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segunda-feira, 28 de abril de 2014

A vida na Alemanha: quanto custa em média viver no país e quais são os principais gastos


Definir o custo de vida na Alemanha é uma questão bem pessoal. Para tentar fazer isso, é preciso estabelecer uma “persona”: então, vamos imaginar um casal entre 25 e 40, sem filhos, com hábitos simples. Esse casal planeja viver em Berlin (uma cidade de preço médio na Alemanha), não terá carro e vai adotar o estilo alemão: sem empregada, com saídas eventuais (semanais) a um restaurante e sem luxos. Pronto. Imaginado o casal, vamos as contas.

O aluguel de um apartamento de dois cômodos (quarto e sala – que por aqui é chamado de 2 Zimmer), sem mobília, em um bairro classe média custa em torno de 700 euros com o aquecimento incluído. Fora isso, o casal pagará a energia elétrica (60 euros por mês) e internet (30 euros). Além do imposto obrigatório de televisão (17,00).

Na hora do aluguel, precisa pagar a caução do imóvel, que geralmente são dois alugueis “frios”, sem o aquecimento. No caso de um Apartamento de 700 quente, deve ser em torno de 550: ou seja, 1100 a 1400 de caução, conforme o caso. Esse dinheiro é devolvido quando se entrega o apartamento, caso tudo esteja inteiro e de acordo. Alguns aluguéis tem envolvida uma taxa de Provision: é a comissão do agente imobiliário, no valor de 2,38 alugueis frios e não será devolvida. É dinheiro morto.

Para mobiliar, sugiro o Ikea: barato, relativamente bom e tem tudo. Muitos apartamentos já vem com a cozinha montada (procure por EBK, que quer dizer cozinha embutida ou algo do tipo). Se não tiver, calcule, para a cozinha mais espartana possível, 1500 euros (incluindo fogão, forno, geladeira e máquina de lavar louça). Para a sala, mais 1500 e o mesmo para o quarto. Reserve ao menos 300 para uma máquina de lavar roupas se o prédio não tiver lavanderia compartilhada. Sim, é possível gastar muito menos: metade disso. Mas vai depender de sorte, pesquisa e paciência.

Plano de saúde e transporte podem ser caros

Terminados os custos de instalação, que sempre são altos, a vida entra no eixo e tudo volta ao normal. Um custo fixo importante a entrar na conta é o plano de saúde, obrigatório no país. Se for público, o casal pode, em certas circunstancias, ter um plano só e o cônjuge como dependente. Claro que o custo também varia com a idade. Vale consultar os sites das empresas como AOK e TK para ter uma ideia. Seguros privados podem custar muito menos incialmente e se a estada na Alemanha for por um tempo determinado, o custo/benefício compensa. Mas eles se tornam muito mais caros com o passar do tempo e tem coberturas com valores limitados. Care Concept, Mawista, Continentale são algumas opções.

Transporte também representa uma parcela importante das contas. Em Berlin, por mês, custa78 euros por pessoa. Quem precisa usar o transporte só depois das 10 da manhã, pode comprar um ticket de 57 por mês. Pessoas com mais de 65 anos também ganham desconto se comprarem um ticket anual. Estudantes universitários tem o transporte incluso na taxa de matrícula. Quem faz curso de alemão, por exemplo, pode conseguir uma carteirinha de Azubi (a partir de uma declaração da própria escola, que também tem as informações na secretaria) e paga menos. Quem trabalha tem direito ao Job Ticket e o preço varia em cada empresa.

Esses são os custos fixos maiores. Comer em casa é muito barato na Alemanha. Estimo os custos de supermercado em torno de 50 a 75 euros por semana para duas pessoas que comem carne (peixe, frango e porco, majoritariamente e carne vermelha uma vez na semana, em média) diariamente. Isso inclui ainda produtos de limpeza, que são melhores e mais baratos que no Brasil. Cerveja bebida em casa também não pesa no bolso: as marcas mais baratas custam menos de 30 centavos por meio litro (mas eu passaria longe delas!!!) e as boas a partir de 70 centavos.

Opções de supermercado para todos os bolsos

Existem dois tipos de supermercados no país: os caros, que se parecem com os mercados brasileiros, e os baratos (redes de desconto como Aldi, Lidl, Penny, Norma, etc). Claro que os primeiros são bem mais completos: se encontra de tudo por lá. Mesmo esses tem sempre uma marca própria que custa menos e tem qualidade no que oferece. Os mais baratos vendem poucas coisas com marcas famosas, mas bem por isso pecam na qualidade. Tem coisas mais básicas, mas aliviam bastante o bolso no fim do mês e a economia pode se transformar em divertimento.

Os gastos com lazer são muito relativos. Viajar a partir da Alemanha ou mesmo dentro do país pode custar pouco com um pouco de organização: é só comprar os tickets com antecedência ou aproveitaras ofertas, seguindo essas dicas. Restaurantes existempara todos os gostos: dos estrelados aos trailers de rua, com boas surpresas. Para um restaurante médio, calcule 15 euros um prato, fora bebidas, entradas e sobremesas.

Dinheiro pra viver

O governo também fez um cálculo parecido e exige que as pessoas tenham esse dinheiro para viver aqui. Para conceder o visto de permanência, no caso dos estudantes, a Alemanha exige um depósito em conta bloqueada de 7.908 euros, o que corresponde a 659 euros por mês. Claro que estudantes pagam menos em quase tudo: plano de saúde mais barato até os 30 anos, moradia subsidiada, transporte semestral, etc. Mas o valor é uma boa média para estimar a vida em cidades de custo médio. Em Munique, por exemplo, tudo é muito mais caro. Cidades do interior – especialmente da antiga DDR – tem um custo de vida muito menor (inclusive os supermercados de redes são bem mais baratos).

A verdade é que não existe ciência exata para saber quanto vai custar a vida na Alemanha, mas é bom ter em mente que tudo o que envolve mão de obra custa mais caro. Não existe pechincha quando se envolve o trabalho alheio. Por isso esse é o país do faça você mesmo: isso vale na hora de pintar as paredes, limpar a privada ou montar os móveis. E é exatamente isso que faz da Alemanha um país bom pra se viver: a força de trabalho é valorizada de forma mais homogênea porque ninguém vale mais do ninguém.


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Trabalho na Alemanha: onde começar a procura por uma chance no país


Apesar da crise em muitos países na Europa, o mercado de trabalho alemão segue sem grandes impactos, com uma taxa média de desemprego em torno de 5%. Isso tem atraído milhares de trabalhadores de países vizinhos em busca de uma chance. Outros chegam interessados na série de benefícios sociais que garantem a vida mesmo quando o emprego falta. Mas não basta chegar ao país com vontade de trabalhar: a Alemanha é cheia de regras e é preciso ter autorização para o trabalho. Sem isso, torna-se inviável viver por aqui.

Muitos brasileiros escrevem querendo saber sobre as chances em conseguirem emprego aqui. Essa é uma pergunta que não tem uma única resposta. O nível de alemão é um fator determinante nessa busca, embora muitas empresas – em especial multinacionais – já adotem o inglês como língua oficial de trabalho. No entanto, é fácil fazer um paralelo: um alemão chegando ao Brasil sem falar português não vai conseguir emprego facilmente, não é? É bom fazer essa avaliação antes de desfilar queixas alegando que se trata de preconceito com estrangeiros, embora não se possa negar que existam diferenças de tratamento.

Documentação em ordem também facilita a vida. Estudantes podem trabalhar legalmente aqui: 90 dias em período integral ou 180 dias por meio período. Isso vale para quem tem o visto de estudante: não para quem chegou como turista para fazer um curso de um mês. Existem muitos trabalhos que oferecem um valor fixo mensal de 450 euros, os Minijobs: a negociação será do quanto será pago por hora. Ou seja, quantas horas por semana ou por mês se vai trabalhar para ganhar os 450. Em média, para serviços muito simples, são 8 euros por hora. O maior engano aqui é achar que estudantes só podem ganhar os tais 450. Isso é mentira: podem ganhar o quanto conseguirem, mas a partir daí vão pagar impostos como qualquer outra pessoa.

Visto de trabalho

Outra forma é conquistar um visto de trabalho. O tal visto precisa ser pedido pela empresa, afirmando que não existe alemão disponível com as mesmas qualificações para exercer a função. Sai caro e a empresa tem que querer muito o trabalhador, que fica vinculado por um certo período a esse emprego. Se perder, volta pra casa.

Muitas pessoas – especialmente mulheres – chegam para trabalhar como Au Pairs. Ajudam a cuidar das crianças e/ou dos serviços da casa de uma família alemã, conforme o combinado antes da viagem e ganham um visto específico pra isso. Algumas famílias pagam a passagem, outras parte ou nada. Mas a Au Pair terá na casa um quarto só dela, horas limitadas de trabalho e tempo para estudar alemão. Para quem tem pouco conhecimento do idioma, pode ser uma porta de entrada.

Mas depois de um tempo é possível requerer um Blauekarte (tipo Greencard norte-americano), mas por um período fixo. Quem se forma aqui na Alemanha – no bacharelado, mestrado ou doutorado, por exemplo – pode ficar um ano e meio depois da conclusão do curso procurando emprego (na área que estudou!). Também tem a vida facilitada na hora de solicitar essa permissão de residência.

Cidadania ajuda mas não garante trabalho

Cidadania de algum país europeu também ajuda. Muito. Mas não é a garantia de trabalho fácil por aqui. Como falei, sem alemão, restam apenas subempregos e não importa a nacionalidade.

Mas o governo alemão está interessado em reter mão de obra no país e por isso dá aquela forcinha para quem está procurando. Com os documentos em dia, basta procurar um Arbeitsamt. Eles tem uma agencia de empregos enorme (tipo o Sine no Brasil), onde cadastram currículos e ajudam a pessoa a buscar emprego. Além dessa agência oficial, sites de emprego como o Monster e o Job Pilot podem ser bons pontos de partida para conhecer o mercado alemão. Para quem está chegando, sugiro usar a palavra “Potugiesisch” como termo de busca: assim vão aparecer os empregos para os quais falar português é um diferencial.

É preciso prestar atenção a uma “pegadinha”. Por aqui, há muitas vagas para Praktikum, uma espécie de estágio. Mas o detalhe é que essas vagas quase sempre são voluntárias, ou seja, sem remuneração. Claro que existem vagas de estágio remuneradas, mas isso deve estar claro no anúncio. Se o pagamento não estiver mencionado, é porque não há pagamento algum.

Outra coisa importante é saber que a carga tributária por aqui também pode ser alta. Casados pagam menos impostos que solteiros. A situação também muda quando se tem filhos e por ai vai. O percentual sobre o bruto pode variar de 10% a 40%, dependendo de quanto se ganha. Essa calculadora ajuda a prever quanto será a renda liquida no fim do mês e assim fazer as contas sobre a viabilidade de tentar a vida na Alemanha.

Mas antes de qualquer decisão, fica uma dica: faça tudo legalmente e não venha sem ter alguma coisa planejada. Nada na Alemanha “é pra ontem”. Achar casa demora, os documentos raramente ficam prontos no mesmo dia e é preciso agendar tudo com antecedência. Assim, o bom é começar os contatos antes e chegar aqui com alguma coisa em vista. No mais, talento, sorte e capacidade de adaptação são os fatores decisivos pro sucesso.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Páscoa na Alemanha: o mito da tradição (alemã?!?!?) das casquinhas de ovos recheadas com amendoim açucarado


Tudo pronto: Na Alemanha, mas do jeito que se faz no Sul do Brasil

Páscoa no Sul do Brasil – ao menos em Blumenau e região! – é sinônimo de casquinhas de ovos decoradas recheadas com amendoim confeitado. Sempre ouvi que se tratava de uma tradição alemã e há quase seis anos na Alemanha nunca encontrei nada parecido. Bem, em partes. Eu explico já.

Na Páscoa por aqui os ovos somem do mercado. Mas não os túneis de ovos de chocolate comuns no Brasil: esses não existem mesmo. Falo dos ovos normais, aqueles de caixinha – que aqui vem 10 e não 12! Na véspera do feriado de Páscoa é melhor se precaver: eles desaparecem das estantes. São levados pra casa, cozidos, pintados e escondidos pelos jardins na manhã de domingo. Já falei por aqui dessa tradição.

Só no Brasil: túneis de ovos são coisas impensáveis na Páscoa alemã

Claro que existem chocolates no mercado. Este ano encontrei até uns ovos grandinhos – como os número 15 do Brasil, mais ou menos. Mas no geral, as pessoas presenteiam ovinhos, pintinhos de chocolate, coelhinhos e ovelhinhas. Sem exagero. Adultos, muitas vezes, trocam pequenos presentes. Mas nada de casquinhas decoradas com amendoim.

As casquinhas decoradas, quase todas de plástico em épocas de Made in China, aparecem aos montes, mas para decorar as tradicionais árvores de páscoa: Osterbaum. Muitas pessoas montam no jardim: decoram alguma árvore ainda seca por conta do fim do inverno com as casquinhas coloridas. Outras compram galhos com pequenos brotos e colocam em um vaso, onde são penduradas as casquinhas coloridas.

Osterbaum: árvores do quintal ainda sem folhas são decoradas

Variedade: É só escolher o galho favorito e montar a árvore em casa

Nas ruas: um vaso qualquer vira decoração de Páscoa

Assim como a árvore de Natal, a decoração é colocada cedo. É terminar o Carnaval que os coelhinhos estão à venda. Dessa forma, os galhos são comprados quase secos, apenas com os brotinhos verdes, e florescem dentro de casa com o passar dos dias. Com isso, levam a primavera para os lares e preparam o clima de renovação da Páscoa.

Bom, aqui em casa não tem nada disso. Não somos religiosos, mas adoro datas festivas e tradições familiares. Assim, festejo a páscoa mais ou menos como fazia na minha infância: com as casquinhas recheadas de amêndoas doces.

Tradição

Em uma pesquisada descobri que a tradição é atribuída aos húngaros. Na época da quaresma, as plantas não eram regadas e no dia de Páscoa os pretendentes apareciam para regá-las, recitando poesias. A rega, porém, não tinha nada a ver com flores: eram as moças que acabavam molhadas, quando os homens lançam gotas de água com ramos de plantas. E as casquinhas? Bem, nos dias antes da rega, as moças decoravam casca de ovos que enchiam de doces para entregar aos seus pretendentes no dia de Páscoa.

Especulo que seja essa troca cultural toda da época do antigo império Austro-Húngaro que tenha feito a tradição chegar ao dia de hoje do Sul do Brasil. Perguntando para amigos e parentes, descobri que tanto famílias alemãs quanto italianas tem o hábito. Deve ter sido uma tataratataratataravó comum que foi regada e frutificou a tradição.

Este ano decidi decorar casquinhas de plástico e achei em uma feirinha de Páscoa uma técnica bem interessante. Compra-se uns plásticos, envelopa-se a casquinha,coloca-se na água quente e tchammm: tá pronto. Bom, quase. As casquinhas vem com um gancho para pendurar na árvore, mas nada que um estilete afiado não resolva.

Simples: é só colocar na água quente que o plástico adere à casquinha

Achar o amendoim foi outra empreitada. Como moro em uma cidade muito pequena (Weimar), não existem mercados asiáticos que vendem amendoim cru, mas com a casquinha vermelha ainda. Bati pé na cidade toda e ouvi em muitas lojas: Não, agora não é época de amêndoas confeitadas. Bom, não para os alemães, né! Mais uma prova de que rechear casquinhas de ovos não tem nada a ver com o país. Por aqui esses confeitos são típicos dos mercados de Natal.

No fim de muito bater perna, tive que me contentar com um amendoim já torrado, mas sem sal, que vende no setor de salgadinhos e snacks do Rewe. Foi o melhor que encontrei. Preparei a receita como a do Natal, mas no lugar da canela coloquei raspas da casca de um limão. Ficou bem gostoso.

E, pra não deixar qualquer dúvida de que rechear casquinhas de ovos com amendoim não tem nada a ver com a Alemanha, mergulhei em mais uma pesquisa e o mais perto que encontrei foi isso: casquinhas de ovos usadas como formas para pequenos bolinhos que serão saboreados no domingo. No fim das contas, a única coisa em comum é o nível de glicemia do domingo: no Brasil ou na Alemanha, Páscoa é sempre um dia bem doce!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Primeiros socorros: guia básico de remédios simples e vendidos sem receita na Alemanha


Na Alemanha se toma muito menos remédio que no Brasil. Aqui existe um chá para cada coisa e eles realmente funcionam. Tenho a sensação que – fora a rinite da primavera e os resfriados do inverno – fica-se menos doente por aqui. Ainda assim, comprar remédios era uma coisa que me enchia de dúvidas no começo. O que tem? O que pode? O que não pode?

Com o passar do tempo descobri que as coisas simples também são vendidas sem receita, como no Brasil. Assim, dá pra sobreviver a um resfriado sem correr ao consultório. Por isso vai um guia de emergência para os primeiros passos por aqui. Lembre-se que isso não é um receituário, que eu não sou médica e nem farmacêutica e que é preciso ter muito cuidado com a automedicação.

Analgésicos: AAS e Paracetamol vendem em qualquer farmácia. É só pedir por esses nomes mesmo. Tem os de marcas tradicionais, mas também os não-famosos, que custam bem menos. É só chegar no balcão e pedir.

Relaxante muscular: Esse também vende sem receita. É só pedir por Diclofenac. A marca mais vendida por aqui é Voltarem. Vem em caixa de 10 ou 20 comprimidos. Tem ainda as versões em pomada e gel.

Diarreia: Há um similar ao popular Imosec brasileiro. Se chama Imodium. Também vende sem receita em qualquer farmácia.

Dor de estomago: Ai depende da dor. Para má digestão, tem um que se chama Iberogast, que vende em lojas tipo DM ou Rossmann. É, na verdade, uma combinação de ervas (que tem gosto daqueles digestivos de Camomila que toda a vó tem em casa) e se toma com água. Tem ainda um efervescente que se parece com o Sonrisal: Ben-u-ron Brausetabletten.

Azia: Existem duas opções: pastilhas de chupar (Magen Pastillen), tipo Magnésia Bisurada, ou comprimidos de engolir (Magen Tabletten). Os dois estão à venda na DM, Müller, Rossmann e afins. Alguns, até no supermercado. Para casos mais graves, o bom e velho omeprazol também está à venda em qualquer farmácia, sem receita.

Gases: Similar aos comprimidos de dimeticona vendidos no Brasil, é possível encontrar uma série de opções de Magen-Darm Entspannungs, ou seja, relaxantes do estomago e intestino, com princípio ativo de simeticon. Existem capsulas oleosas, comprimidos e pastilhas de chupar.

Alergia: Bendito seja o Cetirizin de todas as primaveras. Nunca tive alergia no Brasil, mas o pólen aqui me leva ao desespero e tomo esse medicamento a primavera inteira, um por noite (dá muito sono). É só pedir na farmácia pelo nome do remédio ou qualquer Antiallergikum: vende sem receita.

Tosse e dor de garganta: Xarope se chama Hustensaft e os mais simples também estão à venda sem receita. Tem os bem básicos e naturebas, com mel e plantas, na DM, Rossmann, etc. Na farmácia também são vendidos alguns sem receita. O mesmo vale para as pastilhas, Hustenpastillen ou Hustenbonbons (esses são mais balinhas mesmo, sem efeito analgésico). Spray de própolis nunca vi por aqui, mas tem uma alternativa na farmácia para aliviar na hora a dor: Sulagil, um spray com um gosto horroroso.

Descongestionante nasal: Existem os Meerwasser Nasen Spray, que são apenas soro, até nos supermercados. Esses não tem qualquer princípio ativo e tem efeito leve, mais para a limpeza mesmo. Alguns produtos vendidos no Rossmann ou DM têm princípios ativos: antialérgicos leves, por exemplo. Na farmácia é possível pedir por um Nasen Spray mais forte, que tenha efeito descongestivo, sem precisar de receita.

Vitaminas: supermercados e lojas de rede vendem tubos de vitaminas efervescentes em profusão. E custa pouco, muito pouco. Um tubo com dez pastilhas de multivitaminas (tipo aquelas famosas de A a Zinco, que vendem no Brasil) ou de vitamina C sai por menos de um euro. É bom ter sempre em casa, não só na hora do resfriado.

Colírio: Colírios, Augentropfen, seguem basicamente a dica dos descongestionantes nasais. Umectantes (lágrimas artificiais) nas lojas de rede e com algum tipo de função a partir da conversa com o farmacêutico. Eu uso um chamo Hylo-Comod, vendido em farmácia, para aliviar a ardência depois de muitas horas no computador. Mas em épocas de primavera, também tenho o Vividrin Akut, que é antialérgico e tira a sensação de areia no olho que o pólen provoca.

Sangramento Nasal: O isolamento térmico bem feito e os aquecedores ligados tornam o ambiente dentro de casa bastante seco. Com a umidade relativa do ar baixa, os sangramentos nasais são frequentes e há quem se assuste com isso nas primeiras semanas. São poucas as pessoas que conheço que não sofrem com o problema. Para aliviar, além de umidificar o quarto com equipamentos próprios para esse fim, vale manter a saúde do nariz com uma pomadinha Nasen Heilsalbe. São tubos bem pequenos, também à venda nas lojas de rede e que podem

Calmantes: tem várias opções naturebas nessas lojas citadas ai em cima. Baldrian é um deles. Tem ainda chás que ajudam a relaxar: Schlaff Gut Tee ou ainda Schlaf und Nerven Tee.

Anti-depressivo: uma opção natural bem popular aqui na Alemanha são os comprimidos de Johanniskräuter. Eu uso isso no inverno: a falta de sol sempre me dá uma depressão leve e os comprimidos tem um bom efeito.

Picada de inseto:  Não é coisa muito comum na Alemanha, mas pode acontecer, especialmente no verão. Para isso, existem uns sprays ou gel (sempre em embalagens bem pequenas), vendidas junto aos repelentes nas lojas de rede. Geralmente são identificados como Sofort-Hilfe. E ajudam mesmo. A dor some na hora e a coisa para de coçar.

Assaduras e ressecamento da pele: Há uma pomada aqui nas farmácias que é a prima rica do Hipoglós. Não cheira mal, não mancha a roupa e serve para as mesmas coisas que a marca famosa no Brasil. Se chama Bepanthol.  


A lista é bem básica. Portanto, quem se animar a completar ou sugerir, fique à vontade para usar o espaço dos comentários. :) 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Receita rápida: Iogurte grego light fácil de fazer em casa


Virou moda no Brasil o tal do iogurte grego. Aqui na Alemanha vejo no supermercado faz anos: é bem mais barato que no Brasil e pela relação custo/benefício, não chega a valer a pena fazer em casa. Mas eu gosto de experimentar receitas e por isso decidi fazer o tal do iogurte. A fabricação leva 24 horas pelo menos, dependendo da temperatura ambiente, e o sabor não deixa nada a desejar em relação ao vendido em potinhos. E o melhor: é natural e quase sem gorduras.
Ingredientes (rende entre 600 e 700 gramas de iogurte):
2 litros de leite (no caso, usei desnatado com 0,3% de gordura apenas)
½ copo de iogurte natural integral ou de iogurte grego natural (só para a primeira vez)
Preparo:
Em uma panela, aqueça o leite até 80 graus. Para quem não tem termômetro, é mais ou menos quando ele começa a soltar fumacinha, antes de ferver.
Derrame o leite em uma travessa de vidro (de preferência com tampa), tomando o cuidado para que o leite “oxigene”, ou seja, derrame de uma certa altura. Para quem não tem prática, é só dar uma batidinha no leite com um fouet (aquela ferramenta de bater clara em neve).
Deixe esfriar até atingir 40 graus. Para calcular isso no olho, basta ver com o dedo. A partir do momento que o leite está morno o suficiente para que se possa deixar o dedo dentro por 5 a 10 segundos.
Com o leite a 40 graus, adicione o iogurte que vai servir de matriz. Quando repetir a receita, pode usar um pouco do próprio iogurte pra isso. Mexa até que o iogurte fique desmanchado no leite.
Tampe a travessa, envolva em uma toalha. Deixe em repouso por 12 horas em ambiente sem vento. Eu costumo colocar dentro do forno desligado.
Depois de 12 horas, você vai ter iogurte natural pronto para o consumo. Para transformar em iogurte grego é preciso drenar.
Para isso, coloque um pano de louça bem limpo dentro de um escorredor de macarrão e despeje o iogurte dentro. Coloque o escorredor dentro de uma travessa para conter o soro que vai sair. Coloque na geladeira e deixe escorrendo por 7 a 10 horas, até ficar bem consistente. No meio do período, se quiser, pode soltar o iogurte que está preso ao pano e dar uma mexidinha para melhorar a drenagem.

Depois de escorrido, coloque em uma travessa, bata com o fouet até obter uma textura homogênea e pronto! Pode ser comido puro, servido com frutas, como na foto, ou usado para fazer molhos salgados e de saladas. 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Cinco coisas irritantes que os brasileiros fazem no supermercado e que você não vai ver na Alemanha


Largar carrinhos nas vagas do estacionamento – Os carrinhos são largados por todos os cantos, forçando o motorista a sair do carro para fazer espaço. A medida para acabar com isso é simples: por aqui, para retirar o carrinho é preciso colocar uma moeda ou uma ficha plástica (brinde oferecido por algumas marcas). É preciso devolver o carrinho para receber a moeda de volta. Assim, todo mundo se encarrega de colocar no exato lugar que pegou. Simples, né?!?!

Estacionar em vagas de idosos e deficientes – Isso não é só no supermercado. É geral. Eu sempre prometo que vou fazer um cartão xingando o sujeito e não faço. Mas como todo mundo deve pensar o mesmo que eu – fica indignado e não faz nada – a coisa fica por isso mesmo. E pior: tem cidadão que ainda liga o pisca alerta do carro. É para alertar o mundo do tamanho da babaquice do motorista? Só pode.

Não empacotar as próprias compras – Essa é provavelmente a coisa mais irritante que acontece em um supermercado brasileiro, lotado de uma classe média ridícula, acostumada a subserviência (essa espécie de escravidão aceita culturalmente e que deveria envergonhar o país). Não sei o que é pior: a caixa se virado do avesso para colocar tudo em 1394819891 sacolinhas (que sim,deveriam ser cobradas!!!) ou o mercado contratar mais uma pessoa, geralmente um “menor aprendiz” (aprendiz do quê? Da manutenção do status quo da subserviência?) para fazer isso. Na Alemanha a coisa é extrema: você compra, coloca as coisas em uma esteira enorme, separada por plaquinhas entre um cliente e o próximo, passa no caixa, coloca tudo de volta no seu carrinho o mais rápido que puder (e nem assim isso vai ser rápido o suficiente) e depois, em um balcão ao lado, empacota calmamente nas sacolinhas que trouxe de casa ou nas que comprou. Assim, uma fila gigante no caixa não significa uma hora esperando. Diferente do Brasil, que qualquer volume que ultrapasse um cesto quer dizer abolir o almoço e planejar apenas a janta. Sim, demora: muito.

Terminar de fazer as compras quando já está pagando – O mundo precisa parar porque o senhor fulano esqueceu que a mulher pediu pra ele comprar farinha de rosca. Enquanto ele busca, as pessoas da fila espiam as fofocas da novela na revista, falam sobre o tempo, jogam Candy Crush. Ai o fulano volta, coloca a farinha de rosca na esteira e lembra que esqueceu dos ovos. Sorri pra caixa e vai buscar. Essa falta de noção me irrita profundamente. Primeiro: faz uma lista antes de sair de casa. Depois, se esqueceu, paga tudo, leva no carro e volta pra buscar o que faltou: Ah, isso vai me fazer perder tempo!! Sim, vai. Mas você vai perder o SEU tempo, não o meu.


Não controlar os filhos – Já vi muito alemão com crianças no mercado, embora geralmente os pequenos não participem dessa tarefa. Não sei qual é o acordo dos pais com os pequenos rebentos, mas nunca vi nenhuma criança aos berros com um pacote de bala da Monster High na mão. De um modo geral as crianças são mais bem educadas por aqui: ao menos fora de casa, raramente vi qualquer escândalo infantil, coisa comum em qualquer espaço público no Brasil. Muitos supermercados por aqui oferecem carrinhos de compras para as crianças: que espertinhos! Os pequenos adoram as versões coloridas de seus carrinhos e, em contrapartida, não passam por cima do pé de ninguém e menos ainda esbarram nas estantes. Todo mundo fica feliz. 
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