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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Conexão Alemanha - Coluna 6




Essa é a coluna de número 6, publicada pelo Santa aqui. As fotos que ilustram são do túmulo original do Dr. Blumenau, na Alemanha, como explica a primeira notinha :)


O homem de dois túmulos

Todos os anos, no dia 2 de setembro, coroas de flores são depositadas no Mausoléu Dr. Blumenau, na Rua XV de Novembro, para homenagear o fundador da cidade. Na Alemanha, Hermann Bruno Otto Blumenau também é lembrado, mas de forma muito mais singela. No cemitério central de Braunschweig, cidade onde ele morreu em 1899, aos 79 anos, Hermann Blumenau, colonizador, é citado como personalidade...
...Na sepultura original – os restos mortais transferidos para Blumenau em 1974 – há apenas mato e abandono. É possível ler, em uma cruz de cimento a informação “fundador da colônia Blumenau no Sul do Brasil”, além dos nomes de Bertha e Christine Blumenau, esposa e filha respectivamente. Nem de longe remete ao zelo e as honrarias que o colonizador recebe por aqui.

Onde fica Blumenau

Blumenau é um nome germânico, sem dúvida. O bastante para deixar os alemães confusos. Em três anos, conheci apenas um que já tinha ouvido falar na cidade. Uma vez, a funcionária do escritório de registros da cidade (Standesamt) insistiu por longos minutos que era a prefeitura de Blumenau que deveria me fornecer um documento de trabalho que eu estava buscando. Depois de eu argumentar se não seria o consulado ou a embaixada alemã é que a situação foi resolvida: ela não havia se dado conta que Blumenau fica no Brasil...

Direto dos anos 1980

Uma diferença grande entre o Brasil e a Alemanha está na relação das pessoas com o próprio corpo. E isso vale para a moda, beleza e outros hábitos. A moda alemã parou nos anos 80. A regra é estar confortável. A relação com a nudez também é diferente. Há muitos espaços para os praticantes de FKK (Freikörperkultur, a cultura do corpo livre), desde praias, parques, saunas e até repúblicas para quem quer viver em casa peladão. O topless impera nas praias e, na hora de trocar de roupa, as pessoas não se acanham em despir-se e vestir-se em espaços comuns, sem constrangimento (na foto abaixo, uma alemã refresca-se em uma praça de Munique).

Sinfonia

Essa relação dos alemães com seus corpos aponta outras diferenças culturais. Uma delas diz respeito aos ruídos corporais. Não se trata de peidar na frente de todo mundo – embora se isso acontecer, ninguém vai comentar o ocorrido. Mas sim de uma sinfonia de narizes. Por aqui, é comum ver gente fungando. Por lá, trata-se de um hábito muito feio e significa que o “fungador” em questão não limpa seu nariz direito. Alemães têm sempre muitos lenços de papel no bolso. Assoar o nariz em alto e bom tom é tão normal quanto um espirro. E pode ir se acostumando: acontece mesmo na mesa do restaurante e de forma nada discreta.

Desfile

Em Blumenau, é preciso dizer que o desfile da Oktober é lindo, organizado e alegre. Mas algumas coisas poderiam ser ainda melhores. A música sertaneja, funk e afins em um volume desconfortavelmente alto nas trilhas sonoras dos carros e “engenhocapeias” não fazem o menor sentido. Na Alemanha, em alguns desfiles, as alegorias são animadas por bandas da moda. Mas no caso, ninguém está tentando reconstruir a cultura alemã.

Diz o ditado:


Der Gesunde weiß nicht, wie reich er ist.O saudável não sabe o quão rico ele é.

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