Eu já fui
uma usuária, confesso. Mas nada de muito grave. Só mesmo em casa, no inverno,
naqueles dias em não se sabe o que fazer para espantar o frio e o tédio. Mas eu
ultrapassei o limite da vergonha. Cai no mundo e vim confessar isso aqui, neste
blog.
Eu queria
saber quem inventou os Crocs. Juro. Mas
não vou me dar ao trabalho de pesquisar sobre isso. Queria saber só para entender o
que a pessoa estava pensando na hora que desenhou aquela coisa. Além disso,
queria agradecer. Isso mesmo. Obrigada, de coração... :D
Sim... esse
post só esta na categoria nonsense por ser exatamente isso: nonsense. É um
desabafo de pés que desbravaram a Bélgica em três dias e terminaram em um
estado semelhante ao de quem faz o caminho de Santiago de Compostela. Ou ao que
eu imagino disso. No dia um, lindos tênis pretinhos, anatômicos e com palminhas
XPTo para caminhadas: saldo de três bolhas. No dia seguinte, Havianas! E viva o
Brasil, o verão e os novos calos, desta vez entre os dedos.
No dia
três, eu confesso: já não podia por o pé no chão, nem usar chinelos e menos
ainda qualquer sapato fechado. Desesperei. Me rendi e me tornei uma usuária.
Três euros por uma imitação fedorenta (literalmente cheirava a químico com
sabor artificial de tuti-fruti) de Crocs comprados na periferia de Bruxelas e a
chance (até então inconcebível) de poder andar mais um dia inteiro. Ainda não
vi as fotos, mas meu marido prometeu cortar meus pés em todas elas para não me
incriminar no futuro.
Mas sou
corajosa. Eu andei um dia inteirinho de Crocs em público e vim aqui confessar
antes que alguém me denuncie. Prometo não repetir isso na rua. Mas já que os
tais sapatos são cidadãos do mundo – da China para a Bélgica, comprados por uma
brasileira que vive na Alemanha – vou ter que conceder um asilo. Mas juro,
solenemente, mantê-los a salvo dos olhares do mundo e restringir seu uso aos
limites da minha casa e só se for mais frio que -10. Promessa! Espero que os
outros usuários do mundo me sigam nessa campanha.
Propaganda: do tumbrl Slogans Sinceros, nada além da verdade