobilienscout24.de.
No caso de apartamentos de imobiliária, raramente vem com mobília, mas você pode encontrar coisas bem baratas para montar a casa e viver por uns meses no Ikea. Veja nesse post as dicas de como economizar na hora de montar sua casa aqui em Bremen.
Hostel:
Pra quem não tem ideia de onde morar, é bom fazer uma reserva em hostel para os primeiros dias. Como cheguei por aqui já com casa, acabei não precisando dos serviços, mas todos os meus amigos que precisaram de hostel indicaram o mesmo, com bom preço, limpo, cozinha para preparar suas próprias refeições, bem localizado e com atendimento bem simpático. Não recebo um tostão pela propaganda deles, mas vale a dica: townside.de
Fique atento a alguns detalhes na hora de alugar:
- Por aqui, o número de Zimmer representa o número de cômodos da casa. Ou seja, 2 Zimmer não são dois quartos, mas sim dois cômodos (normalmente, quarto e sala).
- Kalt é o aluguel sem incluir o aquecimento e Warm, o preço já com o aquecimento. E aquecimento é um dos maiores custos que você vai ter (e é pago mensalmente, seja verão ou inverno)
- Nebenkosten - são os custos adicionais e que podem incluir, entre outras coisas: água quente e fria, limpeza das áreas externas, manutenção, etc. Veja com atenção o que está ou não incluso no valor.
- Kaution - é normal (e em 99% dos casos acontece) pagar uma caução para alugar. Pode ser de 2 ou 3 alugueis kalt, normalmente. Esse dinheiro é devolvido quando se sai, depois de o proprietário verificar se o apto está ok. Caso haja dano, o valor é descontado desse dinheiro.
- Provision - é a comissão do agente imobiliário. Alguns aptos são ´Provisionfrei´ ou seja, você não paga comissão. Se tiver que pagar, esse $ é perdido.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Receita fácil de esfiha aberta: o Habib´s na minha casa!
Domingo foi dia de esfiha. Muita esfiha. Transformamos o prédio em uma filial do Habib´s, com brasileiros saindo pela janela. Nove brasileiros de todos os cantos com a mão, literalmente, na massa. Todo mundo ajudou, todo mundo comeu e foi divertido pacas. E o mais importante, todos aprenderam a fazer as esfias e viram que não tem segredo.
A razão desse post curtinho é publicar de novo a receita das esfihas, mas agora com uma foto linda que roubei do blog da Mirna, nesse link, pra ser mais exata. Ela é fotógrafa de mão cheia! E agora tenho uma foto legal, das esfihas feitas por nós no sábado, pra ilustrar essa receita! Danke, Mirna!
Então, a receita está nesse post, e novamente aqui:
Esfiha aberta
(Receita para 20 a 23 unidades)
Ingredientes:
1 tablete de fermento para pão (eu uso o de 30 gramas, fresco, q vende no Lidl a 9 centavos na estante dos patês e frios)
2 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 xícara (chá) de água morna
2 colheres (sopa) de óleo
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
Fubá pra esticar (Maismehl ou polenta – vende nas lojas asiáticas ou no Edeka. O mais grossinho é o ideal)
Massa:
Misture o açúcar com a água morna e coloque, esmigalhado, o fermento biológico para “acordar”. Deixe descansar por 10 a 15 minutos. Em uma bacia plástica, coloque o trigo, o óleo, o sal e acrescente a água com o fermento e o açúcar. Pré-aqueça o forno a 180 graus. Misture com as mãos até obter uma massa lisa que não gruda nas mãos e nem na bacia. Talvez precise de um pouco mais de trigo ou água morna pra chegar ao ponto. Deixe, então, a massa crescer em lugar quente por mais 30 a 40 minutos (até dobrar de tamanho). Então, com as mãos, faça uma bolinha pouco maior que uma de pingue-pongue e, em uma superfície coberta com fubá, molde a massa no formato das esfihas (com uns 6 centímetros de diâmetro, com a borda mais altinha). Coloque o recheio nas “forminhas” e leve ao forno por cerca de 10 minutos ou até dourar as bordas.
Recheio:
Carne: Para as de carne, faça um refogado de carne moída com cebola e temperos da sua preferência. Uma dica é usar hortelã pra temperar a carne, no lugar da cebolinha verde. Como eu não tinha hortelã fresca, usei a que estava em um saquinho de chá de Pfeferminze... Ficou igual e saboroso. Não refogue muito a carne: só o suficiente pra tirar o vermelho. Ela vai terminar de assar no forno.
Queijo: Usei uma mistura de Speisequark (mas também pode ser Kornigkäse, Frischkäse tradicional), temperado com sal, Limete (aquele da garrafinha de plástico verde escuro em forma de limão), sal, cebolinha e salsinha e hortelã. Pra meio quilo de quark, um saquinho de chá de hortelã esta bom.
A razão desse post curtinho é publicar de novo a receita das esfihas, mas agora com uma foto linda que roubei do blog da Mirna, nesse link, pra ser mais exata. Ela é fotógrafa de mão cheia! E agora tenho uma foto legal, das esfihas feitas por nós no sábado, pra ilustrar essa receita! Danke, Mirna!
Então, a receita está nesse post, e novamente aqui:
Esfiha aberta
(Receita para 20 a 23 unidades)
Ingredientes:
1 tablete de fermento para pão (eu uso o de 30 gramas, fresco, q vende no Lidl a 9 centavos na estante dos patês e frios)
2 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 xícara (chá) de água morna
2 colheres (sopa) de óleo
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
Fubá pra esticar (Maismehl ou polenta – vende nas lojas asiáticas ou no Edeka. O mais grossinho é o ideal)
Massa:
Misture o açúcar com a água morna e coloque, esmigalhado, o fermento biológico para “acordar”. Deixe descansar por 10 a 15 minutos. Em uma bacia plástica, coloque o trigo, o óleo, o sal e acrescente a água com o fermento e o açúcar. Pré-aqueça o forno a 180 graus. Misture com as mãos até obter uma massa lisa que não gruda nas mãos e nem na bacia. Talvez precise de um pouco mais de trigo ou água morna pra chegar ao ponto. Deixe, então, a massa crescer em lugar quente por mais 30 a 40 minutos (até dobrar de tamanho). Então, com as mãos, faça uma bolinha pouco maior que uma de pingue-pongue e, em uma superfície coberta com fubá, molde a massa no formato das esfihas (com uns 6 centímetros de diâmetro, com a borda mais altinha). Coloque o recheio nas “forminhas” e leve ao forno por cerca de 10 minutos ou até dourar as bordas.
Recheio:
Carne: Para as de carne, faça um refogado de carne moída com cebola e temperos da sua preferência. Uma dica é usar hortelã pra temperar a carne, no lugar da cebolinha verde. Como eu não tinha hortelã fresca, usei a que estava em um saquinho de chá de Pfeferminze... Ficou igual e saboroso. Não refogue muito a carne: só o suficiente pra tirar o vermelho. Ela vai terminar de assar no forno.
Queijo: Usei uma mistura de Speisequark (mas também pode ser Kornigkäse, Frischkäse tradicional), temperado com sal, Limete (aquele da garrafinha de plástico verde escuro em forma de limão), sal, cebolinha e salsinha e hortelã. Pra meio quilo de quark, um saquinho de chá de hortelã esta bom.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Cozinhar na Alemanha: sugestão de cardápio (simples e rápido) para a semana
Eu gosto de cozinhar e quem acompanha esse blog já deve ter percebido. Coloco aqui as comidinhas do dia a dia e outras invencionices. Apesar disso, às vezes falta ideia: pensar no que fazer todos os dias chega a ser meio chatinho. Mas isso não acontece só comigo não. Minhas amigas passam pelo mesmo e imagino que um monte de estudantes (ou mesmo casais e famílias) também. Por isso fiz esse post. É uma sugestão de cardápio BEM simples e BEM básico (e barato) pra quem não tem muito tempo – ou não gosta muito de cozinhar – e quer passar a semana bem aqui na Alemanha. Não se trata de nenhuma recomendação de nutricionista, já aviso. São só ideias para facilitar aquele dia sem inspiração! Acompanhe as receitas com saladas verdes (nem que seja aquele saco com as verduras já lavadas e cortadas) e pronto!
Segunda:
Escondidinho de Kassler ou carne moída. Como segunda é o dia internacional da preguiça, comecei com uma receita que já está publicada aqui no blog... Você pode substituir o Kassler por carne moída que também fica gostoso!
Terça:
Hoje é dia de macarrão e as variações são imensas. Pra ficar em algo bem básico, dá pra comprar molho a bolonhesa pronto, molho ao sugo ou fazer essa versão de inspiração indiana. Como o molho é rapidíssimo de preparar, você pode fazer na mesma panela que cozinhou o macarrão e assim suja menos louça... Bom pra quem lava, bom pra economizar água!
Penne à indiana
Ingredientes:
200 gramas de macarrão penne de grano duro
200 gramas de peito de frango
OU
200 gramas de brócolis
1 lata de ervilhas ou 1 caixinha de ervilha torta (vagem) – a ervilha torta fica mais saborosa!
1 cebola
1 caixinha de Schlagesahne (creme de leite bem líquido)
1 colher de sopa rasa de Sossenbinder helle (que é um pó pra engrossar molho). Se não tiver, pode ser trigo ou mesmo maizena
Curry
Preparo:
Cozinhe o penne ‘ al dente’, conforme instrução da caixinha. Refogue a cebola e o frango (ou o brocoli – se quiser, use os dois que também fica bom!) até ficar bem cozido. Acrescente as ervilhas escorridas e o Schlagesahne e sal. Povilhe com curry – comece colocando uma colher de chá, misture bem e prove. Como o curry é picante, é melhor colocar aos poucos até encontrar um ponto que você goste. Acrescente o Sossenbinder para engrossar um pouco. Misture o molho na massa (pra que o creme entre no penne) e pronto!
Quarta:
Pastelão de legumes é uma opção daquelas que só se suja uma panela! É simples, saboroso e, como os legumes são congelados, da pra ter o ano todo e não se fica com preguiça de sair no meio da neve pra ´caçar´ o almoço durante o inverno...
Pastelão de legumes
Ingredientes:
1 caixinha de Butter Gemüse congelado
½ copo de leite
½ copo de óleo
1 ovo
1 copo + 1 colher de trigo
½ pacotinho de Backpulver (fermento de bolo que é igual ao pó Royal)
1 cebola
2 dentes de alho
Queijo em fatias ou ralado (opcional)
Preparo:
Abra a caixinha do Butter gemüse e encontre um pedacinho da manteiga que está dentro. Coloque o tanto de uma colher rasa de sopa em uma panela. Corte a cebola, o alho e refogue na manteiga. Eu acho a quantidade de manteiga que vem junto muito absurda, então jogo o restante fora. Refogue os legumes com os demais ingredientes.
Massa:
Com um batedor (ou mesmo com um a colher ou garfo), misture o ovo, o trigo, o leite, o óleo e o fermento até obter uma massa homogênea. Se ficar muito dura, pode colocar um pouco mais de leita até obter a consistência de massa de panqueca. Unte uma assadeira com óleo e coloque metade da massa no fundo. Despeje os legumes refogados. Sobre os legumes, coloque o restante da massa. Se quiser, coloque queijo ralado ou picado sobre a massa. Leve ao forno pré-aquecido (em cima e embaixo, se possível, a 180 graus) e asse por 15 minutos (ou até dourar bem).
Quinta:
Que tal uma comidinha de inspiração grega? Um risoto de tomate com torta de carne? Antes de colocar a mão na massa, não esqueça de comprar um potinho de molho Tzatziki (ou tsatziki). É fácil fazer em casa, mas essa receita fica pra outro dia. Vamos aos dois pratos do dia: risoto de tomate e torta de carne.
Risoto de Tomate
Ingredientes
1 xícara de arroz (de risoto é melhor, mas pode ser o comum mesmo ou até milchreis, que é mais mole)
½ lata de tomate com molho (da pra usar o restante pra preparar o prato da sexta-feira!)
1 cebola
2 dentes de alho
Preparo:
Refogue a cebola, o alho e os tomates em lata picados. Acrescente o arroz, sal e pimenta a gosto, e coloque mais 1 e ½ xícara de água fervente. Deixe cozinhar até estar seco. Desligue o fogo, tampe a panela e deixe por mais 5 minutos pra terminar de cozer.
Torta de carne
Ingredientes:
400 gramas de carne moída
½ cebola
2 dentes de alho
1 ovo
3 colheres de farinha de rosca (Paniertmehl)
Cebolinha e salsa (opcional)
Sal e pimenta a gosto
Papel alumínio para assar
Preparo:
Corte a cebola e o alho bem fininhos. Misture os temperos na carne moída, acrescente o ovo e a farinha de rosca. Essa massa é a mesma para fazer hambúrguer, bolinho de carne... Então, se não tiver forno ou se tiver pressa, vale fazer uns hambúrgueres fritos (ou no forno), que também combinam com o arroz e o molho. No caso da torta, modele na forma que preferir. Eu gosto de fazer uma ´salsicha´ bem gorducha, com cerca de 10 centímetros de diâmetro. Passe papel alumínio em volta e leve ao forno aquecido em 200 graus por 1 hora.
Sexta:
Depois de cozinhar a semana toda, falta inspiração e vontade na sexta... Então, hoje é o dia das coisas prontas: gnocchi (ou nhoque!) é uma comidinha prática e gostosa. Ainda mais aqui, onde você encontra uma caixinha no Lidl (fica junto com o macarrão) por 79 centavos. O pacotinho tem 200 ou 250 gramas, não sei, mas dá para duas pessoas. É só cozinhar como manda o fabricante e acrescentar um molho que você goste. Vale molho de caixinha pronto, de tomate, bolonhesa ou mesmo apenas queijo. Fica gostoso colocar queijo gorgonzola por cima e pronto. Simples assim.
Sábado:
No Brasil, sábado é dia de feijoada, certo? E porque não aqui na Alemanha? Você escolhe o tipo: completa ou rapidinha.
Domingo:
Estrogonofe, que pode ser de carne moída, de frango, de peru, de boi... A receita é a mesma: é só trocar a carne moída pela carne escolhida, cortada em tirinhas. E, se quiser batata palha pra acompanhar, ou pelo menos algo que se pareça com batata palha, compre salgadinhos de páprica no mercado. Espia ai no Blog da Mel como eles são.
Segunda:
Escondidinho de Kassler ou carne moída. Como segunda é o dia internacional da preguiça, comecei com uma receita que já está publicada aqui no blog... Você pode substituir o Kassler por carne moída que também fica gostoso!
Terça:
Hoje é dia de macarrão e as variações são imensas. Pra ficar em algo bem básico, dá pra comprar molho a bolonhesa pronto, molho ao sugo ou fazer essa versão de inspiração indiana. Como o molho é rapidíssimo de preparar, você pode fazer na mesma panela que cozinhou o macarrão e assim suja menos louça... Bom pra quem lava, bom pra economizar água!
Penne à indiana
Ingredientes:
200 gramas de macarrão penne de grano duro
200 gramas de peito de frango
OU
200 gramas de brócolis
1 lata de ervilhas ou 1 caixinha de ervilha torta (vagem) – a ervilha torta fica mais saborosa!
1 cebola
1 caixinha de Schlagesahne (creme de leite bem líquido)
1 colher de sopa rasa de Sossenbinder helle (que é um pó pra engrossar molho). Se não tiver, pode ser trigo ou mesmo maizena
Curry
Preparo:
Cozinhe o penne ‘ al dente’, conforme instrução da caixinha. Refogue a cebola e o frango (ou o brocoli – se quiser, use os dois que também fica bom!) até ficar bem cozido. Acrescente as ervilhas escorridas e o Schlagesahne e sal. Povilhe com curry – comece colocando uma colher de chá, misture bem e prove. Como o curry é picante, é melhor colocar aos poucos até encontrar um ponto que você goste. Acrescente o Sossenbinder para engrossar um pouco. Misture o molho na massa (pra que o creme entre no penne) e pronto!
Quarta:
Pastelão de legumes é uma opção daquelas que só se suja uma panela! É simples, saboroso e, como os legumes são congelados, da pra ter o ano todo e não se fica com preguiça de sair no meio da neve pra ´caçar´ o almoço durante o inverno...
Pastelão de legumes
Ingredientes:
1 caixinha de Butter Gemüse congelado
½ copo de leite
½ copo de óleo
1 ovo
1 copo + 1 colher de trigo
½ pacotinho de Backpulver (fermento de bolo que é igual ao pó Royal)
1 cebola
2 dentes de alho
Queijo em fatias ou ralado (opcional)
Preparo:
Abra a caixinha do Butter gemüse e encontre um pedacinho da manteiga que está dentro. Coloque o tanto de uma colher rasa de sopa em uma panela. Corte a cebola, o alho e refogue na manteiga. Eu acho a quantidade de manteiga que vem junto muito absurda, então jogo o restante fora. Refogue os legumes com os demais ingredientes.
Massa:
Com um batedor (ou mesmo com um a colher ou garfo), misture o ovo, o trigo, o leite, o óleo e o fermento até obter uma massa homogênea. Se ficar muito dura, pode colocar um pouco mais de leita até obter a consistência de massa de panqueca. Unte uma assadeira com óleo e coloque metade da massa no fundo. Despeje os legumes refogados. Sobre os legumes, coloque o restante da massa. Se quiser, coloque queijo ralado ou picado sobre a massa. Leve ao forno pré-aquecido (em cima e embaixo, se possível, a 180 graus) e asse por 15 minutos (ou até dourar bem).
Quinta:
Que tal uma comidinha de inspiração grega? Um risoto de tomate com torta de carne? Antes de colocar a mão na massa, não esqueça de comprar um potinho de molho Tzatziki (ou tsatziki). É fácil fazer em casa, mas essa receita fica pra outro dia. Vamos aos dois pratos do dia: risoto de tomate e torta de carne.
Risoto de Tomate
Ingredientes
1 xícara de arroz (de risoto é melhor, mas pode ser o comum mesmo ou até milchreis, que é mais mole)
½ lata de tomate com molho (da pra usar o restante pra preparar o prato da sexta-feira!)
1 cebola
2 dentes de alho
Preparo:
Refogue a cebola, o alho e os tomates em lata picados. Acrescente o arroz, sal e pimenta a gosto, e coloque mais 1 e ½ xícara de água fervente. Deixe cozinhar até estar seco. Desligue o fogo, tampe a panela e deixe por mais 5 minutos pra terminar de cozer.
Torta de carne
Ingredientes:
400 gramas de carne moída
½ cebola
2 dentes de alho
1 ovo
3 colheres de farinha de rosca (Paniertmehl)
Cebolinha e salsa (opcional)
Sal e pimenta a gosto
Papel alumínio para assar
Preparo:
Corte a cebola e o alho bem fininhos. Misture os temperos na carne moída, acrescente o ovo e a farinha de rosca. Essa massa é a mesma para fazer hambúrguer, bolinho de carne... Então, se não tiver forno ou se tiver pressa, vale fazer uns hambúrgueres fritos (ou no forno), que também combinam com o arroz e o molho. No caso da torta, modele na forma que preferir. Eu gosto de fazer uma ´salsicha´ bem gorducha, com cerca de 10 centímetros de diâmetro. Passe papel alumínio em volta e leve ao forno aquecido em 200 graus por 1 hora.
Sexta:
Depois de cozinhar a semana toda, falta inspiração e vontade na sexta... Então, hoje é o dia das coisas prontas: gnocchi (ou nhoque!) é uma comidinha prática e gostosa. Ainda mais aqui, onde você encontra uma caixinha no Lidl (fica junto com o macarrão) por 79 centavos. O pacotinho tem 200 ou 250 gramas, não sei, mas dá para duas pessoas. É só cozinhar como manda o fabricante e acrescentar um molho que você goste. Vale molho de caixinha pronto, de tomate, bolonhesa ou mesmo apenas queijo. Fica gostoso colocar queijo gorgonzola por cima e pronto. Simples assim.
Sábado:
No Brasil, sábado é dia de feijoada, certo? E porque não aqui na Alemanha? Você escolhe o tipo: completa ou rapidinha.
Domingo:
Estrogonofe, que pode ser de carne moída, de frango, de peru, de boi... A receita é a mesma: é só trocar a carne moída pela carne escolhida, cortada em tirinhas. E, se quiser batata palha pra acompanhar, ou pelo menos algo que se pareça com batata palha, compre salgadinhos de páprica no mercado. Espia ai no Blog da Mel como eles são.
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Bremen, o cenário medieval dos saltimbancos
Eu sempre gostei de escrever: quando era menininha ainda, ficava feliz quando a professora anunciava que era dia de aula de redação e no fim das contas, acabei virando jornalista. Comecei a trabalhar como repórter muito cedo, mesmo antes de entrar na universidade e nunca parei. Já fiz jornal, revista, capítulo de livro, rádio, TV, internet, assessoria... e agora mestrado. Mas no fundo, o denominador comum de tudo isso é a certeza profunda de que eu não poderia ter escolhido outra profissão. Sou jornalista desde que nasci, eu acho, e não me imagino sendo outra coisa nesta vida!
O fato é que com o mestrado – e essa fase maluca de tese – eu ando longe da profissão. Sigo escrevendo (faço traduções de alemão para português no site da FIFA.com), mas não é a mesma coisa. Não é um compromisso diário com o fechamento da página. Não há o processo de apuração, de “parir” a matéria. Com isso, volta e meia eu sinto uma saudade danada dos tempos de redação e acabo escrevendo mesmo sem ter pra quem. Foi um texto desses que acabei mandando pro Diário Catarinense, lá de Florianópolis, com umas fotos que fiz aqui em Bremen.
Hoje minha matéria saiu em três jornais do grupo RBS. As páginas ficaram lindas, bem diagramadas, cheias de fotos. Adorei. Gostei tanto que resolvi mostrar aqui, pra quem não viu nos jornais e nem pela internet. O texto saiu um pouco cortadinho – eu escrevi demais! – e passou por uns ajustes para se adequar a página. Então vou colocar aqui o conteúdo original.
O material foi publicado assim (depois do nome do jornal coloquei o link para a versão que saiu no site de cada um):
A Notícia (aqui)
Diário Catarinense (aqui)
Jornal de Santa Catarina (aqui)
BREMEN - ALEMANHA
O cenário medieval dos saltimbancos
Era uma vez um burro, um cachorro, um gato e um galo que, velhos demais para ajudarem seus donos nas fazendas onde viviam, fugiram rumo à cidade em busca de uma vida nova e livre, onde ganhariam dinheiro como músicos. Eles nunca chegaram ao seu destino, mas a cidade em questão, Bremen, no Norte da Alemanha, adotou os personagens criados pelos irmãos Grimm em 1857 como seu símbolo e até hoje se orgulha de ser uma Freistadt, uma cidade livre. Uma estátua dos “Músicos de Bremen” foi erguida em 1951 e não se pode deixar a cidade sem pegar nas patas do burro para garantir sorte. No Brasil, o conto ficou famoso com uma versão adaptada por Chico Buarque, em 1977, conhecida como Saltimbancos.
Com um acentuado aspecto medieval, Bremen fica a cerca de uma hora de trem a sudoeste de Hamburgo, segunda maior cidade da Alemanha. Com aproximadamente 550 mil habitantes e embora tenha status de Estado independente – junto com o porto de Bremerhaven -, as principais atrações históricas estão concentradas na cidade velha (Altestadt) e a visita pode ser feita a pé. Por entre as ruas cortadas pelos modernos metrôs de superfície, que dividem espaço com os pedestres de forma harmoniosa, a cidade mantém bem conservadas as suas fachadas medievais. Passear pela Marktplatz é viajar a um passado que lembra os tempos de Carlos Magno.
A história não-oficial conta que Roland, sobrinho do líder máximo do Sacro Império Romano, defendeu a Europa cristã da invasão islâmica por volta do ano 800. O fato é que sua figura – com escudo e espada – tornou-se um popular símbolo de liberdade durante a idade média e o maior Roland do mundo fica em Bremen. Os moradores da cidade acreditam que, enquanto a estátua de quase seis metros estiver de pé, Bremen será um estado livre. A fama do general é tanta que uma lenda urbana nasceu: a de que haveria uma réplica de Roland no porão da prefeitura para substituir o original, caso fosse destruído, e assim manter Bremen livre.
Apesar de não passar de uma história contada de boca em boca, vale a pena conferir os porões da prefeitura. O prédio de 600 anos foi tomado pela Unesco como patrimônio mundial da humanidade e tem, em seu subterrâneo, uma antiga taberna que, na primeira década de 1600, era o único lugar da cidade autorizado a vender bebidas alcoólicas.
A cidade é repleta de histórias e marcos pitorescos. Da prefeitura, é possível avistar a imponente catedral de St. Petri, que começou a ser erguida no ano de 791. Finalizada quase mil anos depois, exibe uma abóboda rendilhada, típica da arquitetura gótica. Para quem tiver disposição, é possível subir as escadarias e apreciar a vista de toda a cidade e vizinhanças – a região é bastante plana – do alto de uma das torres de 68 metros. Para não fugir à regra, o Dom, como é chamada a igreja, também tem seus segredos. Um artesão esculpiu, em uma das abóbodas do altar, um ratinho, e o desafio é que os visitantes encontrem o insólito ornamento entre as curvas cuidadosas da decoração.
Pelo lado de fora, nos fundos da própria igreja, fica a grande praça dos bancos, onde é comum ver, até mesmo sérios e engravatados cidadãos, cuspindo no chão. Não se trata de falta de educação, mas de um antigo marco. A Spuckstein, ou pedra-de-cuspir, marca o lugar onde foi feita a última execução pública da cidade, em 1831. Deixar uma marca por lá, significa demonstrar repúdio pela assassina confessa de mais de 13 pessoas que perdeu sua cabeça na guilhotina.
Nos arredores da praça principal, há ainda dois pontos de grande interesse: a Böttcherstrasse e o bairro Schnoor. O primeiro é uma rua de cerca de 100 metros que costumava ser a principal ligação entre a praça e o rio Weser, rota de comércio da Liga Hanseática. Já na entrada, um painel em relevo recoberto de ouro – presente oferecido por Bremen como homenagem, mas negado por Hitler que considerou a obra “imoral” – fica a Lichtbringer, a carregadora da luz. A obra mostra o início de um caminho estreito tomado por casas de arquitetura ímpar e curiosa que merecem visita. Não se pode perder também o espetáculo da Haus des Glockenspiels, a casa dos sinos, que todos os dias às 12h, 15h e 18h, abre suas paredes, literalmente, para exibir imagens e homenagear os grandes navegadores com composições tocas em seus sinos.
Já o Schnoor, é o mais antigo vilarejo da cidade, ainda preservado em sua arquitetura original. Antiga vila dos pescadores que ganhavam a vida às margens do rio Weser, tem ruas estreitas – algumas com não mais do que 60 centímetros de largura – que reúnem casas originais dos séculos 15 e 16. Por lá também está o hotel que, por muitos anos, manteve o título de ser o menor do mundo. A mesma construção já abrigou, em outros tempos, a casa de casamentos – Hochzeithaus –, onde donzelas fugidas se casavam com seus amores sem precisar apresentar qualquer tipo de documento. Hoje em dia, as construções que escaparam ilesas à Segunda Guerra, tornaram-se ponto preferencial para restaurantes, bares e cafés. Permeado de lojinhas de artesanatos, souvenirs, galerias e teatros, o Schnoor é um dos poucos pontos da cidade em que a movimentação não pára, dia e noite, mesmo aos domingos (quando tudo fecha na Alemanha) e feriados.
A vida noturna de Bremen tem dois cenários distintos: à beira do rio Weser, para os happy hours e o belo por do sol na região chamada de Schlachte, e no bairro Viertel, onde jovens caminham por entre bares e casas noturnas. Cidade universitária e multicultural, Bremen atrai estudantes e visitantes de todo o mundo, mas também é comum conferir alemães de muitos sotaques tirando fotos juntos à estátua dos músicos e outros monumentos. Organizada, como a maioria das cidades alemãs, Bremen conta com um sistema de transporte público eficaz para quem quiser explorar os parques e museus em seus arredores.
Para quem gosta de cerveja, vale anotar uma informação importante antes de marcar viagem para Bremen. É na cidade que se fabrica a Becks, mundialmente conhecida e, aos sábados pela manhã, são organizados passeios guiados pela fábrica (em alemão ou inglês, dependendo da demanda). Além disso, não deixe de conferir a agenda de jogos do Werder Bremen, orgulho dos cidadãos locais, por onde sempre desfilam craques dos campos brasileiros. Durante a semana, após os treinos, a torcida tem acesso aos jogadores e os representantes do Brasil sempre ficam felizes em ouvir um cumprimento em português quando estão morando tão longe de casa.
Ai vão mais algumas fotos, pra quem quiser ver mais de pertinho:
O fato é que com o mestrado – e essa fase maluca de tese – eu ando longe da profissão. Sigo escrevendo (faço traduções de alemão para português no site da FIFA.com), mas não é a mesma coisa. Não é um compromisso diário com o fechamento da página. Não há o processo de apuração, de “parir” a matéria. Com isso, volta e meia eu sinto uma saudade danada dos tempos de redação e acabo escrevendo mesmo sem ter pra quem. Foi um texto desses que acabei mandando pro Diário Catarinense, lá de Florianópolis, com umas fotos que fiz aqui em Bremen.
Hoje minha matéria saiu em três jornais do grupo RBS. As páginas ficaram lindas, bem diagramadas, cheias de fotos. Adorei. Gostei tanto que resolvi mostrar aqui, pra quem não viu nos jornais e nem pela internet. O texto saiu um pouco cortadinho – eu escrevi demais! – e passou por uns ajustes para se adequar a página. Então vou colocar aqui o conteúdo original.
O material foi publicado assim (depois do nome do jornal coloquei o link para a versão que saiu no site de cada um):
A Notícia (aqui)
Diário Catarinense (aqui)
Jornal de Santa Catarina (aqui)
BREMEN - ALEMANHA
O cenário medieval dos saltimbancos
Era uma vez um burro, um cachorro, um gato e um galo que, velhos demais para ajudarem seus donos nas fazendas onde viviam, fugiram rumo à cidade em busca de uma vida nova e livre, onde ganhariam dinheiro como músicos. Eles nunca chegaram ao seu destino, mas a cidade em questão, Bremen, no Norte da Alemanha, adotou os personagens criados pelos irmãos Grimm em 1857 como seu símbolo e até hoje se orgulha de ser uma Freistadt, uma cidade livre. Uma estátua dos “Músicos de Bremen” foi erguida em 1951 e não se pode deixar a cidade sem pegar nas patas do burro para garantir sorte. No Brasil, o conto ficou famoso com uma versão adaptada por Chico Buarque, em 1977, conhecida como Saltimbancos.
Com um acentuado aspecto medieval, Bremen fica a cerca de uma hora de trem a sudoeste de Hamburgo, segunda maior cidade da Alemanha. Com aproximadamente 550 mil habitantes e embora tenha status de Estado independente – junto com o porto de Bremerhaven -, as principais atrações históricas estão concentradas na cidade velha (Altestadt) e a visita pode ser feita a pé. Por entre as ruas cortadas pelos modernos metrôs de superfície, que dividem espaço com os pedestres de forma harmoniosa, a cidade mantém bem conservadas as suas fachadas medievais. Passear pela Marktplatz é viajar a um passado que lembra os tempos de Carlos Magno.
A história não-oficial conta que Roland, sobrinho do líder máximo do Sacro Império Romano, defendeu a Europa cristã da invasão islâmica por volta do ano 800. O fato é que sua figura – com escudo e espada – tornou-se um popular símbolo de liberdade durante a idade média e o maior Roland do mundo fica em Bremen. Os moradores da cidade acreditam que, enquanto a estátua de quase seis metros estiver de pé, Bremen será um estado livre. A fama do general é tanta que uma lenda urbana nasceu: a de que haveria uma réplica de Roland no porão da prefeitura para substituir o original, caso fosse destruído, e assim manter Bremen livre.
Apesar de não passar de uma história contada de boca em boca, vale a pena conferir os porões da prefeitura. O prédio de 600 anos foi tomado pela Unesco como patrimônio mundial da humanidade e tem, em seu subterrâneo, uma antiga taberna que, na primeira década de 1600, era o único lugar da cidade autorizado a vender bebidas alcoólicas.
A cidade é repleta de histórias e marcos pitorescos. Da prefeitura, é possível avistar a imponente catedral de St. Petri, que começou a ser erguida no ano de 791. Finalizada quase mil anos depois, exibe uma abóboda rendilhada, típica da arquitetura gótica. Para quem tiver disposição, é possível subir as escadarias e apreciar a vista de toda a cidade e vizinhanças – a região é bastante plana – do alto de uma das torres de 68 metros. Para não fugir à regra, o Dom, como é chamada a igreja, também tem seus segredos. Um artesão esculpiu, em uma das abóbodas do altar, um ratinho, e o desafio é que os visitantes encontrem o insólito ornamento entre as curvas cuidadosas da decoração.
Pelo lado de fora, nos fundos da própria igreja, fica a grande praça dos bancos, onde é comum ver, até mesmo sérios e engravatados cidadãos, cuspindo no chão. Não se trata de falta de educação, mas de um antigo marco. A Spuckstein, ou pedra-de-cuspir, marca o lugar onde foi feita a última execução pública da cidade, em 1831. Deixar uma marca por lá, significa demonstrar repúdio pela assassina confessa de mais de 13 pessoas que perdeu sua cabeça na guilhotina.
Nos arredores da praça principal, há ainda dois pontos de grande interesse: a Böttcherstrasse e o bairro Schnoor. O primeiro é uma rua de cerca de 100 metros que costumava ser a principal ligação entre a praça e o rio Weser, rota de comércio da Liga Hanseática. Já na entrada, um painel em relevo recoberto de ouro – presente oferecido por Bremen como homenagem, mas negado por Hitler que considerou a obra “imoral” – fica a Lichtbringer, a carregadora da luz. A obra mostra o início de um caminho estreito tomado por casas de arquitetura ímpar e curiosa que merecem visita. Não se pode perder também o espetáculo da Haus des Glockenspiels, a casa dos sinos, que todos os dias às 12h, 15h e 18h, abre suas paredes, literalmente, para exibir imagens e homenagear os grandes navegadores com composições tocas em seus sinos.
Já o Schnoor, é o mais antigo vilarejo da cidade, ainda preservado em sua arquitetura original. Antiga vila dos pescadores que ganhavam a vida às margens do rio Weser, tem ruas estreitas – algumas com não mais do que 60 centímetros de largura – que reúnem casas originais dos séculos 15 e 16. Por lá também está o hotel que, por muitos anos, manteve o título de ser o menor do mundo. A mesma construção já abrigou, em outros tempos, a casa de casamentos – Hochzeithaus –, onde donzelas fugidas se casavam com seus amores sem precisar apresentar qualquer tipo de documento. Hoje em dia, as construções que escaparam ilesas à Segunda Guerra, tornaram-se ponto preferencial para restaurantes, bares e cafés. Permeado de lojinhas de artesanatos, souvenirs, galerias e teatros, o Schnoor é um dos poucos pontos da cidade em que a movimentação não pára, dia e noite, mesmo aos domingos (quando tudo fecha na Alemanha) e feriados.
A vida noturna de Bremen tem dois cenários distintos: à beira do rio Weser, para os happy hours e o belo por do sol na região chamada de Schlachte, e no bairro Viertel, onde jovens caminham por entre bares e casas noturnas. Cidade universitária e multicultural, Bremen atrai estudantes e visitantes de todo o mundo, mas também é comum conferir alemães de muitos sotaques tirando fotos juntos à estátua dos músicos e outros monumentos. Organizada, como a maioria das cidades alemãs, Bremen conta com um sistema de transporte público eficaz para quem quiser explorar os parques e museus em seus arredores.
Para quem gosta de cerveja, vale anotar uma informação importante antes de marcar viagem para Bremen. É na cidade que se fabrica a Becks, mundialmente conhecida e, aos sábados pela manhã, são organizados passeios guiados pela fábrica (em alemão ou inglês, dependendo da demanda). Além disso, não deixe de conferir a agenda de jogos do Werder Bremen, orgulho dos cidadãos locais, por onde sempre desfilam craques dos campos brasileiros. Durante a semana, após os treinos, a torcida tem acesso aos jogadores e os representantes do Brasil sempre ficam felizes em ouvir um cumprimento em português quando estão morando tão longe de casa.
Ai vão mais algumas fotos, pra quem quiser ver mais de pertinho:
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