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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Conexão Alemanha - Coluna 7

Então, pra quem chegou agora, ta ai a sétima coluna publicada pelo Santa:

Repertório alemão

Adiscussão sobre o repertório da Oktoberfest deve ter nascido junto com a festa. Há quem defenda ritmos exclusivamente alemães. Outros aceitam uma versão “Polka” de sucessos nacionais e internacionais. O que parece estar fora da pauta é discussão em torno da diversidade do repertório. Quem percorre os pavilhões pode acreditar que só existem três músicas na Alemanha: Rosamunde, Ein Prosit e Zigge-Zagge Hoi, Hoi, Hoi, do Kristall Quintett.

O problema não está em restringir os ritmos: o que falta para deixar a festa animada é pesquisa e um novo repertório. Quer tocar rock, funk, rap? É só tocar em alemão e juntar nuances da Alemanha moderna às marchinhas e outros ritmos alpinos. É possível dar toques mais irreverentes sem deixar de lado a tradição: existem centenas (milhares!) de outras canções típicas.

Além disso, por que não os sucessos atuais? Das Geht Ab pode ser uma opção. Mais um? A canção Satellite, da cantora Lena, vencedora do Eurovision de 2010.

Gosto musical

Assim como o Brasil dança ao som das festas bregas ou músicas com mais de 20 anos, por lá o estilo também faz sucesso e, ao lado de canções românticas e hits de outras épocas. Mas há coisas impossíveis de explicar. Uma delas é a paixão alemã pelo ator David Hasselhoff – o salva-vidas fortão do extinto seriado SOS Malibu –, que na Alemanha fez sucesso como cantor no final dos anos 80. O hit Looking for Freedom é considerado um dos hinos da queda do Muro de Berlim e empata em popularidade com o bizarro Hooked on a Feeling (vale procurar o clip na internet e ter uns minutos de puro riso).

Seleção

Uma coisa difícil de entender é narrador de futebol na TV alemã: não pelo idioma em si. Difícil é entender o que eles passam fazendo a maior parte do jogo, já que o silêncio impera por longos intervalos e até um espirro tem mais força que o grito de go. A parte cômica (ou trágica) fica por conta dos jogos do Brasil que são televisionados por lá.

Primeiro, que para os alemães, Seleção é o nome do time do Brasil: na verdade, eles falam algo do tipo “Zêlêzáo”. Neste caso, a recíproca é verdadeira: já vi muito jornalista brasileiro chamando o time alemão de “Mannschaft”.

National Elf pode, mas Mannschaft quer dizer apenas “equipe” e pode ser qualquer uma, até mesmo fora de campo. Os narradores alemães também gostam de brincar com as palavras estrangeiras e, entre os comentários, volta e meia sai algo do tipo “jogo bonito”, com todo o sotaque que se possa colocar. Se bem que ultimamente os alemães têm feito mais bonito que os brasileiros...

Conceitos intangíveis

Faltar água e faltar luz são outras duas coisas que não fazem parte do dia a dia alemão. Ou ainda o conselho, a um alemão que planejava visitar algumas capitais turísticas brasileiras, de usar um tênis menos chamativo e evitar expor câmeras fotográficas caras em determinados espaços ou horários. “Porque alguém iria querer roubar meu tênis?” São os detalhes – nem sempre tão pequenos – que tornam diferente viver aqui ou lá.

Paladar brasileiro

Quem muda de país sempre fica com aquela nostalgia da comidinha de casa. Na Alemanha isso não chega a ser um problema. Os ingredientes mais exóticos aos olhos germânicos podem ser encontrados nos mercados maiores ou casas especializadas em produtos brasileiros e portugueses. Tem feijão, farinha, polvilho, leite condensado, aipim, azeite de dendê e até rapadura. O nosso paladar, no entanto, causa um certo estranhamento. Feijoada é considerada diferente. Pão de queijo ganha elogios. Mas tente oferecer espetinhos de coração de galinha e prepare-se para ver a expressão pouco receptiva a essa iguaria tão brasileira. Nem o brigadeiro recebe aprovação: é muito doce para o paladar de lá.


Diz o ditado:

Morgen, morgen, nur nicht heute, sagen alle faulen Leute.
Amanhã, amanhã, só hoje não, dizem todas as pessoas preguiçosas.


Só pra ilustrar esse post, roubei uma fotinho por ai (clicando na foto vc chega ao site onde ela foi originalmente publicada): de encher os olhos e dar água na boca...

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