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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Feijoada de malandro ou feijãozinho para o dia-a-dia


Já publiquei uma receita de feijoada completa aqui, com dicas para quem quer fazer o prato aqui na Alemanha ou mesmo para iniciantes na cozinha. Mas não é sempre que dá ânimo de preparar uma refeição como essa. Para quem não abre mão de comer feijão com arroz no dia-a-dia, mesmo aqui do outro lado do oceano, nada pode ser mais simples do que a receitinha abaixo. Essa da foto eu preparei com a Mettenden (que nada mais é do que uma linguiça defumada) cortadinha em pedacinhos pequenos. É mais fácil do que preparar omelete ou macarrão instantâneo.

Ingredientes:

1 linguiça Mettenden
ou
100 gramas de bacon
ou
2 mini-salamis (aqueles de lanchinho de criança que vende no mercado no setor de defumados)

1 lata de Rote Kidney Bohne cozido
1 folha de louro
½ cebola média
1 dente de alho
1 colher de óleo

Preparo:

Pique a cebola e o alho e coloque para refogar no óleo. Corte a carne escolhida (que pode ser o mini-salami, a salsicha ou o bacon) em pedacinhos pequenos (cerca de 1 centímetro). Refogue a carne junto com a cebola. Adicione a folha de louro e, em seguida, o feijão em lata. Se você prefere o feijão mais grosso, coloque 2/3 da lata de feijão e, o 1/3 restante, amasse com um garfo antes de colocar na panela. Coloque um pouco de água e deixe ferver por cerca de 10 minutos. Acrescente temperos de sua preferência. Mexa sempre pra não grudar. Nesse tempo, dá pra cozinhar um arroz de saquinho e aproveitar um almoço brasileiro que levou pouco tempo a mais do que levaria para cozinhar um macarrão instantâneo...

Receita fácil de feijoada completa passo-a-passo só com ingredientes encontrados na Alemanha e sem panela de pressão


Pronto. Você já está na Alemanha fazendo mestrado, intercâmbio ou seja lá por que motivo veio parar aqui. Agora está naquela fase de querer fazer uma comidinha brasileira pra impressionar a família hospedeira, a família da namorada ou mesmo pra matar as saudades de casa. E nada pode ser mais típico do que feijoada. Então, mãos a obra. Esse post é pra quem não entende nada de cozinha mas não quer fazer feio. Pra quem já sabe o básico, vale como inspiração. Então vamos ao passo a passo para uma receita bem simples. Você pode incrementar com outros tipos de salsichas ou carnes: o Blog Na Alemanha Tem, da Mel, tem dicas bem boas. Não deixe de ler antes de colocar a mão na massa. Mas só com a lista abaixo você não corre o risco de fazer feio.

Ingredientes para a feijoada (Para 5 pessoas)

2 linguiças Mettenden (vc encontra no setor de defumados do mercado)
e/ou
2 linguiças Cabanocci (que se parecem muito com Calabreza, também no setor de defumados)
2 pedaços de bacon (Bauchspeck, também nos defumados ou, em alguns mercados, nos frios)
600 gramas de Kassler (Pode ser sem osso ou Kasslerkotelet, que é a costelinha de porco defumada)
1 cebola média
5 dentes de alho
4 folhas de louro (Lorbeer, vc encontra no setor de temperos. Se quiser mais barato, compre no Ásia Market)
300 gramas de feijão preto (Esse da foto mais abaixo é do Ásia Market, mas também vende nas lojas de produtos biológicos. Caso não encontre de maneira alguma, compre feijão marronzinho, branco ou Kidney Bohne nos mercados normais. Só vai mudar a cor no final)

Preparo:

Na noite anterior, escolha e lave o feijão. Isso significa separar as sujeirinhas – pedrinhas ou grãos estragados que possam estar entre os bons (aqui na Alemanha geralmente não se acha resíduos). Coloque de molho em um pote de vidro ou plástico com cerca de 4 xícaras de água e deixe até o outro dia. Com esse processo, o feijão incha e fica mais mole para cozinhar. Caso você tenha esquecido de colocar de molho, não tem problema: só vai ter que deixar a sua feijoada por mais tempo no fogo.

Tenha em mente que o feijão vai levar cerca de 2h a 2h30 pra ficar pronto, caso você não tenha panela de pressão. Então, se programe para começar antes e não deixar seus convidados morrendo de fome!

Para iniciar o preparo, coloque um fio de óleo em uma panela grande (+ ou - duas colheres de sopa). Corte as cebolas e o alho em cubinhos bem pequenos e refogue. Corte o bacon em pedacinhos de cerca de 1 centímetro de espessura, como na foto e, quando a cebola e o alho estiverem começando a dourar, acrescente o bacon para dar uma fritadinha também. Junte as folhas de louro e vá mexendo pra não grudar. Coloque então o feijão escorrido (ou seja, sem a água que ele ficou de molho), um litro de água (fria ou quente, tanto faz!), mais ou menos e mexa pra que não grude no fundo. Deixe ferver.

Enquanto isso, corte as carnes e a linguiça em pedacinhos de aproximadamente 3 a 5 centímetros. Se você cortar muito pequeno, corre o risco de elas desmancharem e sumirem na feijoada. Coloque as carnes e a linguiça na feijoada e mexa novamente.

Atenção para um detalhe importante: NÃO coloque sal! As carnes já são salgadas e vão temperar a feijoada. Normalmente você não precisa acrescentar mais. No final, verifique o tempero para ver se está bom de sal e corrija se necessário.

Dica para cozinheiros de primeira viagem: Feijoada combina com pimenta, mas nem por isso você deve sair por ai temperando com vontade. A pimenta, quando cozida, tem seu sabor bastante intensificado: ou seja, fica mais forte. Para não errar, uma dica é fazer o feijão sem pimenta e comprar um molho pronto chamado Sambal. Vende em qualquer supermercado e combina perfeitamente com feijoada. Assim, cada um coloca o quanto preferir e você não corre o risco de errar a dose.

Depois de ter acrescentado as carnes, é só deixar a feijoada cozinhando semi-tampada em fogo médio/alto, dependendo da ´força´ do seu fogão. Se quiser, pode acrescentar salsinha, cebolinha, basilicum ou outro tempero ´secreto´ que aprendeu com alguém da família. Mexa a cada 15 minutos, mais ou menos, e coloque água sempre que estiver secando. Em pouco tempo, o cheirinho de feijoada vai tomar conta da sua casa. Para saber se está pronto, prove o grão do feijão, que deve estar macio e bem cozido.

Acompanhamentos:

Arroz:
São poucos os que não sabem prepara arroz. Para quem é leigo total na cozinha, sugiro que prepare arroz de saquinho (kochbeutel). Não tem erro. Dois saquinhos dão para 4 pessoas. Para 5, cozinhe 3 e terá uma sobra. Siga as instruções da caixinha, que são basicamente colocar os saquinhos por X minutos em água fervente com sal e depois escorrer (dentro do saquinho ainda) e abrir na hora de servir.

Farofa:



Eu faço uma farofa bem simples e que dura vários dias, portanto. Você encontra farinha de mandioca no mercado asiático. Se chama Kasava Mehl. Veja aqui no blog da Mel os detalhes. Eu acho a farinha daqui um pouco mais ´pesada´ que a brasileira e por isso faço uma mistura com farinha de rosca (Paniertmehl) – que é pão ralado, na verdade – para deixar mais leve. Uso 2 partes de farinha de mandioca para 1 de Paniertmehl.

Ingredientes:

2 xícaras de farinha de mandioca
1 xícara de farinha de rosca (Paniert Mehl)
1 cebola média
3 dentes de alho
Sal e pimenta branca ou preta a gosto.
3 colheres de manteiga ou margarina (não muito cheias)

Preparo:

Coloque a manteiga para derreter em uma panela ou frigideira. Cuide para q não queime. Corte a cebola e o alho bem fininhos e refogue na manteiga. Quando estiverem dourados, acrescente as farinhas (rosca e mandioca), o sal e a pimenta a gosto. Mexa bem para que fique uniforme e vá tostando por uns 10 minutos. Não pode parar de mexer se não a parte do fundo queima.

Couve



Não existe couve mineira na Alemanha. Mas existe uma substituta tão gostosa quanto e, que além de tudo, é de graça! São as folhas do Kohlrabi, conhecido como nabo de sopa em algumas regiões do Brasil. É esse cara ai da foto.


Vá no setor de verduras do seu mercado e pegue as folhas. Elas estão soltas na caixa junto com os nabos ou mesmo em uma caixa separada. Você só precisa recolher as que estiverem mais bonitas (inteiras e sem manchas amareladas) e mostrar na saída do caixa. Por aqui, essas folhas são comida para coelhos. Mas enfim, funcionam perfeitamente para acompanhar a feijoada.

Ingredientes:

25 folhas de Kohlrabi
1 caixinha de bacon picado (ou um pedaço de umas 100 gramas de bacon)
2 colheres de óleo

Preparo:

Lave muito bem as folhas, retire as partes amareladas e os talos mais grossos. Faça um rolo com as folhas – se não der para colocar todas juntas, faça em duas vezes – e corte a couve em tirinhas bem finas. Coloque as tirinhas em uma tigela ou bacia e jogue água fervendo sobre elas. Deixe de molho na água quente por cerca de 5 minutos. Repira a operação. Enquanto isso, em uma panela ou frigideira, coloque as duas colheres de óleo e frite o bacon picadinho. Quando o bacon estiver começando a dourar, escorra bem as folhas de Kohlrabi e refogue, mexendo sempre, por uns 5 a 7 minutos ou até que estejam tenras. Se preferir, adicione sal. Mas como o bacon já é salgado, geralmente não precisa. Pronto, é só servir como acompanhamento da feijoada.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sabores de Portugal: receita fácil de Pastel de Nata


(A foto ai de cima não é minha: é da Wiki. Mas os meus ficaram iguais... e tão bons que nem deu tempo de fazer a foto...)


Eu já devo ter falado por aqui que gosto muito de Portugal. Se não falei, fica agora o meu registro oficial. O país é alegre, ensolarado, com pessoas felizes. Me sinto em casa por lá. Por conta da família, vamos muito para lá e hoje posso dizer sem medo, que conhecemos mais de Portugal do que muitos dos portugueses.

Mas esse não é um post pra falar do país em si. É pra falar um pouco de um dos ícones da culinária local: os famosos pastéis de nata. Para quem caiu de paraquedas aqui, uma informação útil: pastel de nata não tem nada a ver com pastel brasileiro, aqueles de feira. Eles se parecem mais com empadinhas doces, eu diria. Vale dizer ainda aos desavisados, que os ovos são os ingredientes principais da culinária doce portuguesa. Na verdade, as gemas.

Portugal é um país de fé católica muito forte, o que se refletia, nos tempos antigos (e talvez ainda hoje, embora não possa afirmar isso com precisão) em uma demanda grande de claras de ovo para preparar as hóstias. Os claustros religiosos eram responsáveis pelo preparo delas e, para aproveitar as centenas de gemas que ficavam para traz, criaram receitas que acabaram por virar tradição: os doces conventuais.

Nessa lista de doces estão desde os ovos moles de Aveiro aos tradicionais Pastéis de Belém – ao lado do belíssimo Mosteiro dos Jerônimos –, saborosos e inimitáveis. Mas mesmo os “menos abençoados” podem se arriscar em uma receita dos conventos: algumas são simples de preparar. Um exemplo disso são os pastéis de nata. Fiz alguns outro dia, com uma receita que ganhei de uma cozinheira de mão cheia em Portugal, e ficaram muito bons. Sem falsa modéstia: mesmo meus amigos portugueses – que são quem melhor pode julgar isso!!! – testaram e aprovaram! Então, confere ai:

Pastéis de Nata

Massa:

1 rolo de massa folhada (Blätterteig, vendida em quase todos os mercados)

Recheio

500 ml de leite
120 gr de açúcar
6 gemas
1 colher bem cheia de trigo
1 colher cheia de margarina ou manteiga
1 caixinha de creme de leite (na Alemanha, Schlagesahne)

Preparo:

Dissolva o trigo em um pouco de leite até desmanchar bem. Misture com o restante do leite e, em uma panela, adicione a manteiga e o açúcar. Leve ao fogo médio e mexa sempre para não grudar e não criar pelotas. Em um recipiente separado, misture as gemas e o creme de leite até que fiquem uniformes. Não precisa bater, apenas misturar levemente. Caso esteja usando o Schlagesahne, que é mais líquido que o creme de leite do Brasil ou mesmo a s natas portuguesas, coloque apenas ¾ da caixinha para não deixar muito mole. Adicione essa mistura ao leite já quente e continue mexendo sem parar até que o creme comece a ferver. Reserve o creme.

Corte a massa folhada em quadradinhos. No caso dos rolos que vendem na Alemanha, consegui fazer 18 unidades. Os pedaços ficam retangulares, mas depois é só ajeitar. Unte a forma para assar os pastéis com óleo ou margarina. Eu uso uma forma de fazer muffins, com seis lugares, mas pode ser também forma de empadinha ou, se preferir, usar a massa inteira em uma forma de torta. Modele a massa dentro da forma para que ocupe bem as laterais todas. Pode cortar os excessos de um lado e acrescentar onde estiver faltando desde que pressione bem para que fiquem bem colados. Mesmo que a massa crua fique com um aspecto ´feinho´ na forma, depois de assada tudo fica bom!

Pré-aqueça o forno a 180 graus, se possível com calor em cima e em baixo. Coloque, então, o creme dentro das forminhas forradas de massa. Não encha demais. Deixe cerca de 1cm até a borda da massa, já que o creme vai expandir e ferver durante o cozimento. Leve ao forno quente por cerca de 15 minutos ou até que o creme fique com aquelas marcas douradas no topo, típicas dos pastéis de nata.

Pode-se servir ainda quente ou mesmo frio, com potinhos de polvilhar com canela e açúcar de confeiteiro, como manda a tradição das boas pastelarias portuguesas!

Essa fotinho - minha e do Joatan - é na entrada da loja dos "Pastéis de Belém", único lugar do mundo onde podem ser vendidos os doces com essa denominação. Todos os outros são pastéis de natas.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sim

Esse é um post curto e bem pessoal. Bem mais pessoal do que os outros ‘nonsense’ que desfilam por aqui. É só pra contar que, embora 2011 não tenha nem duas semanas de vida ainda, muita coisa já aconteceu... EU CASEI EM 2011!! O ano nem tinha começado direito ainda: foi no dia 4 de janeiro.

O casamento foi em Lisboa, Portugal: uma cerimônia civil simples, na Conservatória da cidade, com duas testemunhas (minha irmã e meu cunhado) e que durou menos de 10 minutos. Sequer precisamos assinar papéis! Apenas ouvimos as regras do contrato matrimonial e as aceitamos. Curto, rápido e como deve ser: apenas pra oficializar uma união que já existia no dia-a-dia e que me faz completa e feliz!

Sim, estou feliz! Mesmo que, na prática, não tenha mudado nada. Seguimos com nossa vidinha de sempre, planejando juntos os próximos passos nesse mundão... E... meu único desejo de 2011 é que a gente possa seguir lado a lado... já que a vida é muito mais simples e feliz quando se tem amor! Te amo, Joatan! Estou feliz por viver do teu lado!

de volta à nave mãe - desde 2008 © Ivana Ebel